Apesar de ter registrado um aumento no número de empresas que estão conseguindo obter lucro, a nova pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) sobre o mês de maio revela dados preocupantes. De acordo com o levantamento, 44% das empresas de alimentação fora do lar, ou seja, quase metade dos estabelecimentos ouvidos, estão com dívidas vencidas com impostos, fornecedores ou serviços públicos.

Destas, 83%, o que representa 4 em cada 5 empresas, devem impostos federais, como imposto de renda, PIS/COFINS ou parcelas do Simples. 61% devem impostos estaduais, 26% encargos trabalhistas, 30% taxas municipais, 26% serviços de água, luz, gás e telefonia, 30% têm débitos com fornecedores de insumos e 30% estão com o aluguel atrasado.

Segundo o levantamento, o índice dos estabelecimentos que trabalharam no prejuízo em maio é um pouco maior, 23%. No entanto, cresceu também o número de empresas realizando lucro, passando de 38% em abril para 41% em maio. Também caiu o número de bares e restaurantes trabalhando em equilíbrio, de 39% para 36%.

Diante do cenário, o presidente da Abrasel em Pernambuco, Tony Sousa, ressalta a importância de medidas de apoio e incentivo para os bares e restaurantes. “Infelizmente tivemos um aumento no número de empresas com pagamentos em atraso e isso é preocupante. O fato de 44% delas, o que representa quase metade do setor, não estarem conseguindo honrar as contas vencidas, é um sinal importante de alerta. Ainda mais preocupante é o fato de que, entre as empresas com débitos em atraso, 83% devem impostos federais. Embora seja um alento o aumento de estabelecimentos que estão conseguindo obter lucro, isso ainda não é suficiente. Os dados evidenciam os desafios enfrentados pelo setor e ressaltam a importância de medidas de apoio e incentivo para a recuperação e sustentabilidade dos bares e restaurantes”.

Mercado e mão de obra

A pesquisa revelou ainda que 46% dos bares e restaurantes pernambucanos pretendem contratar no segundo semestre do ano. 44% querem manter o quadro atual e apenas 6% indicaram que pretendem demitir. 4% ainda não planejaram ou não souberam responder.

Sobre os salários ofertados, 46% fizeram reajustes acima da convenção coletiva para atrair mão de obra, reter funcionários, premiar desempenhos e ajustar-se ao mercado.

97% das empresas revelam que contratam sem experiência, ou seja, quase a totalidade dos estabelecimentos ouvidos dá o primeiro emprego e capacita a mão de obra internamente. Além disso, 83% dos bares e restaurantes têm uma política, mesmo que informal, para reconhecer e promover talentos.

A pesquisa foi realizada com empresários pernambucanos do setor entre os dias 24 e 31 de junho.