Nove anos após o lançamento do álbum “Abraçaço”, Caetano Veloso lança seu mais recente disco de inéditas – e anuncia nova turnê. “Meu Coco”, que chegou às plataformas digitais em outubro de 2021, leva o artista baiano, um dos maiores nomes da MPB, de volta aos palcos do Brasil. Recife recebe única apresentação, dia 28 de maio, no Teatro Guararapes. Os ingressos estarão à venda a partir das 9h desta quarta-feira, dia 22 de dezembro (serviço abaixo).


Aos 79 anos, com mais de cinco décadas de carreira e de 50 obras em sua discografia, Caetano escreveu uma carta na qual fala sobre o processo de criação de “Meu Coco”, gravado em estúdio caseiro em decorrência do isolamento causado pela pandemia.


+ Escute aqui o álbum: https://smb.lnk.to/MeuCoco
+ Assista no Youtube: https://youtube.com/playlist?list=PLnuz8edU58iTrsWxNBtYQow1CYXlIlZcy



Sobre as 12 músicas do disco, que acaba de ser anunciado pela APCA (Associação Paulista dos Críticos de Arte) como um dos 50 melhores álbuns brasileiros lançados em 2021, o compositor diz:

Cada faixa do novo álbum tem vida própria e intensa. Se “Anjos Tronchos” tem sonoridade semelhante à de Abraçaço, o último disco que fiz antes deste, “Sem Samba Não Dá” soa à Pretinho da Serrinha: uma base de samba tocada por quem sabe – e a sanfona de Mestrinho, que comenta as fusões de música sertaneja com samba tradicional. Uma discussão sobre o (não) uso da palavra “você” pela brilhante jovem fadista Carminho virou o fado midatlântico “Você-Você”, que ela terminou cantando comigo – e ganhou bandolim sábio de Hamilton de Holanda fazendo as vezes de guitarra portuguesa. Há “Não Vou Deixar”, com célula de base de rap criada no piano por Lucas e letra de rejeição da opressão política escrita em tom de conversa amorosa.  

“Pardo”, cujo título já sugere observação do uso das palavras na discussão de hoje da questão racial, teve arranjo de Letieres Leite, baiano, sobre a percussão carioca de Marcelo Costa. “Cobre”, canção de amor romântico, fala da cor da pele que compete com o reflexo do sol no mar do fim de tarde do Porto da Barra. Jaques Morelenbaum, romântico incurável, veio orquestrá-la. Mas também tratou de “Ciclâmen do Líbano”, com fraseado do médio-oriente salpicado de Webern. Devo Lucas a meu filho Tom: os dois fazem parte da banda Dônica; devo a atenção a novas perspectivas críticas a meu filho Zeca; devo a intensa beleza da faixa “GilGal” a meu filho Moreno: ele fez a batida de candomblé para eu pôr melodia e letra que jáse esboçava mas que só ganhou forma sobre a percussão. E eu a canto com a extraordinariamente talentosa Dora Morelenbaum. 

Este é um disco de quantidade e intensidade. “Autoacalanto” é retrato de meu neto que agora tem um ano de idade. Tom, o pai dele, toca violão comigo na faixa. A nave-mãe, “Meu Coco”, guardou algo da batida imaginada, agora com percussão de Márcio Vitor. Mas o arranjo de orquestra que a ilumina foi feito por Thiago Amud, um jovem criador carioca cuja existência diz tudo sobre a veracidade do amor brasileiro pela canção popular.     



SERVIÇO:
Caetano Veloso com a turnê “Meu Coco”
Dia 28 de maio de 2022 (sábado), às 21h
Teatro Guararapes: Centro de Convenções de Pernambuco
Informações: 81 3182.8020

Ingressos à venda a partir das 9h de 22 de dezembro.
Plateia especial: R$ 380 e R$ 190 (meia)
Plateia: R$ 320 e R$ 160 (meia)
Balcão: R$ 260 e R$ 130 (meia)

Ponto de venda: bilheteria do teatro, site Sympla e lojas TicketFolia

Realização: Estandarte Eventos