No próximo domingo (4), a partir das 16h, na Escolinha de Arte do Recife, nas Graças, será aberta a exposição “O retorno a concha”, fruto da culminância do curso de Formação de Audiodescritores de Artes Visuais, realizado pela entidade com apoio da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). O intuito da mostra é apresentar a primeira exibição (experiência) com ênfase nas audiodescrições produzidas pelos alunos durante as aulas e provocar o observador a desapegar-se da necessidade dos aspectos visuais na apreciação das artes aguçando suas experiências sensoriais auditivas.
Os objetos que compõem a exposição fazem parte do acervo fixo da Escolinha de Arte do Recife e o processo de curadoria deles foi feito a partir da escolha individual de cada aluno audiodescritor. Ao todo, 17 peças confeccionadas em materiais como barro, cerâmica, pinturas e xilos integram a mostra. A visitação é gratuita e aberta ao público em geral e estará disponível de 5 a 30 de setembro, das 14 às 17h. Os visitantes devem levar o celular com fone de ouvido para fazer a leitura dos QRcodes.
De acordo com a produtora cultural, Luciana Barbosa, responsável pelo projeto, o título da mostra é uma referência a artista mineira, Lygia Clark, e sua série “Objetos sensoriais pedra e ar, diálogo de mãos, livro sensorial, respire comigo” em que ela propõe um novo paradigma no mundo das artes estabelecendo uma relação entre as experiências sensoriais e as artes visuais, tendo a concha como um dos objetos utilizados na experimentação auditiva. “Esse “retorno” a qual o título remete, parte da intenção de convidar o público a mergulhar na multiplicidade das formas que os audiodescritores fruíram e ressignificaram para compartilhar as leituras das obras e objetos artísticos desta exposição”, enfatiza.
Para o aluno, Sérgio Nascimento, que tem formação em Psicologia, concluir o curso de audiodescrição foi uma experiência bastante gratificante, pois além de adquirir novos conhecimentos e aprimorar o crescimento pessoal, abriu os horizontes para um segmento em ascensão que é o universo da inclusão. “Estou muito feliz pois agora estou apto para desenvolver trabalhos nessa área e com isso contribuir para que pessoas cegas ou com baixa visão tenham um maior acesso aos espaços culturais”, considera.
O projeto da capacitação que teve como objetivo a formação de 17 audiodescritores de obras e objetos de arte para possibilitar a inclusão comunicacional, social e multicultural de pessoas com deficiência em museus, galerias e outras instituições culturais foi realizado graças ao edital 2020/2021 do Sistema de Incentivo à Cultura (Sic) da Fundação de Cultura do Recife – Secretaria de Cultura da Prefeitura do Recife. A iniciativa também contempla a confecção de um catálogo virtual onde estarão listadas todas as obras apresentadas na mostra.

SERVIÇO:
Exposição de audiodescrições ” O retorno a concha”
Local: Escolinha de Arte do Recife – Rua do cupim, 124 – Graças
Abertura: 4 de setembro (domingo)
Horário: 16h

VISITAÇÃO:
De: 5 a 30 de setembro
Segunda à sexta
Horário: 14 às 17h
Instagram: @escolinhadearte_dorecife

OBS: Levar celular com fone de ouvido para fazer a leitura dos QRcodes