Brune sintetiza suas vivências enquanto um corpo híbrido, fluido, não-binário e latinoamericano em suas músicas. Seu primeiro single, “Lua Azul”, parte do pessoal para o coletivo, refletindo sobre a crise ambiental no Brasil de 2020 e a forte conexão entre a natureza e nossas vidas. A faixa já está disponível para streaming e o clipe, no YouTube.

Assista a “Lua Azul”: https://youtu.be/rhUo1i8ZTgc

Ouça “Lua Azul”: https://tratore.ffm.to/luaazul

Mesclando referências de poesia, dança e música, tudo se encontra em Brune. A letra é acompanhada de cordas, o ritmo movimenta os quadris, as marés e as rimas. A palavra como força motriz, condutora, se une com a música para expressar o processo de destruição da natureza, desde as florestas queimadas às águas poluídas e à seca. “Como uma nave a buscar os sobreviventes, paira no céu uma lua azul, signo de esperança. Uma luz a iluminar a noite”, resume Brune.

“Lua Azul” surgiu de uma busca por transformar poemas em música. Das queimadas na Amazônia, que chamaram atenção mundialmente em 2019, passando pelo fogo que consome o Pantanal em 2020, surgiram questionamentos diante da devastação. Em 2021, ela lançará um EP chamado “Ametista”, transformando esses conceitos em tons intimistas. Com produção de Leonardo Gumiero e participação dos músicos Bárbara Maciel (guitarra) e Tiago Barbosa (bateria), o EP contará com artistas convidados como Klüber e Mayah.

“O lançamento dessa música se dá em um momento politicamente conturbado, no qual diversas dificuldades aparecem, mas também a saída: arte, cultura. Curitiba, que é a cidade onde nos encontramos, vive uma crise hídrica, as represas estão quase vazias, situação que também buscamos documentar no clipe. Além disso, a nível nacional observa-se um enorme descaso com a população, que morre por Covid ou fome, além de um estado inteiro sem energia elétrica. Todos os dias alguma família negra chora de luto por algum parente. Semana passada, vi professores ficando mais de uma semana sem comer em greve e ninguém se importando com isso. Fica a pergunta, que mãe alimentará os sobreviventes?”, questiona Brune, citando a letra da música. 

Não por acaso, suas maiores influências mesclam artistas que dialogam com essas questões musicais e poéticas, de Luiza Lian, MC Tha, Luedji Luna e Ludmilla, passando pela oralidade presente nas obras de João Cabral de Melo Neto e Hilda Hilst. Brune se dedica à poesia, composição, performance e organização de encontros culturais – o Constelar Sarau Colaborativo e o Erótico Sarau.

A inspiração vem de sua vivência enquanto pessoa não-binária, mas também de experiências vividas por caminhos do Uruguai, Argentina, Bolívia, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, sempre como artista de rua. Percorrer o sertão e as estradas latinoamericanas serviram de autoconhecimento e bagagem para informar suas criações poéticas. 

No ano passado, Brune iniciou o selo Tripa de publicação independente, para a criação coletiva de fanzines e circulação de poesia independente LGBTQI+. Agora, se prepara para revelar seu trabalho com “Lua Azul”, já disponível para audição e como clipe.

Assista a “Lua Azul”: https://youtu.be/rhUo1i8ZTgc

Ouça “Lua Azul”: https://tratore.ffm.to/luaazul

Ficha técnica

Composição: Brune

Vocal: Brune

Backing vocal: Lídia Moura

Baixo/guitarra: Barbara Maciel

Bateria/percussão: Tiago Barbosa

Teclados, violão e percussão: Leonardo Gumiero

Preparação vocal: Kluber

Produção musical: Barbara Maciel

Gravação: Camcoom Studios e Gume Studio, Curitiba

Mixagem: Leonardo Gumiero

Masterização: Leonardo Gumiero

FICHA TÉCNICA Clipe

Gravação e edição: Ácida Produtora

Direção de arte: Lis Guedes e Juliana Janeiro

Roteiro: Brune e Lis Guedes

Performers: Brune, Mazi Moretto e Majo Farias

Figurino: Fernanda Bueno

Maquiagem: Marina Diniz

Cabelo: Hair cut of Brenda 

Letra

Levita a poeira vermelha

Que veste o corpo-de-sal

A praia extensa não há de ser tão grande

Que não caiba na minha mão

O dorso dourado reflete o sol

Na água espelhos, cais

Mundo se desfaz

Ainda não se sabe que mãe

Alimentará os sobreviventes

Espera-se que venha alguém

E embale nossas noites de sono

Com antigas cantigas da serra

Espera-se que venha aquela lua azul

Pra contemplar o espaço

Sideral

Desarmando o corpo de metal

Que ora desperta e flutua.

Ainda não se sabe que mãe alimentará

Os sobreviventes

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