A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Pernambuco (Abrasel em PE) acaba de divulgar os resultados de uma nova pesquisa sobre a situação econômica do setor de alimentação fora do lar. O estudo, realizado entre os dias 4 e 16 de maio no estado, revela que mais da metade dos bares e restaurantes pernambucanos faturaram mais em abril deste ano do que no mesmo período do ano passado, em plena pandemia. O principal desafio enfrentado pelo setor atualmente está sendo lidar com o rápido e intenso aumento da inflação, o que tem gerado prejuízos e dívidas.
De acordo com o levantamento, 28% dos bares e restaurantes tiveram lucro em abril. Já 33% registraram prejuízo e 39% fecharam o mês em equilíbrio. Em contrapartida, 67% dizem ter faturado mais em abril deste ano do que em abril de 2021. Apenas 9% ficaram com o resultado abaixo.
A pesquisa também investigou as consequencias da inflação para o setor. 84% das empresas ouvidas afirmam que não conseguiram reajustar os seus preços em linha com a inflação média. Foram 48% com reajustes abaixo e 36% que não alteraram seus preços. Apenas 2% dizem ter feito reajuste acima da inflação de abril, que acumulou 11,5% nos últimos 12 meses. Outros 14% dizem ter feito reajustes conforme a inflação.
89% dos que tiveram prejuízo não conseguiram reajustar os preços conforme a inflação, um índice maior do que entre os que tiveram lucro (71%) e dos que ficaram em equilíbrio (88%), o que torna claro que o principal desafio do setor está sendo lidar com o rápido e intenso aumento da inflação.
“Como o poder de compra da população não está acompanhando o aumento dos preços dos insumos, os donos dos estabelecimentos têm segurado parte dos reajustes, assim, vários a operarem no prejuízo. Assistir um terço dos bares e restaurantes operarem com prejuízo, terem parcelas de financiamento em atraso e mais de dois terços terem impostos em aberto, sinaliza a necessidade urgente de um plano de recuperação para o setor, este que é um dos que mais emprega, gerando em torno de 70 mil empregos diretos”, diz Tony Sousa, presidente da Abrasel em PE.
Sobre a questão dos impostos, 64% têm parcelas do Simples em atraso. 49% pretendem aderir ao Relp e 85% têm receio de sair do Simples.
24% das empresas têm Cadastur. Destas, 20% estão com débitos na dívida ativa, mas apenas 50% delas conhecem o Perse (programa de Renegociação).
Já quando o assunto é crédito, 33% dos bares e restaurantes têm empréstimos em atraso. Um terço das empresas que contraíram empréstimos regulares está com parcelas em atraso (exceto Pronampe). No caso das que tomaram o Pronampe, o índice de atraso é de 20%. No total, 71% das empresas disseram ter algum empréstimo contratado.