O longa “As Polacas”, dirigido por João Jardim e produzido pela Migdal Filmes, será exibido na Mostra Brasil, dentro da programação da 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A primeira sessão será realizada no sábado, 28 de outubro, às 20h30, no CineSesc, com a presença do diretor. A segunda sessão ocorrerá na terça, 31 de outubro, às 13h30, no Reserva Cultural. “As Polacas” conta a saga da polonesa Rebeca (Valentina), uma mãe judia que vem ao Brasil com seu filho pequeno Joseph, e se torna alvo de Tzvi (Caco), dono de um bordel, envolvido com tráfico de mulheres.
Protagonizado por Valentina Herszage e Caco Ciocler, o filme teve sua primeira exibição no Festival do Rio, no dia 10 de outubro, e já ganhou teaser e cartaz. Com cenas que reconstituem o Rio de Janeiro do início do século XX e imagens documentais da época, a produção tem como mote a história real das “Polacas”, mulheres europeias, em sua maioria de origem polonesa, que eram enganadas com promessas de uma vida melhor e levadas a trabalhar em prostíbulos, ao desembarcar em países distantes. Algumas conquistas das polacas estão retratadas no filme, como a sua organização para assegurar direitos básicos, a Sociedade da Verdade, e também a construção de um cemitério para serem enterradas de acordo com suas crenças.
“Esse é um filme sobre a exploração sistêmica e estrutural da mulher. A trama traz o ponto de vista de Rebeca e as agressões física, emocional e patrimonial que sofre durante a jornada de escapar da pobreza e da violência, no caso dela, o antissemitismo. É a história de uma imigrante polonesa judia, mas que poderia ser da amiga, da colega de trabalho, da vizinha, da mulher ao lado. Dói assistir que um contexto retratado de um século atrás, mas que segue atual como nunca. Minha família tem origem polonesa e é judia, então tenho uma ligação muito importante com o filme. Recontar esse passado é uma chance de reescrever o presente.”, conta a produtora Iafa Britz, da Migdal Filmes.
“O filme retrata as dores e os absurdos a que as polacas, que eram escravas sexuais, estavam sujeitas, mas também mostra como a união e a organização – a sororidade, no caso das mulheres – são uma poderosa estratégia de combate à violência. ‘As Polacas’ atravessa temas atuais e urgentes, como o tráfico de pessoas e os refugiados. É uma grande honra mostrar este filme em primeira mão no Festival do Rio.”, explica o diretor João Jardim, que também assina longas como “Getúlio” (2014) e o docudrama “Amor?” (2011).
Além de Caco Ciocler e Valentina Herszage, o longa reúne no elenco principal as atrizes que interpretam as polacas: Dora Freind, Clarice Niskier, Anna Kutner e Isis Pessino. Já entre os atores destacam-se Amaurih Oliveira, como o capataz do bordel, e Otavio Muller, como o delegado local.
“As Polacas” tem roteiro de Jacqueline Vargas e Flavio Araújo, com roteiro final de George Moura. A história é livremente inspirada nas obras “El Infierno Prometido”, de Elsa Drucaroff, e “La Polaca”, de Myrtha Schalom. Os dois livros retratam a história real das “Polacas”. Por tratar de um tema delicado relacionado ao universo feminino, a produção reuniu também uma equipe técnica formada em sua maioria por mulheres, entre elas Louise Botkay, diretora de fotografia, Camila Moussallem, diretora de arte, Mariana Sued, figurinista, e Rose Verçosa, maquiadora.
“As Polacas” é uma produção da Migdal Filmes, em coprodução com a Globo Filmes e a RioFilme, órgão que integra a Secretaria Municipal de Cultura. A distribuição nos cinemas será da Imagem Filmes.
SINOPSE
1917. Fugindo da fome e da guerra na Polônia, Rebeca (Valentina Herszage) chega ao Brasil para reencontrar o marido e iniciar uma nova vida. Porém, ao contrário das promessas de felicidade, a realidade que encontra no Rio de Janeiro é completamente diferente. Ela descobre que seu marido faleceu e acaba refém de uma grande rede de prostituição e tráfico de mulheres, chefiada por Tzvi (Caco Ciocler). Mesmo tendo que transgredir com suas próprias crenças, Rebeca encontra aliadas que vivem o mesmo drama que ela e, juntas, lutarão por liberdade.
FICHA TÉCNICA:
Direção: João Jardim
Produção: Iafa Britz
Roteiro: Jacqueline Vargas e Flavio Araújo
Roteiro Final: George Moura
Produção Executiva: Angelo Gastal e Marcelo Guerra
Direção de Fotografia: Louise Botkay, DAFB
Direção de Arte: Camila Moussallem
Figurino: Mariana Sued
Maquiagem: Rose Verçosa
Produção de Elenco: Ciça Castello
Som Direto: Guilherme Algarves
Montagem: Marilia Moraes, edt. e Fernanda Rondon
Coord. de Pós Produção e Finalização: Rafael Mattos
Elenco: Valentina Herszage, Caco Ciocler, Dora Freind, Amaurih Oliveira, Otavio Muller, Clarice Niskier, Anna Kutner, Erom Cordeiro, Bruce Gomlevsky, Isis Pessino e grande elenco.
Executive Producers: Iafa Britz e Carolina Castro
Produção: Migdal Filmes
Coprodução: Globo Filmes e RioFilme
Produtor Associado: Guel Arraes
Distribuição: Imagem Filmes
SOBRE O DIRETOR – JOÃO JARDIM
João Jardim é diretor, produtor e roteirista. Cria filmes e séries para cinema, televisão e streaming. Sócio da Copacabana Filmes há 12 anos, também trabalha com outras produtoras na direção, produção e roteiro de ficções e documentários.
Na TV, assinou a direção e produção de cinco séries com temas atuais e urgentes para o Canal GNT e a direção da série do Fantástico “Nelson Por Ele Mesmo” (2017), disponível no GloboPlay. Dirigiu quatro episódios do especial “Por Toda a Minha Vida”, entre 2006 e 2009, na TV Globo.
Nos cinemas, seu primeiro longa-metragem de ficção, “Getúlio” (2014), foi aclamado pela crítica e público. No docudrama “Amor?” (2011) reuniu depoimentos reais sobre violência doméstica. “Lixo Extraordinário” (2010), filme que codirigiu, foi o primeiro documentário brasileiro indicado ao Oscar, conquistando prêmios em grandes festivais, como Berlim e Sundance. Seu primeiro longa-metragem, “Janela da Alma” (2001), também foi premiado em festivais pelo mundo. Seus filmes e séries estão disponíveis em plataformas de streaming. Seu longa mais recente, “Atravessa a Vida” (2020), mostra a busca de adolescentes por um ensino superior. A conexão com a juventude não é algo inédito. A superação de obstáculos pelos jovens por meio da educação também foi tema de seu filme “Pro Dia Nascer Feliz” (2006).
SOBRE A PRODUTORA – MIGDAL FILMES
Entretenimento com impacto social. Essa é a proposta da Migdal Filmes, produtora brasileira que já levou aos cinemas mais de 30 milhões de pessoas, com a produção de dezenas de filmes, séries e documentários na última década. Em seu portfólio estão os filmes da trilogia “Minha Mãe É Uma Peça” (2013, 2016 e 2019), fenômeno de público e crítica, cuja terceira parte alcançou o posto de filme mais lucrativo da história do cinema nacional; o drama premiado “Casa Grande”; as comédias “Linda de Morrer”, “Carlinhos e Carlão” e “La Situación”; o aclamado documentário musical “Cássia Eller”; o recorde de bilheteria “Nosso Lar”, a biografia cinematográfica “Irmã Dulce” e “M-8 — Quando a Morte Socorre a Vida”, vencedor de vários prêmios nacionais. Produziu para a TV as três temporadas da série “As Canalhas” (GNT); as cinco temporadas de “220 Volts” (Multishow) e a primeira temporada de “Matches” (Warner Channel), cujas novas temporadas foram filmadas este ano. No line up de 2024, grandes projetos estão em produção, entre eles a série “Body by Beth”, os longas “Overman”, de Tomás Portella, “7 a 1”, de Pedro Amorim, “As Polacas”, de João Jardim, e “Geni e o Zepelim”, de Anna Muylaert.
SOBRE A COPRODUTORA – GLOBO FILMES
Construir parcerias que viabilizam e impulsionam o audiovisual nacional para entreter, encantar e inspirar com grandes histórias brasileiras — do cinema à casa de cada um de nós. É assim que a Globo Filmes atua desde 1998. Com mais de 500 filmes no portfólio, como produtora e coprodutora, o foco é na qualidade artística e na diversidade de conteúdo, levando ao público o que há de melhor no nosso cinema: comédias, romances, infantis, dramas, aventuras e documentários. A filmografia vai de recordistas de bilheteria, como ‘Tropa de Elite 2’ e ‘Minha Mãe é uma Peça 3’ — ambos com mais de 11 milhões de espectadores — a sucessos de crítica e público como ‘2 Filhos de Francisco’, ‘Aquarius’, ‘Que Horas Ela Volta?’, ‘O Palhaço’ e ‘Carandiru’, passando por longas premiados no Brasil e no exterior, como ‘Cidade de Deus’ — com quatro indicações ao Oscar — e ‘Bacurau’, que recebeu o prêmio do Júri no Festival de Cannes. Títulos mais recentes como ‘Marighella’, ‘Turma da Mônica: Lições’ e ‘Medida Provisória’ fizeram o público voltar às salas pós-pandemia para prestigiar um cinema que fala a nossa língua
SOBRE A COPRODUTORA – RIOFILME
Fundada em 1992 para apoiar a produção e distribuição de cinema na cidade do Rio de Janeiro, a RIOFILME é uma empresa pública municipal que tem como missão impulsionar o desenvolvimento do audiovisual carioca para potencializar a economia e a cultura da cidade. Entre suas atividades estão o fomento às atividades da cadeia produtiva do setor, a formação de profissionais do setor, a democratização do acesso às salas de cinema, e o suporte a produtores do Brasil e do mundo que querem filmar no Rio de Janeiro.
DISTRIBUIDORA – IMAGEM FILMES
Imagem Filmes é uma empresa nacional que atua no mercado de entretenimento do país como distribuidora de filmes independentes. Comprometida com a qualidade e variedade de produções, a empresa trabalha nos segmentos de cinema e televisão, e é responsável pelo lançamento de grandes produções nacionais, onde destacam-se: “Veneza”, “Ela Disse, Ele Disse”, “Carcereiros: O Filme” e “É Fada!”. Além das produções internacionais, como o premiado “VICE” e sucessos como “Pinóquio”, “Legado Explosivo”, “Rambo: Até o Fim”, “Amizade Maldita” e “Maria e João: O Conto das Bruxas”.
CANAIS DE DENÚNCIA
Disque Direitos Humanos – Ligue 100.
Central de Atendimento à Mulher – Ligue 180.
Divisão de Assistência Consular do Ministério das Relações Exteriores – Em caso de tráfico internacional, qualquer vítima pode procurar os serviços consulares nas embaixadas brasileiras. A lista dos endereços está acessível em: Link
Polícia Federal – Denuncie casos de tráfico de pessoas pelo site ou pelo email [email protected]