O Brasil é o país da América Latina com o maior índice de casos de ansiedade, depressão e demais transtornos mentais, aponta estudo sobre saúde mental da  Organização Mundial de Saúde (OMS). Ao todo, são quase 50 milhões em todo o território brasileiro. O levantamento também revela que as principais causas de suicídio estão atreladas ao agravamento dos sintomas dessas doenças.

Ainda de acordo com a publicação, cerca de 720 milhões de pessoas – de crianças a idosos – sofrem com alguma doença mental no mundo. O montante representa 10% da população mundial.

No Brasil, dá-se foco à prevenção da saúde mental e do suicídio nos meses de janeiro e setembro, respectivamente, pelas campanhas de conscientização do janeiro branco e setembro amarelo. Apesar da massiva visibilidade das ações, na contramão, há relatos de pessoas que sofrem algum preconceito devido aos diagnósticos, que acabam sendo vistas como anormais, alienadas, perigosas e até incapazes de viver em sociedade.

A médica e psiquiatra Adriana Zenaide Figueira, que dedica a sua formação a investigar a ansiedade, a depressão, o TDAH e os outros transtornos mentais na sociedade, aponta que, desde a antiguidade, sempre houve a necessidade de usar a saúde mental como parâmetro para a tal vivência harmônica entre os grupos sociais.

Foto: Nicoli Mazzarolo

 “A psicofobia sempre existiu e pode ser considerada  uma espécie de intolerância a pessoas que são portadoras de transtornos ou deficiências mentais. Para além das investigações acerca das enfermidades psíquicas, precisamos inserir a psicofobia na pauta, debatê-la e compreender o seu peso entre os grupos sociais e no êxito dos tratamentos clínicos”, analisa Zenaide.

Há mais de seis anos se debruçando na psiquiatria clínica, Adriana observa com entusiasmo o movimento – ainda que sutil – contra o estigma, o preconceito e a desinformação em relação às doenças e os tratamentos psicoterapêuticos e psiquiátricos. “Segui na área médica empresarial há um tempo e, desde que migrei para a psiquiatria, percebo que sempre houve um interesse individual de entender o funcionamento da mente e das emoções e quais alternativas seguir quando se está em desordem”, destaca.

O foco de Adriana, desde o seu ingresso aos atendimentos clínicos, é tratar pacientes com transtornos de ansiedade, depressão e TDAH. “Atendo adolescentes, adultos e idosos que se queixam dos sintomas psicossomáticos da ansiedade e depressão. O tratamento, muitas vezes, é longo e pede comprometimento do profissional e do paciente. Mostrar-se verdadeiramente atento ao incômodo do outro tem sido vital para o êxito de muitos acompanhamentos. Recife é o segundo pólo médico do país, ficando atrás somente de São Paulo, por isso, aqui temos possibilidades diversas dos melhores tratamentos, além de profissionais incríveis e superpreparados”, enfatiza.