As bandas Selvagens À Procura de Lei e Scalene lançou nesta sexta (06/11), pelo slap – selo da Som Livre -, o single “O Rio”. A canção, que já está disponível em todas as plataformas de música – ouça aqui -, é resultado da vontade que as duas conceituadas bandas de rock nacional tinham de gravar juntas. “Quando fomos assistir a um show do Selvagens no início deste ano ficamos intrigados com a energia que a música deles têm. Queríamos fazer algo perto da linguagem deles. Foi então que compus uma música que achei que ficaria legal no som deles e trouxemos alguns elementos nossos pra dentro disso”, conta Gustavo Bertoni, vocalista da Scalene.
O lançamento tem uma melodia suave e a letra traz uma mensagem propícia à reflexão, o que pode ser visto em trechos como: “Tô me sentindo tipo pássaro longe do ninho/ Voando no limite entre o azul e o precipício/ De vez em quando eu vou mudar/ E o que tiver de vir, virá/ Eu vim aqui só pra te dizer como é bom sumir/ Mesmo sem mapa voltar pra casa dentro de si.” Segundo Rafael Martins, vocalista e guitarrista da banda “Selvagens”, a intenção foi traduzir em palavras as inconstâncias da vida. “Falamos bastante sobre que caminho a letra deveria seguir e meio que de forma natural e unânime quisemos falar sobre a busca interior. Essa coisa de procurar ser fiel a você, mesmo nas curvas do caminho da vida”, diz ele.
O mais curioso é que as bandas fecharam a parceria em março deste ano, mas só puderam concluí-la meses depois, à distância, em meio a pandemia do Coronavírus. “Levamos vários meses até chegarmos num resultado massa. Imagina: duas bandas, oito integrantes, compondo os arranjos e gravando tudo nos home studios, compartilhando arquivos e ideias, foi muito doido! Acho que no final das contas a música tá falando por si. Tanto pela letra quanto pela sonoridade bem distinta que Scalene e Selvagens têm. ‘O Rio’ é uma novidade pros fãs que pediam e devem estar bem surpresos com essa collab”, conclui Martins.
“O Rio” – Selvagens À Procura de Lei e ScaleneLançamento Som Livre – 06 de novembro/2020
Letra:
Eu tô perdido, mas
Não preciso de caminho
O rio passou por mim
Tanto faz o seu destino
De vez em quando eu vou tentar
Largar a mão do que será
Eu vim aqui só pra te dizer:
Como é bom sumir
Mesmo sem mapa
Voltar pra casa dentro de si
Tô me sentindo tipo
Pássaro longe do ninho
Voando no limite
Entre o azul e o precipício
De vez em quando eu vou mudar
E o que tiver de vir, virá
Eu vim aqui só pra te dizer:
Como é bom sumir
Mesmo sem mapa
Voltar pra casa dentro de si
Ah ah ah ah…
Uh… Uh…
Eu vim aqui só pra te dizer:
Como é bom sumir
Mesmo sem mapa
Voltar pra casa dentro de si
Eu vim aqui só pra te dizer:
como é bom sorrir
Deixa o novo que o velho passa
Deixa o novo que o velho passa
Deixa o novo que o velho passa
Dentro de si.
Sobre Scalene
Em 2019, a banda Scalene completou 10 anos de carreira. Datas redondas como estas costumam gerar reflexão e avaliação. Com o quarteto de Brasília, não foi diferente. Ao longo do ano passado, não faltaram momentos de celebração, como o show no Lollapalooza Brasil (o segundo da trajetória), o lançamento de um novo disco, Respiro (slap), e uma turnê que tinha como mote comemorar essa primeira década de estrada. Mas também houve o tal período de análise e projeções para o futuro.
Formado em 2009 por Gustavo Bertoni (voz), Tomás Bertoni (guitarra), Lucas Furtado (baixo) e Philipe ‘Makako’ Nogueira (bateria), o Scalene concluiu que todas as conquistas acumuladas resultaram não apenas do trabalho, mas também do ideal de se construir uma história degrau por degrau, de maneira que o alicerce se tornasse sólido e consistente.
Podemos citar, por exemplo, a regularidade de lançamentos fonográficos, tendo em sua discografia: Real/Surreal (2013), Éter (2015, slap), magnetite (2017, slap), Respiro (2019, slap) e o EP +gnetite (2018, slap), além do DVD Ao Vivo em Brasília (2016, slap) – todos bem recebidos pelo público e pela crítica especializada.
Tais lançamentos foram essenciais para abrir caminhos e apontar possibilidades. O disco Éter rendeu o Grammy Latino na categoria melhor álbum de rock em português; e fez com que a banda circulasse do underground ao mainstream, tornando-se um ponto de encontro entre as duas esferas. magnetite, por sua vez, foi um passeio por caminhos sonoros novos e agregou ao trabalho novas referências (algo que se intensificou ainda mais em Respiro, que conta com a participação especial de Ney Matogrosso, Xenia França e Hamilton de Holanda).
Os bons resultados também refletem na circulação da banda e no espaço conquistado em importantes palcos, como do Lollapalooza (2015 e 2019) e o do Rock in Rio (2017), além de shows em eventos no exterior, entre eles o SXSW (EUA) e o Indie Week (Canadá).
O Scalene intercala ainda lançamentos de discos com parcerias com outros artistas. Entre as collabs já realizadas estão: “Trans Aparecer” (2014), gravada com o Supercombo; o single “Relentless Game” (2015), feito com o Far From Alaska; “Clareia” (2018), criada com a francisco, el hombre; e “Desarma” (2019), com o rapper BK.
Para a próxima década, a ideia do quarteto é se manter fiel à história escrita até aqui e criar novos capítulos, sempre inovando e se reinventando. Em julho deste ano, a banda lançou o EP Folêgo. A obra foi toda pensada e construída no período de quarentena (com cada um dos integrantes em um lugar). Produzido por Diego Marx, também à distância, o disco lista cinco faixas inéditas. Para fechar 2020 com chave de ouro, Scalene se uniu ao grupo Selvagens À Procura de Lei no lançamento do single “O Rio”.
Sobre o slap
O slap faz parte da vida de quem busca novas experiências musicais e orgulha-se de, desde 2007, fomentar a cena indie e abrir as portas do mercado para novos artistas. Sua missão é potencializar e empoderar a cena musical independente do país, incentivando o midstream e fazendo com que novos sons, originais e arrojados, cheguem a cada vez mais pessoas. O slap carrega em sua história grandes lançamentos de nomes como Maria Gadú e Silva. Seus representantes têm todos a autenticidade como característica, e entre eles estão Céu, Luthuly, Marcelo Jeneci, Maria Gadú, Gustavo Bertoni e Scalene.
@slapmusica