Isolamento social e home office contribuíram para a mudança de percepção em relação aos ambientes e residenciais
A pandemia de Covid-19 impôs uma nova e dura realidade ao mundo. Isolamento social, home office, uso de máscaras, revisão de prioridades e valores. No entanto, ela também trouxe um novo olhar para a experiência da moradia e sobre a relação de interação do ser humano com o lugar onde mora.
A necessidade de se passar mais tempo em casa e redefinir esse local como seguro, aconchegante, de refúgio, além de local de trabalho, tem mudado a percepção de quem busca um imóvel, que pode até ser compacto, mas precisa agregar atributos para atender às demandas do novo normal. É o que avalia o especialista no mercado imobiliário e diretor da URBS Imobiliária, Ricardo Teixeira. Segundo ele, os novos projetos já começaram a investir mais em espaços abertos nos empreendimentos.
Um estudo realizado pelo Imovelweb com 1.829 pessoas, divulgado em abril deste ano, aponta que 78% delas têm o desejo de trocar de imóvel diante do cenário atual. Do total de pessoas ouvidas, 38,39% apontaram que têm preferência por imóveis que tenham um quintal ou um terraço; 27,22% procuram uma varanda; 26,91% querem um imóvel maior; 21,48% querem mais ambientes e 16,68% buscam por um jardim.
Segundo Teixeira, o equilíbrio entre a metragem dos imóveis e a disponibilidade de outros benefícios agregados ao ambiente, tanto residencial quanto comercial, é fundamental. Para ele, essas mudanças na procura por imóveis mais amplos e abertos, impulsionadas pela pandemia de Covid-19, reforçam a tendência e dão continuidade no conceito de integração de ambientes. Segundo ele, isso também envolve maior contato com a natureza e elementos mais naturais.
“Estamos percebendo um aumento no tamanho das varandas, balcões, espaços integrados, para que haja mais ventilação e iluminação nos locais. Essa tendência ocorre também nas áreas comuns, com espaços mais abertos e multifuncionais. Com toda essa transformação e ressignificação pela qual passamos, notamos até ambientes para trabalhar o lado espiritual, investimento em espaços com muita água, contato com a natureza, elementos mais naturais como pedras, entre outros, também já estão sendo implantados nos novos empreendimentos após as novas necessidades do mundo”, afirma.