A Casa Lírica revela o olhar da arquiteta sobre o mestre com quem trabalhou nos anos 90
Tirando partido da sua história pessoal, a arquiteta Ana Cristina Cunha reverencia um dos maiores nomes vivos e da arquitetura pernambucana: o atuante arquiteto e colecionador de arte Carlos Augusto Lira. A Casa Líricavai ocupar 71 m2 do Edifício Chanteclair, que abriga pela segunda vez a Casa Cor Pernambuco, de 22 de setembro a 05 de novembro de 2023.
A Casa Lírica é o retrato do tema deste ano da Casa Cor Pernambuco 2023, “Corpo & Morada“, que entende que o afeto e o cuidado devem permear as relações com o corpo, a mente, o outro, a casa, o consumo, a cidade e o planeta. “Inspirada pelas lições ao lado de Carlos Augusto, no período em que trabalhei em seu escritório, nas incursões à sua casa – com seu jeito único de receber e sua arte de colecionar – criei um ambiente que vai além das paredes e estruturas físicas. Cada escolha de design, cada seleção de mobiliário, cada obra de arte, cada toque de cor, materiais e texturas, tudo conta uma história que se entrelaça com as paixões do homenageado”, revela Ana Cristina Cunha.
A harmonia entre os elementos clássicos e contemporâneos é tecida habilmente pela arquiteta, criando um diálogo entre o tempo e o espaço. A Casa Lírica traz peças do grande acervo do colecionador amealhadas por mais de 45 anos pelo homenageado e cuidadosamente escolhidas Ana Cristina Cunha numa reverência à paixão do arquiteto pelo belo e pelo raro. “O espaço é a expressão de respeito profundo e admiração por esse importante mestre para minha formação. Ao mergulhar nas nuances do universo de Calira, buscamos capturar a essência de sua estética e incorporá-la à minha arquitetura. É uma grande responsabilidade, inclusive porque ele fez questão de não ver o projeto, nem a obra. Ele só sabe das peças do seu acervo pessoal, nada mais. É uma grande surpresa”, revela Ana Cristina Cunha, que chama carinhosamente Carlos Augusto Lira de Calira.
O ambiente traz cenários inspirados na casa de Carlos Augusto Lira, com espaço para receber e destaque para disposição das peças da coleção, que inclui prataria, arte popular, telas assinadas por grandes nomes das artes plásticas de Pernambuco, além de raridades. A paleta de cores também bebe da fonte da arte popular, com tons terrosos nas paredes. No piso, o tijolo manual rememora a tijoleira do piso do escritório do arquiteto e também o material empregado nas diversas obras de arte popular do colecionador. O ambiente conta com uma seleção criteriosa de mobiliário contemporâneo e alguns móveis do acervo de Carlos Augusto. Entre as obras de arte, a arquiteta fez uma curadoria cuidadosa entre as centenas de obras do acervo pessoal do homenageado e pinçou raridades assinadas por João Câmara, Francisco Brennand, Tarsila do Amaral, Gil Vicente, Zé Cláudio, Ariano Suassuna, entre os destaques.
PARCEIROS: Me Mudei, Alameda Decor, Daluz, Eletromec, Refinare, D’LINEA,Vivix, Mohrar Automação, Marmorart, Finestra, Argamassa do Mestre, Villa Garden, Luciano Lacerda, Tintas Coral e Deca.
Ana Cristina Cunha Arquitetura
Instagram: @anacunhaarquitetura