O evento em reverência e celebração à carreira de um dos importantes artistas da cultura popular de Pernambuco, será em clima de baile de gala da cultura popular pernambucana, e vai promover a mistura da ciranda – Patrimônio Imaterial do Brasil, e de gerações com grupo do cangaceiro do Mestre Biloco. A festa acontece no terreiro da própria casa do Mestre, neste sábado, dia 23, às 21h, na cidade de Goiana, na Zona da Mata Norte do Estado
Neste sábado, 23 de setembro, a cidade de Goiana, na Mata Norte de Pernambuco, será palco da Festa das Primaveras, título devido a chegada da estação das flores, e homenagem aos 80 anos de Severino Feliciano da Silva, o Mestre Biloco – renomado artista da cena cultural da região. A celebração vai promover a mistura das cirandas – (Patrimônio Imaterial do Brasil), e das gerações de cirandeiros da mata norte. A festa acontece no terreiro da casa do Mestre. Devidamente uniformizado e trajado com sua trupe, fará um baile de gala da cultura popular pernambucana e goianense, que promete parar a Rua Rio, onde, por muitos anos, foi o endereço da zona portuária de Goiana, área central da cidade. A programação é gratuita, e tem início às 21h.
Lá, o Mestre Biloco irá fazer seu show especial para gravação do seu primeiro CD de Ciranda. Vestindo roupas, acessórios e utilizando seu marcante apito, ele promete emocionar toda a plateia, formada por amigos, vizinhos, artistas e admiradores, cantando sua ciranda tradicional, praieira, e de improviso. “Estou muito feliz de poder realizar este sonho ao lado de tantas pessoas especiais. Por toda minha vida quis viver este momento. Este ano, meu aniversário tem um sabor especial: chegar aos 80 anos e poder gravar meu CD. Melhores presentes não há”, diz emocionado o artista.
No palco montado em frente de casa, Mestre Biloco receberá dois importantes artistas da região, que prometem deixar a noite mais festiva. São eles: Anderson Miguel e a Ciranda Raiz da Mata Norte, de Nazaré da Mata; e Carlos Antônio e a Ciranda da Flor, da cidade de Itaquitinga.
O projeto é idealizado e coordenado pelo produtor cultural, Alexandre Veloso, experiente e atuante nos trabalhos na linguagem da cultura popular, entre outras atuações culturais da Zona da Mata pernambucana, como a realização do Encontro de Maracatus no Cruzeiro da Bringa – iniciativa cultural que tem como premissa a salvaguarda, registro e memória dos mestres, mestras e as tradições culturais do nosso estado. Inclusive, este projeto foi um dos vencedores do Prêmio de Patrimônio Ayrton de Almeida – 2023, promovido pelo Governo do Estado. “Tenho uma forte admiração pela nossa cultura raiz e pelo trabalho que tenho desenvolvido aqui na Mata Norte. E, claro, sei da importância que o Mestre Biloco tem para a cultura, e poder registrar parte de sua obra é salvaguardar, difundir e criar memória do nosso patrimônio cultural”, destacou.
Sobre o Mestre Biloco – é um artista autodidata. Cresceu observando o talento do seu irmão, ainda criança. Foi ele quem o inspirou a tocar, sozinho, o trombone – instrumento musical presente na biografia do Mestre. Sua trajetória na cultura popular teve início em 1971, com a criação da “Ciranda dos Cangaceiros”, um dos seus importantes brinquedos, que mantém há 52 anos, animando festas, eventos e festivais da cidade e região.
O Inventário Nacional de Referências Culturais (INRC), da Ciranda, produzido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), atesta que Biloco é o único mestre que ainda usa o “apito” para começar a cirandar e faz questão que sua ciranda tenha a resposta; ele canta e outras pessoas repetem.
Sua ciranda, tem o formato do coco de roda do litoral, com estrofes curtas e muitas vezes repetidas, diferente da contação de história de outras mestras e mestres, traz um formato exclusivo dele, e singular na cena atual da ciranda pernambucana, com traços de tradições já não mais praticadas. Ou seja, um motivo a mais que justificou sua participação no dossiê da Ciranda, promovido pelo (Iphan).
Além do pé na cultura popular, Mestre Biloco também tem uma orquestra de frevo para chamar de sua, se é que assim podemos dizer. Incansável, ele está sempre presente em todos os ciclos culturais. Também está entre o único remanescente da cultura do Estado a possuir uma Aruenda, folguedo presente, principalmente no ciclo carnavalesco, que surgiu durante o ciclo do açúcar entre os séculos XVI e XVIII, no nordeste brasileiro na época da colonização portuguesa.
Já no ciclo junino, ele põe para fora seu talento de músico, com sua Banda Musical Independente Nosso Senhor dos Passos, que funciona dentro de sua própria casa. Juntamente com os músicos, ele realiza apresentações nas novenas de Santo Antônio, e da procissão fluvial do padroeiro de Goiana, São Pedro.
Sem dúvidas, Mestre Biloco se caracteriza pelo amor de fazer seus brinquedos e brincadeiras. Do mestre que resgata e salvaguarda as tradições do seu território e os trata como patrimônio pertencentes à sua história, e através deles, conta sua trajetória como músico e homem da cultura.
Serviço:
O quê: Festa das Primaveras – Gravação do CD do Mestre Biloco e a Ciranda dos Cangaceiros
Quando: Sábado, 23 de Setembro de 2023
Onde: Rua Rio – Centro/ Goiana
Horário: 21h
Acesso: Gratuito
Ficha Técnica
Realização:
AVELOZZO – Produção Cultural e MATINADA RECORDS
Coordenação Geral:
Alexandre Veloso
Produção:
Targinos Produções
Produtor Musical:
Rodrigo Alves
Assessoria de Imprensa:
Salatiel Cicero
Ilustração:
Pedro Marques
Vídeo:
Vagalume Audiovisual, Sérgio Silva Júnior
Fotografia:
Hugo Muniz, Ernesto Rodrigues
Intérpretes de LIBRAS:
Roberto Carlos / Maria Cecília
Apoio:
Prefeitura Municipal de Goiana / Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Cultural
Incentivo:
Funcultura, Secretaria de Cultura, Fundarpe, Governo de Pernambuco