Estão abertas as inscrições para a oficina “Fotografando Vibrações” que será oferecida de forma totalmente gratuita para jovens e adultos deficientes visuais e de baixa visão, de todas as idades, residentes na Região Metropolitana do Recife. O curso acontecerá de forma presencial de 26 de julho a 25 de agosto, na Associação Pernambucana de Cegos (Apec), em Recife.

Os interessados em participar têm até o próximo dia 25, às 15 horas, para acessar o link https://forms.gle/RZaYWAX7tYcpid9n9. A iniciativa é possível graças ao edital do Fundo Pernambucano de Incentivo à Cultura (Funcultura) da Secretaria de Cultura do Recife. O resultado das inscrições será divulgado também no dia 25 na página do instagram do projeto @fotografandovibracoes e através do contato direto com cada participante selecionado.

A formação é composta por dinâmicas de grupo, práticas fotográficas individuais e em grupo, aulas expositivas com exibição de vídeos e leituras dirigidas.  Durante as aulas práticas, os alunos irão experimentar diversos tipos de equipamentos luminosos analógicos e digitais na criação de “pinturas com luz” como um artefato baseado no Sequential Wave Imprinting Machine (SWIM), um dispositivo tecnológico que capta e traduz sinais eletromagnéticos tornando-os visíveis em fotografias de longa exposição. Ao todo, serão 40 horas aulas realizadas durante as terças e quintas-feiras, das 13 às 17h.

O principal objetivo da capacitação é promover a cidadania e a participação plena e efetiva das pessoas com deficiência visual na convivência social através da troca de experiências sensíveis apresentadas nos trabalhos de diversos fotógrafos e artistas cegos como, por exemplo, Evgen Bavcar, Pete Becket e Henry Butler. Para o mestre em Artes Visuais, idealizador do projeto e um dos educadores, Felipe Ferreira, primeiro brasileiro integrante da Light Painting World Alliance – uma organização sem fins lucrativos focada na promoção da pintura com luz – a oficina é uma oportunidade para que esse público desenvolva a cognição espacial e o empoderamento dos seus discursos.  Nas aulas, os alunos irão ampliar a autonomia sobre as formas de expressão no mundo.

“Nossa idéia é estimular a construção de uma rede de afetos e suporte entre pessoas videntes e não videntes e construir imagens fotográficas que representem o universo vibratório composto por ondas de rádio, wi-fi, som, eletricidade, entre outros no qual todas as pessoas estão imersas. Queremos, a partir do produto final que são as fotografias,  provocar nos videntes o sentimento de atenção ao universo invisível, algo corriqueiro para quem não enxerga”, pontua a educadora audiovisual, cineclubista, diretora de fotografia e produtora, Juliana Gleymir, que é produtora e educadora da oficina juntamente com Felipe.

 O projeto da oficina “Fotografando Vibrações” também será realizado na cidade de Caruaru, no agreste do Estado, em data a ser definida, o que irá possibilitar a difusão e interiorização da prática, além de ampliar o acesso ao público que tem alguma limitação para enxergar. Em ambas as atividades, os monitores contarão com uma equipe de acessibilidade que estará atuando no suporte para possibilitar a compreensão de todo o conteúdo teórico da oficina e da prática de produção de fotografias pelos participantes. A equipe irá utilizar tecnologias assistivas, audiodescrição de imagens, QR code, texturas com materiais diversos e adaptação táctil de artefatos e equipamentos fotográficos para reconhecimento das ferramentas disponíveis e de seus elementos constituintes, e câmeras fotográficas desmontadas para contato dos participantes com suas partes.   

Sobre os monitores:


Felipe Ferreira é mestre em Artes Visuais e pesquisa o processo de criação utilizando a luz como meio expressivo. Seus esforços comungam na difusão da realidade mediada e na compreensão da luz como veículo estético, tecnológico e sagrado. Graduado em Comunicação Social, possui especialização em marketing e fotografia. É sócio-colaborador do Instituto de Ecologia Humana – IEH, onde atua nas áreas de educomunicação e arte-educação. Primeiro brasileiro a fazer parte da Light Painting World Alliance, lançou o ebook Light PE Painting (2015) e Catimbaluz: sensibilizando o olhar ambiental (2021).


Juliana Gleymir é educadora audiovisual, cineclubista, diretora de fotografia e produtora. Graduada em Cinema e Audiovisual na Universidade Federal de Pernambuco. Coordena as exibições do projeto Cineclube Alumia e Cineducar – Seminário de Cinema e Educação. Tem atuação em ações de cinema e educação como Cartas ao Mundão, Cine Luzia, Cine Córrego e Movimenta Cineclubes. É realizadora e diretora de fotografia dos curtas metragens em documentário “Cidade Delírio”, pelo Atelier Varan (FR), e de “Luto é Luta”. Atuou como diretora de fotografia em “Estudos sobre Traduzir-me”, de Rosa Fernanda. Foi assistente de produção no filme “Aqueles que se foram”, de Bruno Christofoletti, e no X Festival Janela Internacional de Cinema.  Membro da Federação Pernambucana de Cineclubes – FEPEC, atualmente é representante no Conselho Consultivo de Audiovisual.

SERVIÇO:
Oficina “Fotografando Vibrações”


Inscrições: até 25 de julho, às 15h, pelo link https://forms.gle/RZaYWAX7tYcpid9n9 
Resultado das inscrições: Dia 25.07 na página do instagram @fotografandovibracoes
Público-alvo: jovens e adultos deficientes visuais e de baixa visão, de todas as idades.

Aulas: Terças e quintas, de 26 de julho a 25 de agosto.
Horário: 13h às 17h
Carga horária: 40 horas
(Curso gratuito com certificado)
Informações: fotografandovibra[email protected]