Para o governo norte-americano, independente de quem vença as eleições o Brasil deve ser um importante parceiro nos próximos anos 

O Brasil decide no próximo dia 30 de outubro, em segundo turno, seu futuro presidente e também os próximos governadores em doze estados. E as atenções para o pleito que deverá decidir os próximos mandatários no país concentra as atenções não só da mídia e autoridades brasileiras, como também dos Estados Unidos.

Segundo a a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, o governo americano está monitorando com muito interesse as eleições por aqui e que “Os EUA confiam na força das instituições democráticas brasileiras, o Brasil tem um histórico de eleições livres e justas, conduzidas com transparência e altos níveis de participação dos eleitores”. 

Independentemente do resultado, os americanos irão acompanhar de perto os resultados das eleições em segundo turno do Brasil, como afirma o advogado e professor, especialista em Direito Internacional, Leonardo Leão, que está radicado nos EUA.

“Para muitos políticos americanos os resultados das urnas no Brasil são fundamentais para saber qual será o papel do nosso país em suas relações diretas com a Casa Branca. Mesmo sendo países que competem em commodities, na venda por exemplo de soja ou carne bovina, os americanos enxergam com preocupação o avanço da China na compra de produtos brasileiros nesses últimos anos, o que para os americanos parece ser uma interferência em sua chamada zona de influência”, explica Leão. 

Para o especialista nas relações Brasil-Estados Unidos, os americanos também estão atentos na questão de uma possível ruptura democrática, mas segundo Leão, mesmo com as seguidas falas do atual presidente colocando em xeque o sistema eleitoral, os americanos enxergam como um aceno ao que aconteceu com o fim do governo Trump, mas que não deve acontecer nenhuma tentativa de golpe, caso o candidato opositor vença as eleições.

“Muitos políticos americanos enxergam o atual presidente como uma versão tropical do Trump, existe um certo temor por parte da classe política daqui, que o Brasil tenha problemas de extremistas, como foi no 6 de janeiro de 2021, mas a maioria acredita que independente do resultado das urnas, a ordem democrática será mantida. Eles enxergam semelhanças entre os candidatos do Brasil com as eleições americanas, mas não acreditam em nenhum tipo de ruptura democrática. Eles acreditam que o Brasil internacionalmente só terá a perder e que os políticos brasileiros não irão querer pagar essa conta”, comentou. 

Ainda segundo Leão, independente de quem vença as eleições, o governo norte-americano tem a plena convicção de que o Brasil será um grande jogador internacional nos próximos anos, com quem os EUA precisam trabalhar de forma conjunta.