57,3 milhões de pessoas residem, atualmente, na região Nordeste, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

Comemorado em 8 de outubro, o Dia do Nordestino foi instituído por meio da Lei nº 14.952, de 13 de julho de 2009, e celebra e homenageia a cultura e a diversidade, representados pelas comidas, a exemplo do cuscuz e bolo de rolo; danças, maracatu e frevo; músicas, o baião, xaxado e forró; e por grandes escritores, como Ariano Suassuna, dentre outras manifestações regionais, típicas da região. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), conforme o último censo de 2022, o Nordeste do Brasil é formado por nove Estados, distribuídos em 1.794 municípios, e conta com uma população de 57,3 milhões de pessoas.

Compreender a cultura nordestina e respeitar é importante para toda população brasileira, é o que explica o psicólogo e professor do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Aluísio Soares. “A importância em respeitar a cultura nordestina, reside em compreender o sentimento de pertencimento que existe entre os nordestinos, bem como todas as conquistas obtidas pelos mesmos em relação ao restante do país, em um movimento de lutas, resistências e uma cultura extremamente rica, que nutre, acolhe e desenvolve as capitais do Nordeste com muita ancestralidade e cultura popular”, enfatiza.

O dia do nordestino, representa, além da importância da cultura do Nordeste para todo o Brasil, a luta do povo, antes, considerado sofrido, mas, hoje, visto como batalhador e forte, histórias representadas em grandes obras como a do renomado autor João Cabral de Melo Neto, em seu livro Morte Vida Severina, que apresenta um pouco da realidade do Nordeste em 1955, o qual mostra no final da obra a vida que floresce. Contudo, apesar da trama terminar com conquista, outras tornam a existir em pleno século 21 e são tratadas como crimes, tipificados no Código Penal como xenofobia, que são comportamentos de ódio contra pessoas estrangeiras à comunidade, sociedade ou identidade nacional. Muitos destes crimes têm ocorrido por meio das redes sociais.

No Brasil, o crime de xenofobia é enquadrado na Lei do racismo de Nº 9.459/97. Para o especialista Aluísio Soares, a questão do preconceito contra os nordestinos, gera muitas questões específicas que precisam ser levadas em consideração. “Uma delas é a manutenção de um sentimento de inferiorização que se apresenta na fala das pessoas que são preconceituosas. Existe, historicamente falando, um sentimento direcionado principalmente por populações de outros estados do país, atribuindo um caráter de subdesenvolvimento ao Nordeste, em uma fala violenta e estigmatizante que não deve ser levada em consideração. O perigo destas falas, diz respeito à manutenção de uma cultura de ódio e preconceito que separa classes, povos e culturas, onde quem perde neste processo é o povo, que sofre tais violências sem precedentes e anseia por um Estado mais respeitoso e livre de tais movimentos”, conclui Aluísio Soares.

Logo, o dia é de alegria, homenagem, reflexão e bastante diálogo para o acolhimento e respeito, o que possibilitará a troca cultural e o fomento ao desenvolvimento humanitário das pessoas, com objetivo de promover uma integração de experiências e aprendizagens interculturais, o que possibilitará o fim da discriminação contra a população nordestina e a união de todo o país.