O documentário “Carta Para Além dos Muros” acaba de ganhar trailer disponível emhttps://youtu.be/oILcyi-jBDg. O documentário, com data de estreia prevista para abril de 2019, refaz a cronologia da epidemia de AIDS no Brasil através de um debate envolvente sobre a evolução do tratamento antirretroviral e os desafios que ainda enfrentamos em relação ao estigma e discriminação. O filme do diretor André Canto integra o projeto Olhares – HIV e Aids no Brasil, que conta ainda com uma série para a televisão e um livro sobre o mesmo tema.

Até os dias de hoje, quando se fala em HIV, muita gente ainda pensa na epidemia de AIDS que vitimou milhões de pessoas em todo o mundo nos anos 1980 e 1990. Vivemos com a perigosa percepção de que a AIDS é coisa do passado. De fato, com a evolução do tratamento, muitas pessoas vivendo com HIV tem a oportunidade de passar uma vida toda sem jamais desenvolver a síndrome conhecida como AIDS. Mesmo assim, o estigma, a discriminação e a desinformação ainda cercam o tema, trazendo consigo consequências trágicas como o aumento da epidemia entre jovens e a discriminação flagrante de pessoas que vivem com HIV como se fossem párias dentro de nossa sociedade, sujeitas a situações  de vergonha e exclusão. Carta Para Além dos Muros é, acima de tudo, um caminho investigativo sobre esses preconceitos, silêncios e falhas.

Produzida pela Canto Produções, o documentário investiga o porquê da evolução no tratamento do HIV não vir acompanhada da mudança de mentalidade em relação à infecção.  Um dos depoimentos retratados no filme, da imunologista Márcia Rachid, resume bem este desafio: “falar de HIV hoje tem o mesmo mistério de 35 anos atrás. Não pode!”.

Na sua primeira direção, Canto entrevistou especialistas, pessoas que vivem com HIV, personalidades e autoridades. Estão no documentário nomes como os ministros da Saúde que foram chave para que o Brasil se tornasse uma referência na resposta à epidemia, José Serra e José Gomes Temporão; os médicos Dráuzio Varella, Ricardo Tapajós, Ricardo Vasconcelos e Rosana Del Bianco; a apresentadora Marina Person; Lucinha Araújo, mãe de Cazuza, além de jovens que se tornaram a nova voz desta epidemia, entre tantos outros entrevistados.

“Contar a história da epidemia de AIDS significa tocar nos medos e nas memórias soterradas de pelo menos duas gerações. Dezenas de milhões de pessoas chegaram à vida adulta no Brasil dominadas pelo pavor de serem infectadas pelo HIV. Os gays viveram um medo duplo, tanto pela doença, que no início os afetava quase que exclusivamente, quanto pela discriminação que já sofriam. Uma combinação que só contribuiu para aumentar ainda mais o clima de incompreensão acerca do HIV. Apesar de todos os avanços no tratamento e no entendimento da doença, muito desse medo e dessa incompreensão ainda persiste. O filme não é um trabalho psicanalítico, nem um relatório informativo sobre o HIV e a AIDS. Ele se propõe a ser um estopim, para tocar algo que permanece inconsciente no espectador, para mobilizá-lo, para instigá-lo a uma reflexão importante e incontornável sobre o HIV em nossa sociedade, para provocar uma mudança de postura e perspectiva sobre a história da AIDS e sobre a realidade atual do HIV”, explica Canto.

“Carta Para Além dos Muros” tem roteiro de André Canto, Gabriel Estrela, Gustavo Menezes e Ricardo Farias. A consultoria técnica é do infectologista Ricardo Vasconcelos e do UNAIDS.

 

Sinopse

Carta Para Além dos Muros reconstrói a trajetória do HIV e da AIDS, com foco no Brasil, por meio de entrevistas com médicos, ativistas, pessoas vivendo com HIV e diversos outros atores, além de farto material de arquivo. Do pavor inicial às campanhas de conscientização, passando pela discriminação imposta aos doentes, o documentário mostra como a sociedade encarou essa epidemia devastadora ao longo de duas décadas. Com base nessa abordagem histórica, o filme trata do modo como o HIV é encarado na sociedade atual, revelando um quadro de desinformação e discriminação persistentes, que atingem sobretudo as populações mais vulneráveis.

 

Ficha técnica

Direção: ANDRÉ CANTO

Edição: RICARDO FARIAS

Roteiro: ANDRÉ CANTO, GABRIEL ESTRELA, GUSTAVO MENEZES E RICARDO FARIAS

Fotografia: CARLOS BALIÚ

Trilha Sonora: ROBERTO PRADO

Edição de Som: CAMILA MARIGA E RODRIGO FERRANTE

Mixagem: RODRIGO FERRANTE

Som Direto: RAFAEL ALVES RIBEIRO

Motion Design: Rafael Terpins

Produção Executiva: ANDRÉ CANTO E GUSTAVO MENEZES

Produtor Associado: MARCOS ARZUA BARBOSA

Produzido por: ANDRÉ CANTO

 

PROACSP | produção CANTO PRODUÇÕES | patrocínio ÍTACA | parceria institucional UNAIDS | apoio HI TECHNOLOGIES; DOT; INNSAEI; ESTÚDIOS QUANTA e DIGITAL | realização GOVERNO DE SÃO PAULO

 

Sobre a Canto Produções

Criada por André Canto em 2010, a Canto Produções traz consigo todo o repertório de seu fundador para a área de produções artísticas. Como produtor executivo atuou em empresas como Buriti Filmes e Canal Azul Produções, trabalhando com cineastas de referência como Di Moretti, Kátia Lund, Laís Bodanzky, Lina Chamie, Luiz Bolognesi e Ugo Giorgetti, em trabalhos para cinema e TV.

Em 2016, o Núcleo Criativo Canto Produções foi contemplado pelo Fundo Setorial do Audiovisual para o desenvolvimento do roteiro de 5 longas-metragens dos roteiristas Aleksei Abib, Cláudio Glaperin, Di Moretti, José Roberto Torero e Maria Camargo, sob a liderança do consultor Miguel Machalski. Além dos longas, a Canto também está desenvolvendo a série para A História do Teatro Brasileiro.

Nas artes cênicas, integrou o Grupo Tapa de Eduardo Tolentino entre 2004 e 2010. Dentre as peças produzidas pela Canto Produções destacam-se: Aproximando-se  de A Fera na Selva, adaptação do romance “A Fera na Selava” de Henry James, Amor Barato – O Musical, com dramaturgia e direção de Fábio Espirito Santo, As Ondas ou uma Autópsia, montagem baseada no romance homônimo da escritora inglesa Virginia Woolf, com direção e interpretação de Gabriel Miziara e Não se brinca com o amor, de Alfred de Musset, com direção da atriz e diretora francesa Anne Kessler, da Comédie-Française.