10 artistas recifenses foram convidados para interpretar personagens presentes na Oficina em percurso de áudios-guia espalhados dentro e fora do museu.

Buscando enriquecer e dar novos sentidos à experiência dos seus visitantes, expandindo o universo artístico de Francisco Brennand para além das obras físicas, a Oficina Francisco Brennand incorpora o projeto “Pequenezas” ao seu acervo, a partir do próximo dia 29. Trata-se de um percurso de áudio-guia instalado em diversos espaços do museu, gravados por dez artistas recifenses do segmento da música, teatro e cinema, propondo um mergulho sensorial no território do espaço cultural, revelando as criaturas e atmosferas meticulosamente criadas pelo artista que dá nome ao museu na mata da Várzea.

A série de 10 áudios-guia interpretados por Isaar, Uana, Arthur Canavarro, Lucas Torres (Magiluth), Erivaldo Oliveira (Magiluth), Ander, Isadora Melo, Una, Jáder e Luna Vitrolira, destacam as entidades que habitam os espaços da Oficina, convidando os visitantes a explorarem o museu com um olhar renovado, apreciando as belezas despercebidas por um olhar regular. Com textos criados pela equipe da Gerência de Educação e Pesquisa da Oficina Francisco Brennand, os 10 personagens escolhidos para o “Pequenezas” contarão suas próprias histórias ao público por meio de QR codes estrategicamente dispostos em itens do acervo como esculturas, objetos e plantas, que poderão ser ouvidos por meio do fone de ouvido do visitante ou pela saída de áudio do aparelho celular.

Conceitualmente, a iniciativa abre espaço para imaginar outras narrativas não óbvias e possibilitarnovas camadas de significado para a cosmologia da Oficina Francisco Brennand. Para além desse aprofundamento, o projeto também incentiva os visitantes a explorarem os arredores do equipamento, convidando-os a descobrir criações e espécies além de suas paredes. Pontos de interesse como o bambuzal, a ponte e o relógio de sol foram selecionados com essa finalidade. A série “Pequenezas” é um projeto que inclui também acessibilidade comunicacional por meiode audiodescrição para pessoas cegas e com baixa visão.


“A Oficina Francisco Brennand é um universo. Francisco criou um universo com muitos detalhes. A equipe de Educação gosta de pensar nesse lugar de uma forma muito ampla, além das esculturas que Francisco criou, mas pensando que está dentro de uma mata, na presença dessa natureza, como ela interfere, pensando também sobre que lugar é esse, que território é esse, que histórias estão sendo atravessadas aqui, acaba criando uma atmosfera e uma intersecção de narrativas que só se concretiza aqui. Então o projeto revela muitas coisas que um visitante habitual, que vem para ver as esculturas, conhecer o espaço, certamente não vê com facilidade”, enfatiza Camila Serejo, da equipe de
Educação e Pesquisa da Oficina Francisco Brennand.

Artistas em diálogo

Desde novembro de 2023, com a abertura das exposições “CapiDançaBaribéNois’, do artista carioca Ernesto Neto, e a mostra coletiva “Invenção dos Reinos”,  reunindo mais de 30 artistas, a Oficina Francisco Brennand vem criando relações com outros atores artísticos, além daquele que dá nome ao espaço, construindo um diálogo rico e multifacetado que enriquece a própria essência da arte exposta no museu. Dando continuidade ao desejo de Francisco Brennand, a instituição segue criando relações com outras expressividades na Oficina garantindo uma nova experiência a quem visita o espaço.

“O diálogo estabelecido com os 10 artistas no projeto “Pequenezas” aponta para uma Oficina do futuro e inclusiva, fundamentada na crença da construção coletiva da arte. Esta abordagem reafirma a visão de uma arte viva, suscetível à transformação constante, em linha com a convicção de Francisco Brennand. Ficamos muito felizes em poder expandir as possibilidades desse espaço já tão querido pelo público”, afirma o presidente da Oficina, Marcos Baptista.


Ficha técnica:

Gravação: Fábrica Estúdios

Edição e Captação de Som: Pedro França (Fábrica Estúdios)

Audiodescrição: Ferva Acessibilidade (Vanessa Marques e Michell Platini)

Coordenação do projeto: Milla Serejo (Equipe da Gerência de Educação e Pesquisa da Oficina Francisco Brennand)

Vozes:

Fifi (janela), interpretada por Una

Khronis (escultura do feiticeiro), interpretado por Lucas Torres

Samambaia Marilyn (plantinha no templo), interpretada por Uana

Accademia (prédio), interpretado por Ander

Azulino (escultura de pássaro), interpretado por Isaar

Lili e Ken (líquens), interpretados por Jáder

Iroko (Baobá), interpretada por Isadora Melo

Onofre (bambuzal), interpretado por Arthur Canavarro

Miss Bridge (ponte de ferro), interpretada por Luna Vitrolira

Analem (relógio de sol), interpretado por Erivaldo Oliveira

Textos:

KHRONIS: Nayara Passos e Milla Serejo

MARILYN: Nayara Passos e Milla Serejo

SRTA FIFI: Nayara Passos e Milla Serejo

ACCADEMIA: Henrique Falcão

AZULINO: Maya Ferreira

LILI E KEN: Alexandra Jarocki e Carol Aragão

IROKO: Carol Aragão

ONOFRE: Nayara Passos e Milla Serejo

MISS BRIDGE: Henrique Falcão

ANALEN: Alexandra Jarocki

Sobre o Instituto Oficina Francisco Brennand – Transformado em um instituto cultural sem fins lucrativos em 2019, a Oficina atua para preservar o legado do artista Francisco Brennand, ao passo em que fomenta e difunde práticas artísticas, educativas e culturais contemporâneas. No coração da Mata da Várzea, na capital pernambucana, a Oficina salvaguarda um amplo conjunto de obras do artista, distribuídas em espaços expositivos, jardins – um deles projetado por Roberto Burle Marx – e reserva técnica. Fundada em 1971, a Oficina compreende também edificações fabris, ateliês e uma capela, cuja reforma é de autoria dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha e Eduardo Colonelli, instalações de atendimento ao público, como café e loja, e unidade de apoio localizada no Bairro do Recife, na Casa Zero.