Mês de conscientização sobre o autismo abre discussões sobre inclusão, respeito e desmistificação de preconceitos e desinformação
O mês de abril é dedicado à conscientização do autismo, transtorno que faz parte de um espectro de condições que limitam habilidades, interações sociais, comportamentos, a fala e comunicação não-verbal. Dessa forma, ao falar de um “espectro”, refere-se a uma ampla variação, fazendo com que cada pessoa receba um diagnóstico único de Transtorno do Espectro Autista (TEA). “Isso porque enquadramos vários níveis desse transtorno, os leves, moderados e graves, que passamos a chamar níveis de suporte 1, 2 e 3”, explica Giedra Marinho, psicóloga e professora do Centro Universitário Tiradentes (Unit-PE).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 70 milhões de pessoas no mundo são autistas. De acordo com o Hospital Israelita Albert Einstein, 150 mil novos casos de autismo são diagnosticados por ano no Brasil. Estima-se que o país tenha hoje cerca de 2 milhões de autistas.
De acordo com especialistas, esse diagnóstico cresce cada vez mais devido ao maior acesso da população aos serviços de diagnóstico, à formação de profissionais capazes de detectar o transtorno, aos pais, professores e pediatras mais conscientes e informados para levantar as primeiras suspeitas, à ampliação da compreensão do que é autismo e possíveis fatores ambientais que colaboram para a maior frequência de TEA.
Vários desafios são enfrentados por essas pessoas e por quem as cuida. O mês é uma oportunidade para falar sobre a inclusão, respeito às diferenças, desmistificação de preconceitos e desinformação. É preciso lembrar que as pessoas com esse espectro podem ter autonomia e capacidade para realizar diversas tarefas.
“É extremamente gratificante e importante mostrar que o autismo é uma condição e não uma doença. E, como condição, os autistas têm plena capacidade de viver em sociedade, de produzir em todas as áreas, em todos os aspectos que envolvem o ser humano”, complementa Giedra Marinho.
Apoio multidisciplinar
Os desafios podem ser melhor guiados e superados com estímulos corretos e orientação multiprofissional, o que envolve o papel essencial de profissionais de saúde e da educação. O apoio nutricional adequado, por exemplo, contribui ativamente no tratamento do TEA. “Favorece demais, pois o uso de nutrientes e suplementos que trazem saúde às células do sistema nervoso conduzem o tratamento de forma eficiente. Por isso a importância de consumir alimentos ricos em óleos essenciais como o ômega-3 e também alimentos ricos em probióticos para promover benefícios ao cérebro”, reitera Hortência Andrade, nutricionista materno-infantil e professora do curso de Nutrição da Unit-PE.
Os psicólogos também desempenham um papel fundamental no suporte às pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e suas famílias. O autismo é um quadro para vida toda e portanto não há uma cura. Sendo assim, o reconhecimento precoce, assim como a psicoterapia, as terapias comportamentais, educacionais e familiares reduzem os sintomas e fornecem um pilar de apoio ao desenvolvimento e à aprendizagem.