Edi Rock mergulhou em suas raízes musicais mais profundas e abriu seus horizontes para explorar diferentes sons e se conectar com nomes da nova geração em seu segundo projeto solo da carreira. O álbum “Origens” é uma celebração à música brasileira, onde o rap se junta ao funk, ao samba e até ao sertanejo, com influências de R&B, reggae, rock, blues e folk. Sem perder sua identidade, Edi Rock marca presença nas composições das 14 faixas, onde conta com participações especiais nacionais e internacionais, entre velhos amigos e jovens promessas.
Nesta sexta-feira, 09 de agosto, o álbum, que saiu pela Som Livre, está disponível em todas as plataformas de música – ouça aqui. E, às 19h, será lançado no canal do Edi no YouTube o clipe da música “Foda-se”, uma parceria com o rapper paulista Neew, uma das grandes apostas da nova geração. A faixa traz uma mensagem motivacional, de superação de barreiras e recomeços, e o vídeo foi gravado em São Paulo.
Edi Rock explica como surgiu a ideia do projeto e a construção de seu conceito.“O disco se chama ‘Origens’ pois fala da minha história, minhas influências e referências na música. E também sobre a mistura com novos sons, quero dar espaço para jovens promessas, além de grandes parcerias com amigos de longa data. Quero levar o rap para lugares que ainda não chegamos, quero mostrar nossa força e também conhecer novos ares, experimentar e explorar novas musicalidades”.
A guitarra do brasiliense Hodari, promessa do R&B nacional, embala a introdução, que leva o nome do álbum, “Origens”, e também o encerramento, intitulado “Fui”, ambos com vocais conceituais de Edi Rock sobre o projeto.
Em “Seja Forte”, Edi apresenta seu rap de origem, autobiográfico, com versos que trazem reflexão sobre suas vivências e o cenário política. A faixa “Pense Bem” traz rimas de guerra e paz da paulista Bivolt, conhecida por roubar a cena com suas vitórias em batalhas de rap de rua. A influência do funk e a origem do povo negro como tema se fazem presentes em “De Onde Eu Venho“, parceria com MC Pedrinho, que com apenas 17 anos já coleciona milhões de visualizações no YouTube.
Falando de amor, Edi Rock se junta ao Haikaiss na love song “Fechamento”, de autoria do grupo, e também em “Uq Cê Vai Fazer”, inovando ao juntar versos do rap ao mundo do sertanejo. Nesta faixa, Edi convida Lauana Prado, uma das grandes promessas do segmento. Rimas de amor também estão presentes em“Vi Brilhar”, mais uma parceria com o cantor e compositor Rael.
As colaborações internacionais estão em “Babilon”, parceria com o rapper franco-congolês Pyroman, que traz o ragga africano cantado em francês, e em“Upperhand”, parceria com o músico norueguês Jan Session, que se apaixonou pelo Brasil e atualmente mora na Bahia. Nesta, Edi faz uma mistura de rap e blues.
Em “Sonhos em Construção”, single com participação da amiga Simone Brown, o rapper narra em forma de versos algumas lembranças de sua trajetória. O samba carioca de Xande de Pilares presente em “Corre Neguin”, fala sobre não desistir de seus sonhos e traz uma homenagem à ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco, assassinada em março do ano passado. Já o feat. com Alexandre Carloganha uma nova versão intitulada “Special XIX”, onde o vocalista do Natiruts se inspirou nos ataques racistas sofridos por Maju Coutinho, repórter da Globo, para passar uma mensagem de paz e igualdade.
A capa do álbum é uma adaptação de uma obra de arte exclusiva do artista plástico Alexandre Keto. Ele presenteou Edi com um quadro pintado à mão, que traz ilustrações da cultura africana e do universo afro-brasileiro. A partir daí, o designer Javier Salazar fez as adaptações para a capa, que carrega nomes de grandes influências para Edi, como Thaíde, Martin Luther King, Marielle Franco, Bezerra da Silva e Beth Carvalho.
Álbum “Origens” – Edi Rock
Lançamento Som Livre – 09 de agosto/2019
14 faixas
1 – Origens (Edi Rock / Hodari)
“Convidei o Hodari, um multi-instrumentista autodidata. Quero mostrar novos talentos. Misturamos uma produção de eletrônico com inserts de guitarra e saiu esse som. Passo uma mensagem sobre minhas influências e referências, um resumo da minha história”
2 – Seja Forte (Edi Rock)
“O meu forte é a mensagem, aqui falamos de incentivo diário, superação e motivação. É uma música pra começar bem o dia, de força, eu digo: vamos, seja forte”
3 – Pense Bem (Edi Rock e Bivolt)
“Esta é uma música de neurose, fala de um cara que se sente traído e pensa em vingança, mas no final ele vê que o ódio não pode dominar. Convidei a Bivolt, um novo talento do rap, para falar da guerra e da paz que vivemos na cidade de São Paulo”
4 – Corre Neguin (Edi Rock e Xande de Pilares)
“Aqui estão as Influências do samba, eu cresci com essa referência dentro de casa, eu tive um grupo de samba quando eu morava na Vila Armazém. Chamei o Xande, pois ele possui a mesma sintonia que eu. A mensagem é continuar, não cair nas ciladas da periferia, é ser um sobrevivente. Eu comecei a escrever a música depois da morte de uma ativista, a Marielle, infelizmente.
5 – Vi Brilhar (Edi Rock e Rael)
“Convidei meu parceiro Rael para fala de amor incondicional, por tudo, pela vida, pela família, de todas as formas. Cada um vai absorver de uma forma diferente, depende do olhar. Eu me inspiro no amor presente na minha vida, mas de uma forma que as pessoas consigam se identificar”
6 – Special XIX (Edi Rock e Alexandre Carlo)
“Regravamos essa faixa, ela veio com influências de Marvin Gaye e rhythm and blues, com o Alexandre que traz o reggae. Fala de um role em São Paulo, da busca pelo amor e pela aventura, com versos de superação, de não se abalar com os problemas”
7 – Sonhos em Construção (Edi Rock e Simone Brown)
“A música faz um resumo da minha infância e adolescência na Vila Armazém. Onde conheci a música, minhas amizades, lugares que eu frequentava. Foi quando eu decidi que ia cantar rap, época que eu tava construindo meus sonhos. A voz da Simone Brown entra com perfeição como o tempero e o charme”
8 – Uq Cê Vai Fazer (Edi Rock e Lauana Prado)
“Nessa eu trago a influência do sertanejo. O resultado foi uma surpresa pra mim. Fiquei muito feliz que a Lauana aceitou o convite, ela é também um novo talento. Eu gosto de colocar a voz feminina nas minhas músicas. Eu a trouxe pro rap e também quero que o público dela conheça meu trabalho, assim como o meu público conheça o dela, é uma troca”
9 – Upperhand (Edi Rock e Jan Session)
“Aqui temos influências do rock e do blues. Conheci o Jan na Bahia, nos aproximamos pela música e fizemos um som na época que foi pro disco dele, no estilo surf music. Agora pro meu projeto fizemos uma regravação pro rap. Na letra o cara ta no fundo do poço, querendo a redenção”
10 – De Onde Eu Venho (Edi Rock e MC Pedrinho)
“Foi dessa música que surgiu a ideia do nome do álbum. Ela fala da ancestralidade, das minhas origens. O Pedrinho é um novo talento do funk, quando eu ouvi essa música ele tinha só 15 anos. Poi produzida pelo filho do KL Jay, membro dos Racionais. O funk é mais um som que quis trazer pra esse projeto”
11 – Fechamento (Edi Rock e Haikaiss)
“O Haikaiss representa o novo rap, a nova geração, essa música foi um presente pra mim. É romântica, fala da noite, do que acontece entre quatro paredes, quero que o pessoal se identifique”
12 – Babilon (Edi Rock e Pyroman)
“Outra referência que fiz questão de estar no trabalho é a ligação com a África. O Pyroman é DJ e produtor, ela fala do lado social do Congo e eu do Brasil, dos problemas das drogas e da política, mostrando os dois mundos”
13 – Foda-se (Edi Rock e Neew)
“Coloquei um pouco de tudo nessa letra, minhas vivências e histórias contadas pelo DJ Anderson Franja, que produziu esse som. Fala da rotina da vida, das neuras, de relacionamento, de pessoas que desistem da vida, de como a nossa vida é carregada nas mãos, por conta do celular. É sobre chutar o balde e seguir em frente, independente dos problemas”
14 – Fui (Edi Rock / Hodari)
“Fechamos com um solo do Hodari na guitarra, com stretches do DJ Anderson Franja e frases minhas com mensagem de motivação, de continuar com a caminhada, como o que você quer pra sua vida. Pra mim é o ápice do disco”
No auge de seus 50 anos, Edi Rock é um dos grandes nomes do rap no Brasil e um dos integrantes fundadores do Racionais MC’s, que completa 30 anos em 2019. Em carreira solo, o cantor e compositor paulistano lançou o EP “Rapaz Comum II” (1999) e o álbum “Origens” (2019). Entre os singles lançados, destaca-se a parceria com Seu Jorge em “That’s My Way”, com quase 40 milhões de visualizações no YouTube.