Sintoma integra o Burnout, transtorno que passou a valer como doença ocupacional e demanda comprometimento das empresas com o bem-estar dos profissionais

A rotina agitada, principalmente no ambiente de trabalho, com o excesso de demandas e carga horária, tem sido um dos fatores causadores do cansaço de profissionais de diversas áreas. Pesquisa recente da Betterfly, que incluiu o Brasil como objeto de escuta, constatou que cerca de 54% dos trabalhadores entrevistados sofrem de exaustão e 50% deles de sobrecarga.

Esse esgotamento, que é físico e mental, integra a síndrome de Burnout. O distúrbio emocional tem se tornado cada vez mais comum, tanto que a Organização Mundial da Saúde passou a considerá-lo, em 2021, como doença ocupacional. “É importante falarmos sobre isso para que os funcionários possam reconhecer sua situação, mas também para que as empresas estejam atentas”, analisa a psicóloga e professora da Faculdade Nova Roma, Juliana Pinheiro. 

De acordo com ela, o engajamento das organizações é crucial no bem-estar das relações e ambientes de trabalho. “Elas devem promover políticas e práticas que gerem uma escuta aberta, a melhoria do clima organizacional e o apoio dos líderes junto as suas equipes. Esse cuidado reflete no maior engajamento e sentimento de pertencimento”, exemplifica.

Além dessas características, outro fator pode contribuir para o sentimento de cansaço e exaustão: a percepção negativa sobre o trabalho, desde a empresa até as funções e carreira desse trabalhador. “Entender como se deu essa escolha, se realmente a pessoa tem perfil adequado e se sente realizada na profissão, se tem identificação com a atividade e a empresa são alguns questionamentos importantes que precisamos fazer ao analisar a saúde do trabalhador”, conta.

O diagnóstico precisa ser referenciado por um profissional. Apenas psicólogo ou psiquiatra pode atestar a síndrome e dar início ao tratamento, que vai variar de acordo com o indivíduo. “Há empresas que incluem em seus programas de bem-estar o atendimento com esses profissionais, e isso pode ajudar não só a diagnosticar como prevenir. Essa medida, junto com as demais ações voltadas para a saúde das pessoas e dos ambientes, é necessária”, pontua.