Ação faz parte do Cura – Circuito de Arte Urbana que está acontecendo na cidade

Quem estiver andando pelo centro de Belo Horizonte e se deparar com um toten, é melhor olhar para cima: em algum lugar no horizonte se verá uma ou mais empenas do CURA.

Os totens estão posicionados em seis pontos estratégicos para se observar as obras do festival. Além disso, eles têm um mapa com a localização dos murais de todas as edições, a programação e line-up do CURA 2020 e, o mais importante, um aplicador de álcool em gel para proteger quem precisou sair de casa.

Abaixo, contamos um pouco da história dos quatro edíficos que receberão as novas pinturas do Cura!

– Edifício Cartacho

O Edifício Cartacho e sua empena de 652m² estão localizados na histórica Rua dos Caetés. O prédio foi construído na década de 50 e faz parte do conjunto arquitetônico modernista de BH.

Conhecida por ser o primeiro grande corredor comercial da cidade, a Rua dos Caetés possui mais de 50 imóveis tombados pelo Patrimônio Cultural. Entre casarões e edifícios, que datam desde a inauguração da capital até a década de 70, a via faz parte do cotidiano de milhares de pessoas que passam por ali todos os dias e que, em breve, terão mais um motivo para se lembrar dessa parte histórica do Centro de BH.

Entre 22 de setembro e 4 de outubro, o Edifício Cartacho receberá uma nova obra de arte pública da cidade criada pela artista mineira Lidia Viber.

– Ed. Itamaraty

Construído na década de 60, O Edifício Itamaraty vai entrar para a história do CURA e receberá a maior obra de arte pública já criada no festival, com uma área total de 1.892m².

Atualmente, esse título pertence à artista Milu Correch e sua pintura de 1.792m² na empena da Garagem São José. Juntos, Itamaraty e São José formam uma esquina icônica para a arte urbana com quase 4mil m² de mural.

Vizinho do tradicional Hotel Othon Palace, na Avenida Afonso Pena, o prédio pode ser visto do Mirante CURA, na Rua Sapucaí, e também vai inaugurar um novo espaço para contemplação de arte urbana na cidade, a Praça Sete.

Entre 22 de setembro e 4 de outubro, o artista Robinho Santana fica em BH cobrindo a fachada cega do Edíficio Itamaraty e promete emocionar a todos com seu trabalho.

– Ed. Levy

Localizado na Avenida Amazonas, o Edifício Levy carrega consigo uma parte essencial da história da música mineira e, nesta edição do CURA, sua empena de 1.005,9m² também receberá uma nova obra de arte pública.

Tudo começou em 1963, quando Milton Nascimento se muda de Três Pontas para BH e vai morar em uma pensão no Edifício Levy. Num apartamento vizinho, viviam os irmãos Borges: Marilton, Márcio e Lô, que se tornariam seus grandes amigos e parceiros. Ali nascia o Clube da Esquina e, agora, essa história se cruza também com a do Cura.

Esse edifício, tão simbólico para Belo Horizonte, receberá a arte de Daiara Tukano, a primeira artista indígena do Brasil a pintar uma empena.

A nova pintura poderá ser vista de dois pontos: Mirante CURA da Rua Sapucaí e Praça Sete, um território de grande importância para vários indígenas que vivem em BH, onde a tradição do artesanato se mantém viva.

– Ed. Almeida

Na esquina da avenida Santos Dumont com a rua São Paulo, está localizado o Edifício Almeida, o quarto prédio a se transformar com as novas obras de arte pública que serão produzidas durante o CURA 2020.

Inaugurado em 1968, o Almeida nasceu como um edifício comercial e funcionou assim até 2004, quando foi desativado. Seus corredores e salas permaneceram vazios durante 13 anos, em pleno Centro da cidade.

Essa história muda em 2017. Graças a uma iniciativa da Revista Ernesto, vários artistas e criativos de BH se uniram para ocupar as instalações do prédio e fundaram o Almeida Centro de Inspiração, ressignificando o espaço e buscando resgatar o afeto pelo Centro por meio da arte e da cultura.

Foram meses de intensas atividades, colaborações, encontros e trocas até que, novamente, foi preciso fechar as portas.

Entre 22 de setembro e 4 de outubro, a fachada cega de 428,9m² do edifício será ocupada pelo artista selecionado da convocatória pública, Diego Mouro.

Aqui, a relação completa das obras do Cura – Circuito Urbano de Arte

Centro de Belo Horizonte

» Edifício Príncipe de Gales

Rua dos Tupinambás, 179

Artista: Davi Melo Santos (DMS)

» Garagem São José

Rua dos Tupis, 70

Artista: Milu Correch

» Edifício Tapajós

Avenida dos Andradas

Artistas: Tereza Dequinta e Robézio Marqs (Acidum Project)

» Edifício Satélite

Rua da Bahia

Artista: Thiago Mazza

» Edifício Trianon

Rua da Bahia

Artista: Marina Capdevilla

» Hotel Rio Jordão

Rua Rio de Janeiro

Artista: Priscila Amoni

Amazonas Palace Hotel

Endereço: Av. Amazonas, 120

Artista: yuro 

Edifício Satélite

Endereço: Rua da Bahia, 478

Artista: Comum (Belo Horizonte)

Edifício Chiquito Lopes

Endereço: Rua São Paulo, 351

Criola (Belo Horizonte) 

Empena das Letras (vários artistas)

Curadoria: Surto e Nica

Edifício Satélite

Endereço: Rua da Bahia, 478

Cura Edição Lagoinha

Elian Chali (Córdoba, Argentina) – Av. Pres. Antônio Carlos no 561

Bolinho (Floresta/BH/MG) – Ed. Novo Rio  – Rua Diamantina no 645

Zé d Nilson (Lagoinha/BH/MG) – Ed. Novo Rio – Rua Diamantina no 645 

Luna Bastos (Teresina/PI) – Órbi Conecta – Av. Pres. Antônio Carlos, no 681

Wanatta (Alto Vera Cruz/BH/MG) – Mirante Lagoinha – Rua Diamantina s/n (próximo ao no 720)

Rupestre Crew (Lagoinha/BH/MG) – Mirante Lagoinha  – Rua Diamantina s/n (próximo ao no 720)

Saulo Pico (Lagoinha/BH/MG) – Mirante Lagoinha  – Rua Diamantina s/n (próximo ao no 720)

Nila Kaiowá (Mateus Leme/MG) – Armazém 08 – Rua Francisco Soucasseaux no 08

Gabriel Dias (Tupi/BH/MG) – Restaurante do Luiz Atleticano – Rua Itapecerica no 904

Fênix (Contagem/MG) – Muro ed. Novo Rio  – Rua Diamantina no 645 /Parceria Museu de Rua

Priscila Amoni (Colégio Batista/BH/MG) – Casa Manuel Felipe  – Rua do Serro na 190

Sobre Cura 2020

A 5ª edição do Cura – Circuito de Arte Urbana acontece entre os dias 22 de setembro e 04 de outubro em Belo Horizonte. Desta vez, serão pintadas 04 empenas no hipercentro da cidade, que também receberá outras intervenções artísticas. Por conta da pandemia, o restante da programação acontece exclusivamente online. E ela está intensa.

Neste ano, o festival convidou duas artistas para compor a comissão curadora: Arissana Pataxó, de Coroa Vermelha – Cabrália, e Domitila de Paulo, de BH. Elas, juntamente com as criadoras do festival – Janaína Macruz, Juliana Flores e Priscila Amoni – são os nomes por trás de tudo. O festival defende a resistência através da arte e cuidado com as pessoas, afetos e natureza e decide por uma curadoria que se aprofunda em um Brasil que não é somente urbano, trazendo artistas de diversas regiões e por isso com perspectivas estéticas diversas no seu lineup de obras públicas e também na Galeria CURA. É urgente ouvir as vozes que apontam outros caminhos.

Na Rua

Diego Mouro (São Bernardo do Campo/ SP) – o selecionado da convocatória promovida pelo festival – Lídia Viber (Belo Horizonte/MG), Robinho Santana (Diadema/SP) e Daiara Tukano (São Paulo/SP) são os artistas responsáveis pelas artes nas empenas dos edifícios Almeida, Cartacho, Itamaraty e Levy respectivamente. Todas visíveis da rua Sapucaí, bairro Floresta, consolidando o Mirante CURA na rua Sapucaí com 14 murais gigantes.

Bandeiras produzidas pelos artistas Denilson Baniwa (Bercelos/AM), Randolpho Lamonier (Contagem/MG), Célia Xakriabá (São João das Missões/MG), Ventura Profana (Salvador/BA) e Cólera e Alegria (diversos/Brasil) serão instaladas no antigo prédio da Faculdade de Engenharia da UFMG. A obra também será vista do Mirante CURA.

Já os arcos do icônico Viaduto Santa Tereza recebem uma escultura inflável de Jaider Esbell (Normandia/RR).

Online  www.youtube.com/CURACircuitoUrbanodeArte

Toda a programação virtual do Cura 2020 é gratuita e acessível. Uma programação diversa, que discute a atualidade e traz nomes em destaque no cenário nacional, entre eles Preta Rara, rapper e arte-educadora, importante nome do feminismo negro brasileiro e Ailton Krenak, uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro.

28/09 – segunda-feira, 19h30

Bate Papo – Imaginar caminhos: ocupando o mercado de arte contemporânea 

Convidados: Thiago Alvim e Comum, artistas e idealizadores do JUNTA; Cristiana Tejo, curadora e uma das idealizadoras do Projeto Quarantine; Micaela Cyrino, artista visual e integrante da Nacional Trovoa. 

Mediação: Fabiola Rodrigues, MUNA – Mulheres Negras nas Artes

29/09 – terça-feira, às 19h30

Bate Papo – Transformando, ocupando e criando novas narrativas: os olhares de artistas, curadores e pesquisadores contra o colonialismo sobre suas produções

Convidadas: Nathalia Grilo Cipriano, pesquisadora de cultura e cosmovisões negro-africanas, editora da revista digital diCheiro; Ventura Profana, escritora, cantora, performer e artista visual; Sandra Benites, antropóloga, arte-educadora e curadora-adjunta do MASP – Museu de Arte de São Paulo.

Mediação: Luciara Ribeiro, educadora, pesquisadora e curadora independente.

30/09 – quarta-feira, às 19h30

Aulão – O hip-hop resiste

Com Preta Rara, rapper, historiadora, turbanista, e influenciadora digital.

01/10 – quinta-feira, às 19h30

Bate Papo – Arte e Vida, Arte é Vida

Covidados: Maurinho Mukumbe, ferreiro; Ibã Hunikuin (Isaías Sales), txana, mestre dos cantos na tradição do povo huni kuin e pintor. Integra o coletivo MAHKU – Movimento dos Artistas Huni Kuin; Bordadeiras do Curtume (Vale do Jequitinhonha).

Mediação: Célia Xakriaba, professora e ativista indígena

02/10 – sexta-feira, às 19h30

Aulão – A Vida não é útil

Com Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista e escritor brasileiro. É considerado uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro, possuindo reconhecimento internacional.

Galeria de Arte Virtual

A Galeria de Arte CURA vai funcionar no site www.cura.art durante o período do festival com mais de 30 artistas de todo o Brasil, que terão suas obras expostas e disponíveis para compra. Entre eles artistas que já participaram de outras edições do CURA ou participam desta edição como Thiago Mazza e Davi DMS (Cura 2017), Criola (Cura 2018), Luna Bastos (Cura 2019) e Diego Moura (Cura 2020) e artistas contemporâneos entre eles Heloísa Hariadne (São Paulo/SP); Mulambö (Saquarema/RJ), Alex Oliveira (Jequié/BA) e Luana Vitra (Belo Horizonte/MG).

Sobre o Cura

O Circuito Urbano de Artes completa sua quinta edição e, com esta, serão 18 obras de arte em fachadas e empenas, sendo 14 na região do hipercentro da capital mineira e quatro na região da Lagoinha, formando, assim, a maior coleção de arte mural em grande escala já feita por um único festival brasileiro.

O CURA também presenteou BH com o primeiro, e até então único, Mirante de Arte Urbana do mundo. Todas as pinturas realizadas no hipercentro podem ser contempladas da Rua Sapucaí.

www.facebook.com/curafestival

www.instagram.com/cura.art

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