“Sinais – Parte 1” é o retrato perfeito do artista multifacetado que Di Ferrero se descobriu nestes quase dois anos em carreira solo. As seis músicas do primeiro trabalho que assina abrem tantas cores musicais que justificam o time de convidados que o acompanham na jornada.
No trabalho, que é lançado pela Universal Music, ele colocou como premissa testar os próprios limites, mas dentro de um espaço onde conseguisse se identificar. Di desafivela o cinto de segurança da sua bem-sucedida carreira e se permite viajar por sonoridades pouco experimentadas anteriormente, sempre com o volante às mãos para guinar na direção que lhe realiza.
“É por aí, testar o máximo de coisas sem perder quem eu sou de verdade.”
Nessa equação, Di assina as seis faixas e as divide com outros compositores e produtores que partilham histórias musicais semelhantes à dele – ou seja, aprenderam a prática como integrantes de bandas. Alguns partiram para produção; outros seguem nos palcos, como seu parceiro no primeiro single, Vinicius Nallon, que é multiinstrumentista e faz parte da banda de Di.
Juntos escreveram e gravaram “Seus Sinais”, onde a melodia é conduzida em violão percussivo e na voz característica do cantor.
A música marca outra peculiaridade do trabalho, a de que todas as peças foram se encaixando da melhor forma até tomarem o desenho sonoro definitivo.
Para Di, a música de trabalho estava pronta mas faltava um nome. Ele estava gravando programa de TV com Lulu Santos quando pediu cinco minutos do hitmaker e a opinião dele sobre como batizar a canção. Dez minutos depois ele estava apresentando-a pela primeira vez na televisão.
Por falar em hitmaker, esse é o nome pelo qual são conhecidos os parceiros e produtores da música que abre o trabalho, “Viver Bem”. É um pop rock que se torna cartão de visitas ideal para “Sinais Parte 1”, tanto no pop redondo que os produtores lapidaram quanto no texto solar e positivo.
“É uma característica do trabalho mesmo. Floresci (como artista) neste momento. Descobri muitas coisas que não sabia se seria ou que era capaz de fazer. Estou feliz.”
A boa vibração permeia a canção seguinte, “Diamante Raro”, em parceria com seu companheiro de NX Zero Gee Rocha. Em meio a arranjos eletrônicos, levada de violão e acompanhamento de estalar de dedo, Di e Gee flutuam entre vocais melodiosos e falsetes.
“Outra Dose” carrega uma textura latina, um quê de hip hop e quase reggaeton na parceria com o núcleo Headmedia, autores e produtores de diversos sucessos da música urbana, hip hop e pop.
Tem bastante dose eletrônica em “Sinais – Parte 1, mas a essência é sempre orgânica. Se você despir as músicas dos arranjos eletrônicos elas viram o que foram e são na raiz, canções compostas no violão e levadas uma a uma aos produtores e parceiros certos, para o devido tratamento.
“Não é Tarde Demais” traz todos os mundos em doses elevadas, da guitarra dedilhada que a abre aos arranjos eletrônicos e beats da trinca Ruxxell, Sergio Santos e Pablo Bispo.
O trabalho fecha com a energia dos palcos carregada para a carreira eletrônica do Tropkillaz (Zé Gonzales e André Laudz) sobre canção característica de Di, batizada “Vou Te Levar”.
Ainda dá tempo de Di contar como “Viver Bem” foi composta na casa de Elba Ramalho e já adianta que uma nova leva de composições está a caminho, no forno para formar “Sinais – Parte 2”, e fechará o ciclo de álbum. Nessa toada, que frutifique ainda mais.