Artistas fazem releitura do clássico Vida Boa, lançado há mais de 30 anos
Bia Villa-Chan vem conquistando o respeito e a admiração por onde passa pela firmeza vocal, expressividade em palco e pelas inspiradas performances com o bandolim, seu principal instrumento. Autodidata, a cantora e multi-instrumentista lançou o EP Pedacinho de Mim, gravado no início de 2018, e colheu frutos, recebendo o Prêmio da Música Pernambucana na categoria melhor cantora MPB e o Troféu Gonzagão, entregue em 21 de agosto, em Campina Grande. Gravou Pirata José, com o compositor, Alceu Valença, tornou-se sensação do carnaval recifense ao puxar trio elétrico no desfile do Galo da Madrugada e agora lança, junto com Armandinho Macêdo, uma releitura do clássico Vida Boa.
O novo single da cantora foi composto por Fausto Nilo e Armandinho Macêdo, com participação da famosa guitarra baiana dele, um dos integrantes originais da lendária A Cor do Som. Bia conheceu Armandinho depois de o cantor ver um vídeo dela em um dueto com o Maestro Spok sobre “Coisas que só Pernambuco Tem”. A ponte foi feita através do compositor pernambucano Don Tronxo, autor de Morena Jambê, música com a qual presenteou a multi-instrumentista.
“Ele queria que Armandinho colocasse a guitarra baiana na música e conversou com ele, disse que seria gravada pela pernambucana Bia Villa-Chan. Aí Armandinho disse que já tinha visto um vídeo e que queria gravar junto. Trocamos mensagem e ele topou vir e fazer também um vídeo. Ele foi bastante generoso. Aqui, regravamos o sucesso dele Vida Boa, dando a cara de Pernambuco ao frevo baiano. Fizemos uma intensa pesquisa para encontrar uma composição que fosse mais universal. Vida Boa tem letra de Fausto Nilo com música de Armadinho. Pedi para mudar a música e imprimir a minha personalidade, com minha identidade e relembrando o que ele fez pela música”, recorda Bia.
A música é uma das composições do EP Girassons. O disco tem ainda Pirata José e outras duas releituras: Duda no Frevo, de Senô, e Feira de Mangaio, de Sivuca e Glorinha Gadelha. E três inéditas: Aldeia, de Nosly Marinho e Zeca Baleiro, Rumo do Céu e do Mar, de Edinho Queiroz, Dom Tronxo, Marcondes Savio e Gilvandro Filho, e Morena Jambé, de Don Tronxo, Edinho Queiroz e Marcondes Savio, também com participação de Armandinho Macêdo.
Bia Villa-Chan começará o ano de 2020 com eventos e ações voltadas para a maior festa popular do mundo: o carnaval. Na agenda, a recifense já acertou o comando, pelo segundo ano consecutivo, de um trio no desfile do do Galo da Madrugada. Para a ocasião, ela terá como convidado especial Armandinho Macêdo, que é filho de Osmar Macêdo, simplesmente o criador, ao lado de Dodô, desse palco ambulante chamado trio elétrico. E, no domingo seguinte, seguirá para Salvador, onde participará dos festejos na capital baiana.
TRAJETÓRIA
Despontando como um dos nomes promissores do mercado nacional, a veia artística de Bia tornou-se visível ainda na mocidade, quando acompanhava o avô, o músico Heitor Villa-Chan, tocar bandolim em sua casa. Carregando na memória toda a ligação afetiva com os sons, a artista agrega em seu currículo a formação em violão clássico no Centro de Artes e Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). O bandolim não é o único instrumento que domina. Ela também toca guitarra, contrabaixo, bateria, clarinete, sax, piano. De fato, uma multi-instrumentista.
“Fui inserida neste universo pelo meu avô, minha maior referência. Era grande apreciador da música instrumental, ouvia e tocava músicas de alta complexidade técnica. E foi com ele que dei meus primeiros passos, tirando as notas por meio da observação das interpretações primorosas dele”, comenta Bia.
Em 2018, a artista deu um dos mais importantes passos em sua carreira, quando gravou seu primeiro EP, intitulado Pedacinho de Mim. O trabalho contava com seis faixas, sendo elas: a homônima Pedacinho de Mim, A Viagem, Amálgama, Bossa Pra Bia, Perdida; e Recife Nagô. A obra conta com a direção musical de Cesar Michiles e composições de Jota Michiles, Daniel Bruno, Marco Mirti e Antônio Siqueira Campos. O álbum está disponível para download e reprodução nas plataformas digitais Spotify e Deezer.
“Este disco é o primeiro trabalho que, de fato, externou minha arte e quem sou, cumprindo muito bem a missão de um sonho acalentado há anos. Mostrá-lo ao público foi uma realização imensurável”, considera a cantora.
Com uma agenda repleta de shows durante o período carnavalesco de 2019, Bia Villa-Chan tornou-se um dos nomes mais falados entre os apreciadores da boa música. A maratona de apresentações começou em janeiro, quando foi convidada para participar da primeira Quinta do Galo, na sede do Galo da Madrugada, ao lado do Maestro Spok. Desde então, a cantora vem ganhando cada vez mais espaço entre os principais eventos pernambucanos.
Durante o aquecimento para a folia, Bia também participou de uma edição do projeto “Ensaios de Carnaval”, no qual dividiu o palco com o cantor André Rio e o Bloco das Ilusões. Já em fevereiro, a cantora foi convidada para ser o Talismã de um dos bailes mais consagrados da capital, o Baile dos Artistas. Na ocasião, a artista não deixou ninguém parado ao convidar a apresentadora Fátima Bernardes e o namorado da apresentadora global, o deputado federal Túlio Gadelha, para dançar e comandar a festa com ela.
Bia também foi uma das estrelas da prévia “Olinda Tropicana”, na Cidade Alta, em Olinda, onde, a convite de Alceu Valença, fez uma apresentação. Foi com ele também que a multi-instrumentista criou uma nova versão do sucesso Pirata José, que, além dos novos tons, contou com a gravação de um clipe. Como esperado, o resultado foi um sucesso e passou a ser um dos destaques do repertório de Bia Villa-Chan no Carnaval.
Próximo ao período do Momo, uma surpresa: o convite do cantor Belo Xis para abrir, ao lado dele, a maior festa popular do mundo no Marco Zero. Já no dia seguinte, em 2 de março, Bia Villa-Chan foi um dos destaques do desfile do Galo da Madrugada, no qual levou o público ao delírio ao comandar, pela primeira vez, um trio.
Ainda nesse período, Bia Villa-Chan lançou a música instrumental e com tons de frevo intitulada “Duda no Frevo” e realizou dois shows no arquipélago de Fernando de Noronha, em dois espaços de renome na ilha: no Projeto Tamar e na Pousada Zé Maria, sendo nesse último durante o tradicional festival gastronômico.