Os médicos andam preocupados com o aumento de casos de miopia, que alcançou o patamar de epidemia em alguns países, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A entidade prevê que, a cada ano,cerca de 35% da população mundial esteja sofrendo com o problema e, em 2050, o número possa alcançar 52%.

Essa alteração refracional que prejudica a visão de longe era vista até pouco tempo como um problema de causa exclusivamente hereditária – ou seja, não havia muito o que fazer para combatê-lo. Mas a comunidade científica já pode afirmar que o estilo de vida também contribui para espalhar esse mal.

De acordo com o oftalmologista José de Barros, do Instituto de Olhos Clóvis Paiva, “a miopia está relacionada a um aumento no tamanho do órgão. É um erro refracional que ocorre quando o olho cresce demais. A refração não ocorre em cima da retina, como deveria ser, mas antes dela, deixando a visão de longe embaçada. É um problema que surge ainda na infância ou na adolescência.”

Além de ter a visão borrada para objetos distantes, ser míope aumenta o risco de problemas como descolamento de retina e degeneração macular, que pode levar à cegueira.

As causas do aumento de casos de miopia geram dúvidas entre os cientistas, mas já se sabe que há uma relação direta com o fato, por exemplo, das crianças passarem menos tempo em ambientes abertos, ficando cada vez mais tempo com os olhos voltados para telas de smartphone, tablet ou televisão.

Permanecer muitas horas em ambientes fechados é prejudicial não somente pela falta de estímulo à visão de longe, mas também pela ausência de luz solar, que auxilia a produção de dopamina, hormônio que ajuda a controlar o crescimento do olho.

Além disso, estudos mostram que a melatonina, o hormônio do sono, também é importante para manter o tamanho do olho saudável. Não respeitar o ciclo circadiano (de dia e noite, luz e escuridão) e não dormir o suficiente também podem favorecer o aparecimento de miopia.