O nome é inspirado na famosa obra de Shakespeare, Otelo – na qual o personagem principal, possuído por um ciúme doentio, mata sua esposa, Desdêmona. Os indivíduos que têm síndrome de Otelo sofrem com o delírio de que seus parceiros ou parceiras são infiéis. “A pessoa fica obcecada com a ideia de traição e infidelidade e tenta fazer de tudo para buscar provas que mostrem que ela está certa. Por exemplo, ela tenta fuçar no computador ou no celular do parceiro ou se mostra violenta, humilhando o outro”, explica a psiquiatra, Luciana Farias.

Segundo Luciana, a melhor forma de tratar a síndrome de Otelo é buscar ajuda o quanto antes e entender as causas do problema. A psicoterapia seria uma grande ajuda e, nos casos extremos, se recomenda medicação. “Em alguns pacientes a ideia de infidelidade é tão forte, tão recorrente no pensamento, que altera as relações com outras pessoas. Nesses casos, uma medicação pode atenuar a intensidade dessa ideia fixa”, diz Farias.
Tipos de ciúme
O ciúme só é considerado um distúrbio psiquiátrico quando domina as pessoas e altera drasticamente suas vidas.
Quatro tipos de ciúmes:

  • Reação emocional normal: trata-se de um sentimento transitório, que não condiciona a vida de quem o sente.
  • Reação emocional desmedida: afeta sobretudo as relações amorosas. Pode ou não ter sido precedida de situações de infidelidade
  • Ciúme como traço distinto da personalidade: típico dos que têm personalidade desconfiada. O ciúme afeta todas as áreas da vida de uma pessoa: família, amor e relações de trabalho. Em geral é característico de pessoas calculistas, que veem ameaças onde elas não existem e estão convencidas de que seu ponto de vista é uma verdade indiscutível. Está ligado ao chamado Transtorno Paranoico de Personalidade.
  • Síndrome de Otelo: como dito anteriormente, um distúrbio caracterizado por pensamentos delirantes de ciúme. O delírio que alimenta o ciúme pode ser parte de um transtorno crônico ou paranóia, mas também pode indicar um quadro de demência por deterioração do córtex cerebral ou de alcoolismo crônico.