A alfabetização é a base da aprendizagem no processo de leitura e escrita. Ela não apenas capacita as crianças a compreenderem o mundo ao seu redor, mas também as ajuda a se expressarem e se comunicarem de maneira eficaz. No entanto, muitas crianças enfrentam desafios únicos ao longo desse processo.
Crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) podem enfrentar obstáculos adicionais na jornada da alfabetização, e para elas esse processo de forma correta é um dever, por várias razões cruciais. Um desses motivos é que aprender a ler e escrever viabiliza que essas crianças se comuniquem de forma mais eficiente. Além disso, essa habilidade contribui com o processo de inclusão social, possibilitando várias formas de interação com seus colegas.
De acordo com a psicóloga e psicopedagoga da Clínica Ninho, Juliana Carneiro “é fundamental adotar abordagens inclusivas que atendam às necessidades individuais das crianças e capacite elas a aprender de forma independente, explorando tópicos de seu interesse e adquirindo conhecimento ao longo de suas vidas”, aponta.
Nesse cenário surge o Profissional Acompanhamento Terapêutico (AT) que é essencial no ambiente escolar de crianças autistas, oferecendo suporte individualizado às necessidades específicas desses alunos.
Ainda de acordo com Juliana Carneiro, o AT cria estratégias personalizadas para apoiar o aluno em suas atividades acadêmicas e sociais, buscando sempre contribuir com o desenvolvimento de suas habilidades e promover a autonomia. “A comunicação é uma área crítica para muitas crianças com autismo, e o acompanhante terapêutico desempenha um papel-chave ao facilitar a interação entre o aluno, seus colegas e professores”, explica.
Além de ajudar a criança a se comunicar de forma mais assertiva e interagir com os outros de forma mais eficaz, outro benefício importante do AT é o apoio emocional que ele pode oferecer à criança e à sua família.
Lei que determina a presença de um AT em sala de aula
De acordo com a Lei Berenice Piana (nº 12.764/12), que institui os direitos dos autistas e suas famílias em várias esferas sociais, todo aluno autista que demonstre dificuldades acentuadas de convívio social e manejo comportamental, tem direito a um acompanhante especializado em sala de aula.
Ao instituir a Política de Proteção dos Direitos das Pessoas com TEA, a legislação garante, nos casos comprovados, o direito da criança autista ser matriculada em escola regular (pública ou particular) com acompanhante especializado em sala.