A 2ª Jornada do Patrimônio Alimentar – Comida cultura e território: salvaguardando saberes e fazeres dos sistemas alimentares, integra a programação da 16ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco

A Secretaria Estadual de Cultura (Secult-PE) e a Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), em parceria com os cursos de Gastronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Faculdade Senac e o Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), promovem a 2ª Jornada do Patrimônio Alimentar -Comida cultura e território: salvaguardando saberes e fazeres dos sistemas alimentares.

O evento é aberto ao público e acontece na próxima segunda (28) e terça-feira (29), no Auditório do Ceagri da UFRPE e no Salão de eventos do Senac. Para participar, é necessário realizar uma inscrição prévia para garantia de vagas (a ação é sujeita à lotação dos espaços) por meio de um formulário online.

A atividade integra a programação da 16ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco e tem como objetivo fortalecer o debate acerca das políticas públicas culturais voltadas ao contexto do patrimônio alimentar em Pernambuco, bem como gerar trocas acadêmicas e divulgação de iniciativas da sociedade civil que contribuem com a preservação e a promoção dos patrimônios alimentares.

Com foco no debate relacionado à cultura e território alimentares, a programação está dividida em três partes: culinária afro-brasileira, culinária indígena e tradições da culinária pernambucana. O evento contará com a presença de Mãe Lu e Iyabassé Rosemary, do Ilê Axé Oxalá Talabí, localizado em Paulista, recém registrado como Patrimônio Vivo de Pernambuco; e Bella e Iran Xukuru, representantes da etnia Xukuru da Serra do Ororubá.

Para Marcelo Renan, coordenador de Patrimônio imaterial da Fundarpe, a realização deste evento em parceria com duas importantes instituições de ensino do Estado, reforça a importância de introduzir temas da preservação do patrimônio cultural para diferentes áreas acadêmicas.

“A gastronomia se conecta com aspectos culturais, sociais, políticos e territoriais. Por isso mesmo, nesta edição, trouxemos discussões sobre as culturas alimentares de povos originários e de matrizes africanas para evidenciar matrizes presentes nas bases da cultura alimentar em Pernambuco”, destaca Marcelo Renan.

O evento também faz uma homenagem póstuma ao Mestre Cazuza do Alfenim, José Otaviano da Silva Filho, herdeiro da tradição da produção do Alfenim, doce de origem árabe produzido à base de açúcar e limão e popularizado no agreste pernambucano pelas mãos de sua mãe, Maria Belarmina, a Dona Menininha, primeira Patrimônio Vivo representante da gastronomia popular pernambucana. Mestre Cazuza do Alfenim esteve presente na Jornada do Patrimônio Alimentar de 2022, demonstrando aos alunos e interessados o saber-fazer desta iguaria pernambucana.

Dianne Sousa, pesquisadora e produtora cultural, atual gestora da coordenação de Gastronomia da Secult-PE, opina que a cultura e a história dos povos estão ligadas à alimentação. “Para entender toda a diversidade da gastronomia é fundamental dialogar sobre práticas, representações e conhecimentos que permeiam nossa identidade. A 2° Jornada do Patrimônio Alimentar proporciona debates e reflexões acerca da dinâmica dos processos alimentares e sua continuidade”.

Para Ericka Rocha, professora e coordenadora do curso de Bacharelado em Gastronomia da UFRPE, e uma das organizadoras do evento, as memórias associadas à alimentação expressam estruturas sociais e se comportam como marcos de identidade.

“Neste sentido, refletir sobre o legado de sabores, modos de fazer e práticas de comensalidade que permeiam a alimentação no Brasil, é um passo para compreender nossa sociedade e cultura. A Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, em sua 16ª edição, traz uma rica oportunidade para iluminar, refletir e debater sobre culturas alimentares que permeiam o estado, na 2ª Jornada do Patrimônio Alimentar”, avalia Erick Rocha.

Robson Lustosa, coordenador de Gastronomia da Faculdade Senac Pernambuco, reforça que a Gastronomia, como área de conhecimento e de atuação na alimentação, apresenta-se sempre de maneira complexa o que a coloca como expressão cultural em um cenário multifacetado de ações e reflexões.

“A 2ª Jornada do Patrimônio Alimentar oportuniza a sociedade a debater sobre a preservação e consolidação do patrimônio enquanto conjunto de signos e representações, nos permitindo refletir o quanto ainda podemos ser autênticos e capazes de preservar saberes e sabores que contam nossos caminhos do passado e nos apontam as trilhas para o futuro”, pontua Robson Lustosa.

SEMANA DO PATRIMÔNIO – Com uma série de ações gratuitas como palestras, seminários, debates e encontros temáticos, a 16ª Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco conta com a participação de 25 municípios pernambucanos e diversos parceiros nesta 16ª edição. A programação completa está disponível aqui.

Serviço:

2ª Jornada do Patrimônio Alimentar

Segunda (28) e terça (29)

Auditório do Ceagri da UFRPE (Campus Sede – Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos)

Salão de eventos da Faculdade Senac Pernambuco (Rua do Pombal, 57, Santo Amaro, 22º andar)

Gratuito

Inscrições via formulário on-line

Confira a programação completa da 2ª Jornada do Patrimônio Alimentar – Comida cultura e território: salvaguardando saberes e fazeres dos sistemas alimentares:

Segunda-feira (28)

Tema: Culinária afro-brasileira como Patrimônio Imaterial

Horário: 14h às 17h

Local: Auditório do Ceagri da UFRPE (Campus Sede – Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos)

Convidados:

–  Mãe Lu e Iyabassé Rosimary – Ilê Axé Oxalá Talabí (Patrimônio Vivo de Pernambuco)

– Rozélia Bezerra (Professora Doutora Aposentada do Departamento de História da Universidade Federal Rural de Pernambuco. Membro e Pesquisadora Gehislit – PUC/MG)

– Mediação: Bruno Celso Vilela Correia (Doutor em Sociedad y cultura pela Universitat de Barcelona e professor do curso de Gastronomia da UFRPE)

Terça-feira (29)

Tema: Tradições da culinária pernambucana como Patrimônio Imaterial

Horário: 9h às 12h

Local: Salão de eventos da Faculdade Senac Pernambuco (Rua do Pombal, 57, Santo Amaro, 22º andar)

Convidados:

– Lorena Bezerra de Sousa (Coordenadora do curso de Gastronomia da Faculdade Senac PE – UV Caruaru)

– Vânia Lemos- Itep/CT Laticínios (Coordenadora do Museu do Queijo de Coalho)

– Exibição do Documentário: O Francês e Coalho

Mediação: Luciana Gama (Doutora em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE e Assessora Técnica da Coordenadoria de Patrimônio Imaterial da Fundarpe)

Tema: Culinária indígena como Patrimônio Imaterial

Horário: 14h às 17h

Local: Auditório do Ceagri da UFRPE (Campus Sede – Rua Dom Manuel de Medeiros, s/n, Dois Irmãos)

Convidados:

– Iran Neves Xukuru (extensionista do Instituto Agronômico de Pernambuco – IPA) e Angela Neves Pereira, conhecida como Bella Xukuru (representante do Coletivo Jupago Krekáe e primeira Bacuroa do povo Xukuru)

– Mônica Jacomé (pós-graduanda em Gestão Social do Patrimônio Cultural, pela Universidade Federal da Bahia, arte educadora popular, pesquisadora e produtora cultural. É autora do Cardápio de Histórias e produziu o XEPACULT, ambos projetos com incentivo do Funcultura).

– Exibição do Documentário: Territórios Gastronômicos do Velho Chico 

Mediação: Monica Helena Panetta (Doutoranda em Agroecologia e Desenvolvimento Territorial – PPGADT|UFRPE e Professora do curso de Gastronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco)