Esta noite (26), tem início a segunda jornada da sétima edição do Trema!Festival, que tem se configurando como um dos principais eventos cênicos do país, tendo na bagagem a participação de mais de 40 grupos de várias partes do mundo. Quem abre a programação é o espetáculo Altamira 2042 da diretora Gabriela Carneiro da Cunha, com duas apresentações às 18hs (com sessão acessível em libras) e às 20h30, ambas exibidas no Teatro Marco Camarotti, em Santo Amaro; e Kalash, do pernambucano Coletivo Resiste, que acontece às 19hs, no Teatro Hermilo Borba Filho, também acessível em libras. Todas as apresentações e atividades do Festival são gratuitas. O evento tem incentivo do Fundo de Cultura de Pernambuco (Funcultura).
A performance Altamira 2042 é uma série criada a partir do testemunho de rios brasileiros e das pessoas que vivem em suas margens – e à margem de processos históricos, políticos e econômicos. É o deslocamento e o encontro entre artistas e comunidades locais do rio Xingu. Nela, o público vai conferir uma instauração sonora composta por caixas de som que amplificam testemunhos diversos sobre a catástrofe causada pela hidrelétrica de Belo Monte. São vozes que habitam as margens do Xingu: ribeirinhos afetados pela barragem, povos indígenas, lideranças de movimentos sociais, moradores de Altamira, funcionários do Governo Federal e de instituições socioambientais, a mata, os animais da região, o vento, a chuva, e até o próprio rio Xingu. Uma verdadeira polifonia de seres, línguas, sonoridades e perspectivas toma o espaço para abrir a escuta do público para vozes que tantos tentam silenciar. O outro espetáculo da noite, Kalash, criação do Coletivo Resiste, é um ensaio crítico e iconográfico sobre os dias que vivemos. É sobre autoritarismo, negacionismo, extremismo religioso, ódio, assassinato em massa e as diversas formas de apagamento, de aniquilamento e de silenciamento das vozes divergentes.
Nesta edição, o Trema! Festival está celebrando 10 anos de existência e aposta mais uma vez numa curadoria que responde fortemente aos difíceis tempos enfrentados pelo setor cultural no país. Na grade de programação estão artistas vindos do México, Chile e Portugal e ações descentralizadas acontecendo nas cidades de Olinda, Limoeiro e Surubim, as duas últimas localizadas no Agreste do Estado. A programação contempla uma dupla jornada, dividida em Lado A – que encerrou ontem (24); e Lado B, que vai de amanhã (26) até o dia 1 de maio, ocupando os teatros Apolo-Hermilo, Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), Galpão das Artes (Limoeiro), Reduto Coletivo (Surubim), Caverna Coletivo (Olinda) e ruas das cidades. Ao todo, 27 espetáculos nacionais e internacionais, atividades formativas (todas já com acessos esgotados), conversas e lançamentos de publicações compõem o evento. A programação completa pode ser acessada no site: www.tremafestival.com.br
Com a proposta de democratizar o acesso, a organização disponibiliza 10% dos ingressos para alunos de escolas públicas de todo o Estado. Os espetáculos terão distribuição de ingressos sempre 1h antes das sessões. Vale lembrar que o Trema! é exclusivo para vacinados. Todo o público, equipe e artistas devem estar com o esquema vacinal completo contra a covid-19. Dessa maneira, na entrada, será exigida do espectador a apresentação obrigatória do certificado digital de comprovação das vacinas ou o cartão físico junto com o documento original de identificação.
PROGRAMAÇÃO – LADO B:
ALTAMIRA 2042, Gabriela Carneiro da Cunha
26 abril, Teatro Marco Camarotti, 18h [espetáculo acessível em libras] e 20h30
Altamira 2042 é uma instauração performativa criada a partir do testemunho do rio Xingu sobre a barragem de Belo Monte. Aqui todos falam através de um mesmo dispositivo techno-xamânico: caixas de som e pen drives. Uma polifonia de seres, línguas, sonoridades e perspectivas tomam o espaço para abrir a escuta do público para vozes que tantos tentam silenciar. Assim a Barragem de Belo Monte vai deixando de ser simplesmente uma obra para se tornar o mito do inimigo.
Idealização e concepção: Gabriela Carneiro da Cunha
Direção: Gabriela Carneiro da Cunha e Rio Xingu
Diretor Assistente: João Marcelo Iglesias
Assistente de direção: Clara Mor e Jimmy Wong
Orientação de direção: Cibele Forjaz
Orientação da pesquisa e interlocução artística: Dinah de Oliveira e Sonia Sobral
Texto originário: Eliane Brum
“Trematurgia”: Raimunda Gomes da Silva, João Pereira da Silva, Povos indígenas Araweté e Juruna, Bel Juruna, Eliane Brum, Antonia Mello, Mc Rodrigo – Poeta Marginal, Mc Fernando, Thais Santi, Thais Mantovanelli, Marcelo Salazar e Lariza Montagem de vídeo: João Marcelo Iglesias, Rafael Frazão e Gabriela Carneiro da Cunha
Montagem textual: Gabriela Carneiro da Cunha e João Marcelo Iglesias
Desenho sonoro: Felipe Storino e Bruno Carneiro
Figurino: Carla Ferraz
Iluminação: Cibele Forjaz
Concepção instalativa: Carla Ferraz e Gabriela Carneiro da Cunha
Realização instalativa: Carla Ferraz, Cabeção e Ciro Schou
Tecnologia, programação e automação: Bruno Carneiro e Computadores fazem arte.
Criação multimídia: Rafael Frazão e Bruno Carneiro
Design visual: Rodrigo Barja
Trabalho corporal: Paulo Mantuano e Mafalda Pequenino
Imagens: Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Clara Mor e Cibele Forjaz
Pesquisa: Gabriela Carneiro da Cunha, João Marcelo Iglesias, Cibele Forjaz, Clara
Mor, Dinah de Oliveira, Eliane Brum, Sonia Sobral, Mafalda Pequenino e Eryk Rocha
Diretora de produção: Gabriela Gonçalves
Co-produção: Corpo Rastreado e MITsp – Mostra Internacional de Teatro de São Paulo
Realização: Corpo Rastreado e Aruac Filmes
Duração: 90 minutos
Classificação indicativa: 16 anos
KALASH, Coletivo Resiste (PE)
26 abril, Teatro Hermilo Borba Filho, 19h [espetáculo acessível em libras]
Ensaio crítico e iconográfico sobre os dias que vivemos. É sobre autoritarismo, negacionismo, extremismo religioso, ódio, assassinato em massa e as diversas formas de apagamento, de aniquilamento e de silenciamento das vozes divergentes. A que futuro a falta de diálogo e empatia podem nos levar? Nós não respondemos. Nós perguntamos.
Dramaturgia e Direção: Quiercles Santana
Atores- Pesquisadores: Bruna Luiza Barros, Sandra Rino e Tatto Medinni
Produção Executiva: Carla Navarro
Iluminação: Luciana Raposo
Preparação Corporal: Tatto Medinni
Direção Musical: Kleber Santana
Coreografias: Sandra Rino
Direção de arte: Coletivo Resiste!
Cenotécnico: Flávio Freitas
Arte gráfica e Social Media: Bruna Luiza Barros
Duração: 2h
Indicação etária: 16 anos
ESTESIA CONVIDA COELHO RADIOACTIVO (PE/PT)
27 abril, Teatro Apolo, 20h
ESTESIA é o encontro dos produtores musicais Miguel Mendes e Tomás Brandão, com o cantor e compositor Carlos Filho e o iluminador cênico Cleison Ramos, que em conjunto, elaboraram e realizam um espetáculo imersivo amparado por recursos tecnológicos. O Estesia convida o público a acompanhar uma experiência híbrida de som e luz, onde a música conduz o espetáculo através do remix do gênero canção e de paisagens sonoras urbanas, electrónicas e abstratas. As ações do Estesia envolvem uma estrutura dinâmica de som e luz adaptável a espaços diversos que não somente palcos de música.
Devido ao nome do projecto, COELHO RADIOACTIVO, talvez fosse expectável que a música explodisse de corpo desnudo no hedonismo do punk rock, pontapeando o teto no suor do crowdsurfing e quebrando guitarras no cimento das caves do underground. O oposto, no entanto, está muito mais próximo da verdade, uma música plana onde a explosão é a excepção do desabar emocional, onde o pontapear empurra poeira e pedras por um caminho mal iluminado, onde as guitarras quebram o silêncio que molda as canções. De diversas vestes, a única constante do projeto são os trejeitos e as palavras de João Sarnadas, ora oferecendo um olhar sobre o seu interior mais sombrio e nú, ora divagando sobre as revelações mirabolantes de uma deriva mental, ora oferecendo uma contemplação sobre a natureza que nos rodeia, ora sobre a natureza que criamos para nós, nas nossas relações conosco, com o outro, com o tempo e com o dinheiro.
Juntos, ESTESTIA & COELHO RADIOACTIVO trazem ao TREMA! um concerto inédito.
MAR FECHADO, Teatro Agridoce (PE)
28 abril, Teatro Marco Camarotti, 19h [espetáculo acessível em libras]
MAR FECHADO é um retrato fluido sobre a vida de Janaína e Caetano, esses que trazem consigo uma ligação com as religiões de matrizes africanas. Eles se perdem no vasto oceano social moderno à procura de algo que não se pode tocar, nem ver.
Enquanto ela luta para superar todo o peso do seu passado e questões sócio-culturais atreladas a vivência da mulheridade negra, ele anseia por um mergulho profundo que lhe traga liberdade sem perder o controle, imerso em relacionamentos líquidos e em uma busca para encontrar a si, dentro de um universo que obedece a determinados padrões.
Dramaturgia: Nilo Pedro e Sophia William
Direção: Aurora Jamelo e Flávio Moraes
Elenco: Nilo Pedrosa e Sophia William
Coreografia e preparação de elenco: Sophia William
Cenografia: Aurora Jamelo e Nilo Pedrosa
Figurinos e iluminação: Aurora Jamelo
Produção executiva: Flávio Moraes e Sophia William
Foto: Jéssica Maia
Assessoria de imprensa: Igor Cavalcanti Moura
Realização: Agridoce
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 12 anos
SALTO, Bote de Teatro (PE)
28 abril, Teatro Luiz Mendonça, 20h30 [espetáculo acessível em libras]
Quatro sujeitos-usuários procuram uma forma de se descolar da realidade em que viviam. Buscam, inconscientes e inconsequentes, uma nova forma, mais justa, de se viver em sociedade. O espetáculo é uma livre adaptação do texto “Os Músicos de Bremen” dos irmãos Grimm, que inspirou “Os Saltimbancos” tradução de Chico Buarque de Holanda. De herança ficamos apenas com a dúvida do plágio.
Direção: Pedro Toscano
Dramaturgia: Ines Maia
Atores: Cardo Ferraz, Daniel Barros, Ines Maia, Pedro Toscano e Una Martins
Preparação de elenco: Daniel Barros
Direção de arte: Pedro Toscano
Diretora de Movimento: Iara Izidoro
Trilha Original: IdLibra
Iluminação: Luciana Raposo
Assessoria de imprensa: Daniel Lima
Design: Raphael Cruz
Duração: 50 min
Indicação etária: 16 anos
BREU, Jr. Aguiar / Coletivo Grão Comum (PE)
28 abril, Reduto Coletivo, 19h30 [descentralização – surubim]
Da obra de Geraldo Maia. Sinuosa prosa poética, autobiográfica, que narra à dor da morte da mãe diante do filho na infância; recordações familiares revelando catarses, conflitos e afetos reprimidos; a descoberta da homoafetividade, através da sedução/violação, por um jovem mais velho e a libertação de não carregar culpa e arrependimento imposto pela Igreja. Um solo de Jr. Aguiar. Uma realização do Coletivo Grão Comum.
Autor: Geraldo Maia
Direção e Atuação: Jr. Aguiar
Direção: Jr. Aguiar
Operador de áudio e luz: Moacir Lago (Moa)
Música Original: De todas as graças (Geraldo Maia)
Pesquisa Sonora: Divina Mãe (Paulo Prudente Pradiip)
Idealização e realização: Coletivo Grão Comum
Duração: 1h
Indicação etária: 16 anos
MYSTURA TROPYKAL, No barraco da Constância tem! (CE)
29 abril, Teatro Apolo, 20h30 [espetáculo acessível em libras]
Uma brincadeira recria o primeiro momento. E, numa guerra entre territórios, essa festa sincrética inaugura um segundo lugar. Entre o oriente e o ocidente, o terceiro mundo se faz em novos combinados. Misturado de ritmos e mitos, se modificam as primeiras, as segundas e as terceiras pessoas do plural. É tudo miscelânea. É tudo povo. As folias, os folguedos, as folganças, os festejos, as galeras, os pagodes, as quadrilhas. As línguas se desdobram em orgias de pot-pourris. Sagrando milhos. Desfilando novidades. Transformando bandos em rainhas.
Direção, dramaturgia e música original: Ariel Volkova e Honório Félix
Criação e interpretação: Ariel Volkova, Honório Félix e William Pereira Monte
Hostess e contrarregragem: William Pereira Monte
Cenário: Ariel Volkova, Honório Félix, Raí Santorini e William Pereira Monte
Figurino: Ruth Aragão
Maquiagem: Levi Banida
Iluminação: Raí Santorini
Música: Honório Félix e Wladimir Cavalcante
Produção: Ariel Volkova e William Pereira Monte
Fotografia: Breno de Lacerda
Arte gráfica: Yule Bernardo
Duração: 60 minutos
Indicação etária: 12 anos
LORÉ, NOZ PRODUZ
29 abril, Galpão das Artes, 19h30 [descentralização – limoeiro]
Observando uma antiga colcha de retalhos, composta por fuxicos, o ator, Plínio Maciel rememora os momentos mais longínquos que marcaram a sua vida: desde a sua infância, na cidade de Surubim (interior de Pernambuco), passando pelos carnavais da sua vida adulta, momentos familiares, até o fatídico ano de 2020 – o qual surpreendeu o mundo mostrando a fragilidade do ser humano no tempo vivido. Assim, neste monólogo, que transita entre o real e a lembrança, o artista mostra as possibilidades de como encarar seus dramas pessoais com humor, leveza e saudade.
Ator/Dramaturgo: Plínio Maciel
Direção/Dramaturgia/Produção Executiva: Rogério Wanderley
Assistente de direção/Produção Executiva: Daniel Gomes
Trilha Sonora Original/ Identidade Visual e arte: Douglas Duan
Comunicação/Social Media: Milton Raulino
Light Designer/Operação de Luz: Luciana Raposo
Figurino: Álcio Lins
Cenografia: Plínio Maciel
Sonoplasta: Daniel Gomes
Costureira: Francis de Souza
FEEDBACK, André Braga & Cláudia Figueiredo
29 e 30 de abril, Teatro Hermilo Borba Filho, 19h
Um monte de pedras, um microfone e uma máquina de fumo. O som. O sopro. Uma confissão.
O que pode um corpo?
Uma busca por novas gramáticas de sensibilidade, da inteligência selvagem dos corpos, do corpo chão da terra que reflete memórias ancestrais e desconhecidas.
O som captado e manipulado ao vivo foi a pista eleita para centrar a pesquisa. O Feedback enquanto elemento invisível que promove a baralhação entre o dentro e o fora, um conjunto variável de lugares que se conseguem visitar.
Direção artística: André Braga e Cláudia Figueiredo
Interpretação: André Braga
Som ao vivo: João Sarnadas
Desenho de luz: Cárin Geada
Direção de produção: Ana Carvalhosa
Produção: Cláudia Santos
Coordenação técnica: Pedro Coutinho
Co-produção: CRL – Central Elétrica, Teatro Municipal do Porto / DDD – Festival Dias da Dança, Teatro das Figuras, Teatro Académico Gil Vicente
A Circolando / CRL – Central Elétrica é uma estrutura subsidiada por Ministério da Cultura / Direção Geral das Artes
DELIRANTES E MALSÃS, No barraco da Constância tem! (CE)
30 abril, Parque Dona Lindu, 16h
Sobre a cidade há algo que se alastra e contamina, avultando a certeza sobre a continuação dos dias. A praça se manifesta como um campo de incidência, cruzando forças e mistérios nos percursos sobre ela realizados. Forjando alinhamentos orbitais circunscritos em geometrias místicas, transis aprontam um bailado macabro em consonância com os fantasmas e com os astros, cantarolando que não há mais o tempo do imortal. Há a glória da desgraça. O destronamento e a derrocada da torre. Alegoria aos vivos que são todos ossos.
Direção, dramaturgia, coreografia e interpretação: Felipe Damasceno, Honório Félix, Renan Capivara, Sarah Nastroyanni e William Pereira Monte
Ensaiador: Felipe Damasceno
Figurino: Ruth Aragão
Assistência de figurino: Honório Félix
Música: Honório Félix e Sarah Nastroyanni
Produção: Ana Carla de Souza
Colaboração artística: Ariel Volkova
Arte gráfica: Yule Bernardo
Fotografia: Toni Benvenutti
Duração: 55 minutos
Classificação etária: Livre
SOPRO D´ÁGUA, Gabi Holanda (PE)
30 abril, Galpão das Artes, 19h30 [descentralização – limoeiro]
Entre rios, mares, gotas, enchentes, lamentos e seca, Sopro d’Água transpira a dimensão aquática e ambiental humana, percorrendo desde as memórias ancestrais à urgência da questão hídrica. Qual o lugar da água num mundo em colapso ambiental? Entre rios, mares, gotas, enchentes, lamentos e seca, a performance transpira a dimensão aquática e ambiental humana, percorrendo desde as memórias ancestrais à urgência da questão hídrica.
Concepção e performance: Gabi Holanda
Direção: Daniela Guimarães
Trilha sonora e execução musical: Thiago Neves
Figurino e cenário: Gabi Holanda
Iluminação: Natalie Revorêdo
Produção: Milena Marques e Gabi Holanda
Poesia: Lucas Holanda
Fotografia: Thais Lima
Colaboração musical: Jam da Silva (percussão e flauta)
Arte Gráfica: Thiago Pedrosa
Duração: 50 minutos
Indicação etária: 14 anos
MANIFESTO TRANSPOFÁGICO, Renata Carvalho
30 abril e 01 maio, Teatro Luiz Mendonça, 18h [espetáculo acessível em libras]
Manifesto Transpofágico é a transpofagia da transpologia de uma transpóloga. “Hoje eu resolvi me vestir com a minha própria pele. O meu corpo travesti”. Renata Carvalho “se veste” com seu próprio corpo para narrar a historicidade da sua corporeidade, se alimentando da sua “transcestralidade”, comendo-a, digerindo-a. Uma transpofagia. O Corpo Travesti como um experimento, uma cobaia. Um manifesto de um Corpo Travesti.
Dramaturgia e atuação: Renata Carvalho
Direção: Luiz Fernando Marques (Lubi)
Luz: Wagner Antônio
Vídeoarte: Cecília Lucchesi
Operação e adaptação de luz: Juliana Augusta
Cenotécnico: Ciro Schu
Produção: Rodrigo Fidelis / Corpo Rastreado
Co-produção: Risco Festival, MITsp e Corpo Rastreado
Duração: 60 minutos
Classificação etária: 18 anos
ATIVIDADES FORMATIVAS:
WORKSHOPS
CORPO EXPRESSIVO, André Braga (PT)
26 abril, Centro Cultural Benfica, 13h às 17h
Que corpo é este que venho perseguindo? Que corpo é este que quero investigar? Corpo vivo, intenso, feito de afetos e velocidades. “Um corpo que se abre e fecha, que se conecta sem cessar com outros corpos e outros elementos. Um corpo humano porque pode devir animal, mineral, vegetal, devir atmosfera, buraco, oceano, devir puro movimento.” (José Gil)
Vamos realizar um trabalho de movimento que proporcione o prazer da descoberta da dança de cada um. Desperte os ossos, a pele, os músculos, os líquidos, os órgãos e os sentidos. O espaço, o chão, o outro, os objetos, as memórias sensoriais… há um corpo base que é preciso evocar. Encontrar a nossa voz, o nosso imaginário, a nossa emotividade. A presença.
Pós-graduado em Dança pela ESMAE, André Braga é encenador, coreógrafo, cenógrafo, intérprete e
pedagogo. Entre os criadores com que se cruzou refere os que mais influenciaram o seu
trabalho: Josef Nadj, Anna Halprin, Thierry Bae, Peter Gemza, Trisha Brown, Karine Ponties, Yaniv
Avraham/Ohad Naharin, Sabine Seume, Madalena Victorino, Bruno Dizien, Iñaki Azpillaga/Wim
Vanderkeybus e Loic Touze. Desde 1999 é diretor artístico da CRL – Central Elétrica (Circolando), onde assumem a direcção artística de mais de 20 espetáculos. Para além de Portugal, o seu trabalho foi apresentado em Espanha, França, Bélgica, Itália, Holanda, Reino Unido, Alemanha, Áustria, Polónia, Eslovénia, Eslováquia, Bulgária, Argentina, Bolívia, Equador, Panamá, Brasil, Coreia do Sul e China.
INSCRIÇÕES ATRAVÉS DE CARTA DE MOTIVAÇÃO E BREVE CURRÍCULO.
OFICINA TEATRAL PARA PESSOAS TRANS E TRAVESTIS, Noá Bonoba & Marin (CE)
26 abril a 01 maio, Centro Cultural Benfica, 14h às 17h
Essa oficina tem como objetivo principal realizar uma formação em teatro voltada exclusivamente para a população T. Ao longo de cinco dias, trabalharemos as capacidades vocais des participantes a partir de fragmentos dramatúrgicos diversos, experimentados modos não-normativos de construção da fala e das maneiras de dizer o texto teatral. A oficina será ministrada por Noá Bonoba e Marín, resultando em um experimento cênico no último dia.
Noá Bonoba é travesti, atriz, roteirista, cineasta, preparadora de elenco, dramaturga. Doutoranda pelo PPGCOM – UFC, professora formada pelo curso de Licenciatura em Teatro do Instituto Federal do Ceará, escritora/pesquisadora Mestra em Artes pelo Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Ceará, curadora da Tomada LBT, integrante da V Turma da Escola de Audiovisual da Vila das Artes.
Marin é multiartista trans não-binario movido pelas imagens e sons. tem 22 anos, nasceu em fortaleza e trabalha como tatuador, ilustrador e designer, tendo graduação em design gráfico e de produto pela Universidade Federal do Ceará. Tem seus dias permeados pela musicalidade, como batuqueiro, brincante e capoeirista. Participou como percussionista na música “Laroyê” de Gabrisel. Faz parte do coletivo Ukilombo Capoeira. Sua arte é atravessada pela vivência cotidiana de um corpo dissidente e imaginário, contemporâneo e ancestral.
INSCRIÇÕES ATRAVÉS DE FORMULÁRIO.
CINCO APROXIMAÇÕES A UMA CENA (Workshop de Dramaturgia), Alexis Moreno / Teatro La María (CH)
27 a 29 abril, Centro Cultural Benfica, 10h às 13h
Toda escrita deve ser contraditória. Não deve “cheirar a uma verdade absoluta” porque não há nada mais longe do que humano do que isso.
Através da seleção de uma situação dramática, buscaremos descobrir as possíveis dobras da realidade, entendendo a “realidade” como um leque de possibilidades.
Uma cena responde a um OLHAR PARCIAL. Esta oficina procura levantar cinco visões parciais sobre uma mesma situação-imagem (porque tanto uma como a outra imagem-situação abrigam em si múltiplas possibilidades de serem exibidas), Através da perversão do exercício da escrita, do reflexo distorcido de algo que muda e muda a realidade atmosférica de uma cena que parecerá escrita, mas será apenas um conjunto incerto de perguntas e questionamentos.
A escrita teatral não pertence à literatura em si. É um bastardo primoroso feito de palavras e imagens, pulsos e contradição.
Alexis Moreno é ator, dramaturgo, roteirista, diretor e acadêmico de teatro. Nasceu em Santiago do Chile em 1977 e seus estudos teatrais foram realizados na Universidade do Chile. Sua companhia, Teatro La María é reconhecida como uma das vozes fundamentais da cena nacional chilena nas últimas décadas e seu trabalho tem sido reconhecido em vários festivais internacionais, levando sua encenação para França, Itália, Portugal, Alemanha, Estados Unidos, Japão, entre outros países. Foi Diretor da Escola de Teatro da Universidad Mayor até 2018 e, atualmente, é responsável pelo Centro de Criação e Pesquisa Teatro La Memoria. Entre suas obras estão: “El Hotel”, “Los Millonarios ” , “Super Heroes”, “The Third Work”, “Pelican”, “Las Huachas”, “Hamlet”, “Abel”, “Cain” e “The Black Trilogy” (compostas pelas comédias O Apocalipse da minha vida , Trauma e Lástima) entre outros, que foram apresentados no Chile e no exterior, obtendo vários prêmios e reconhecimentos.
INSCRIÇÕES ATRAVÉS DE CARTA DE MOTIVAÇÃO E BREVE CURRÍCULO.
LANÇAMENTO DE PUBLICAÇÕES:
Re-lançamento TREMA! Revista de Teatro
01 maio, Parque Dona Lindu, 17h
O coletivo pernambucano relança diferentes edições desta publicação que marcou as artes cênicas entre 2014 e 2018, reunindo escritos de diferentes pensadores do país sob o binômio arte vs. política.
MANIFESTO TRANSPOFÁGICO, Renata Carvalho
01 maio, Parque Dona Lindu, 17h
O livro a partir do espetáculo homônimo, narra a Transcestralidade, construção social e a transfobia estrutural que o corpo travesti da autora é revestido. Edição da Casa 1, em formato bilíngue (Português e Inglês).
ENCONTROS TREMÁTICOS:
Dramaturgias expandidas e descolonialidade da dramaturgia à crítica em seus variados formatos (ONLINE)
29 abril, ONLINE, 17h
Nesta roda, o projeto Dramaturgias de Palcos & Plateias: nexos, olhares e exercícios críticos em dança, em parceria com o Festival Trema e o site 4a Parede, Palco & Plateia Unidos, discute como transformações nos modos de pensar dramaturgias das artes cênicas implicam, igualmente, deslocamentos das perspectivas a partir das quais olhar, compreender e viver as experiências estéticas propostas na contemporaneidade. Interessa-nos, ainda, complexificar a discussão, procurando entender a importância das mudanças de formatos e suportes para a construção do discurso crítico em meio a este contexto de expansão das dramaturgias, descolonização do olhar e suas articulações com o fazer crítico e suas possíveis contribuições para a formação de públicos.
SERVIÇO:
TREMA!FESTIVAL
LADO B: de 26 de abril a 1 de maio
ONDE: teatros Apolo-Hermilo, Marco Camarotti (Sesc Santo Amaro), Teatro Luiz Mendonça (Parque Dona Lindu), Galpão das Artes (Limoeiro), Reduto Coletivo (Surubim), Caverna Coletivo (Olinda) e ruas da cidade.
A programação completa pode ser acessada no site: www.tremafestival.com.br.
Instagram: @tremafestival
P.S: Os espetáculos terão distribuição de ingressos sempre 1h antes das sessões.