A Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, que acontece entre os dias 06 e 15 de outubro, no Centro de Convenções, acaba de confirmar a primeira atração internacional da sua 14ª edição. Trata-se de Françoise Vergès, cientista política, historiadora, ativista e especialista em estudos pós-coloniais. Ela, que é francesa, vem ao Brasil lançar o seu novo livro, intitulado “Programa de desordem absoluta” (Ubu Editora). Fabiana Moraes, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), fará a mediação da conversa. Vale ressaltar que a presença da autora no evento foi possível graças a uma parceria da Bienal PE com a Embaixada da França e o Institut Français.

Outros grandes nomes que passam pela literatura, sociologia, jornalismo, design gráfico e conteúdo para internet já foram confirmados na edição. Entre eles: Xico Sá, Clara Alves, Eliane Brum, Lira Neto, Micheliny Verunschk, Marilene Felinto e Pedro Rhuas.

Sob o tema “Fome de quê? Você é o que você lê!”, a 14ª Bienal PE tem patrocínio do Itaú Unibanco, com apoio da Prefeitura do Recife, Sebrae, Sesc Pernambuco. Também há apoio institucional da Associação Brasileira de Difusão do Livro (ABDL), Associação Brasileira das Editoras Universitárias (ABEU), Câmara Brasileira do Livro (CBL), Sindicato Nacional dos Editores de Livros (SNEL) e União Brasileira de Escritores de Pernambuco (UBE PE). A realização é da Cia de Eventos, Ideação, VOX, Ministério do Turismo, Ministério da Cultura e Governo Federal.

Mais sobre Vergès – Nascida na ilha de Réunion, território francês colonial ultramarino, Françoise integra o Comitê pela Memória e a História da Escravidão. Inclusive, já publicou diversos livros sobre ciências políticas, feminismo e antirracismo. Entre os livros, ela assina “Uma teoria feminista da violência” (Ubu, 2021) e “Um feminismo decolonial” (Ubu, 2020).

Em suas obras, costuma mostrar sua visão do que chama de feminismo punitivo e feminismo civilizador, fazendo crítica às correntes feministas que desativam a potência do movimento de mulheres nas ruas. Também fala sobre a centralidade na punição individual, algo que oculta as violências estruturais do capitalismo patriarcal, do racismo e do imperialismo. Assim, Françoise provoca debates sobre os caminhos para se avançar rumo a uma sociedade emancipada, livre dos mecanismos de repressão estatal.