Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), em 2022, 10.900 homens foram identificados com câncer de boca. O instituto também divulgou pesquisa estimando que 704 mil casos de câncer sejam diagnosticados por ano no Brasil até 2025. Por isso, no Dia Mundial do Combate ao Câncer, nesta segunda-feira (8), estomatologistas reforçam os cuidados com a prevenção, diagnóstico e tratamento da doença na cavidade oral.

Fabiana Motta, estomatologista e tutora da Faculdade Pernambucana de Saúde, explica que muitas vezes as lesões nos estágios iniciais são assintomáticas, sendo assim a presença de sintomas só aparecem nas fases avançadas da doença. Ou seja, é essencial ir ao dentista regularmente para a identificação de alguma alteração de forma precoce.

O também estomatologista e tutor da Odonto FPS, Weslay Rodrigues, explica que “os principais sintomas que aparecem, principalmente em estágio inicial, são placas brancas ou vermelhas que não saem. Já em estágios mais avançados, terá a presença de úlceras, ou seja, feridas que não cicatrizam por um período superior a 15 dias e que não respondem ao tratamento tópico”, afirma.

Além disso, ele complementa que existem outras apresentações clínicas que são menos comuns do câncer de boca, que seria, por exemplo, o aparecimento de lesões de crescimento exofítico; e nos casos extremamente avançados, o paciente pode ter mobilidade dos dentes, dificuldade de abrir a boca, sangramento e dificuldade de deglutir alimentos.

Prevenção

As orientações para a prevenção do câncer de boca são evitar o uso de álcool e cigarro; evitar a exposição solar; utilizar protetor solar nos lábios e também alguma proteção física como chapéu ou boné que faça sombra na região; e prevenir-se do HPV. “Lesões como leucoplasia (manchas brancas espessas dentro da boca), eritroplasias (mácula ou uma chapa vermelha discreta no assoalho de boca ou na mucosa bucal), queilite actínica (condição clínica que aparece no lábio inferior relacionada com exposição excessiva à luz solar), podem evoluir para lesões de câncer de boca. O que causam essas lesões são os mesmos fatores que levam às lesões de câncer de boca”, explica Fabiana.

Tratamento

O tratamento para o câncer de boca vai depender do estágio clínico da doença. No entanto, de maneira resumida, o tratamento pode ser cirúrgico ou com radioterapia e quimioterapia, de maneira isolada ou associada.

O diagnóstico e tratamento quando realizados de forma precoce aumentam as chances de cura da doença, principalmente no estágio 1 e 2. “Então, existe sim a cura para o câncer de boca, desde que ele seja diagnosticado num período mais inicial e que seja realizado o tratamento correto”, finaliza Weslay.