Neurocientista, Dr. Fabiano de Abreu, explica o problema que representa uma grande preocupação para a saúde mundial

Não é difícil lembrar das aulas de biologia dadas ainda na escola e a explicação sobre a necessidade de realizar um tratamento completo com antibióticos. Desde os primórdios, a educação biológica busca demonstrar os perigos de contribuir para a resistência bacteriana e, infelizmente, mesmo assim, este é, atualmente, um dos problemas mais graves enfrentados pela ciência mundial.

Somente em 2019, a resistência bacteriana causou cerca de 1,27 milhão de mortes diretamente e 4,95 milhões indiretamente. “Imagine o desafio para os médicos e para os pacientes. O tratamento de uma doença bacteriana que não responde aos medicamentos conhecidos pela medicina mais avançada que existe, é algo grave e preocupante”, explica o neurocientista, PhD e biólogo, Dr. Fabiano de Abreu.

Um outro ponto a ser levado em consideração, é que as bactérias que estão adquirindo resistência são velhas conhecidas da medicina como Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae e Staphylococcus aureus. “A resistência a duas classes de antibióticos, beta-lactâmicos, que incluem penicilina e fluoroquinolonas, estava por trás de mais de 70% das mortes causadas por resistência. Imagine o caos instalado em um hospital, por exemplo, que naturalmente, está repleto de pessoas com a imunidade danificada”, detalha o Dr. Fabiano.

Também podemos apontar que fatores socioeconômicos são vitais para a manutenção de uma boa infraestrutura de saúde.  “A África Subsaariana ocidental teve as maiores taxas de mortalidade: 114,8 mortes por 100.000 pessoas foram associadas à resistência bacteriana aos antimicrobianos e 27,3 mortes por 100.000 pessoas foram devido à resistência”, exemplifica o especialista. 

Para Fabiano de Abreu, a melhora do cenário só será possível com a união entre políticas de educação, conscientização, saúde e economia. “Devemos limitar o uso de antibióticos para evitar o estímulo à resistência, também é necessário fortalecer o entendimento da biologia para as massas e promover uma melhor infraestrutura para os países mais necessitados, afinal, em um mundo globalizado, a saúde não é uma questão individual e sim coletiva”, pontua.

Sobre o Dr. Fabiano de Abreu

Prof. Dr. Fabiano de Abreu Agrela Rodrigues é PhD em Neurociências, Mestre em Psicanálise, Doutor e Mestre em Ciências da Saúde nas áreas de Psicologia e Neurociências com formações também em neuropsicologia, licenciatura em biologia e em história, tecnólogo em antropologia, pós graduado em Programação Neurolinguística, Neuroplasticidade, Inteligência Artificial, Neurociência aplicada à Aprendizagem, Psicologia Existencial Humanista e Fenomenológica, MBA, autorrealização, propósito e sentido, Filosofia, Jornalismo, Programação em Python e formação profissional em Nutrição Clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International, diretor da MF Press Global, membro da Sociedade Brasileira de Neurociências e da Society for Neuroscience, maior sociedade de neurociências do mundo, nos Estados Unidos. Membro da Mensa International, Intertel e Triple Nine Society (TNS), associações e sociedade de pessoas de alto QI, esta última TNS, a mais restrita do mundo; especialista em estudos sobre comportamento humano e inteligência com mais de 100 estudos publicados.