Anna Rúbia Pirôpo, coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, explica novo sentimento psicológico ligado aos impactos do uso exacerbado da tecnologia na rotina
Você já ouviu falar em nomofobia ou no-mobile? O nome pouco conhecido refere-se a uma fobia que tem crescido em todo o mundo diante de uma população hiper conectada. De acordo com a coordenadora do curso de Psicologia da Faculdade Anhanguera, Anna Rúbia Pirôpo, que também é neuropsicóloga, a Nomofobia trata-se do medo irracional de ficar sem o celular, este também é conhecido como síndrome da dependência digital.
Segundo uma pesquisa publicada pela Digital Turbine, 20% dos brasileiros não ficam mais de 30 minutos longe do celular. Já um levantamento do Google mostra que 73% dos brasileiros não saem de casa sem os seus dispositivos. Para Anna, o avanço tecnológico é um dos fatores que contribuem para a dependência.
“A cada dia surgem dispositivos com as mais altas tecnologias e amplo acesso. Com isso, a necessidade em estar sempre conectado é reforçada socialmente, pois através disso é possível, além de compartilhar e receber as mais variadas informações e situações, resolver e atender demandas como: trabalho, estudos, entretenimento, compras, dentre outros. Com isso, cria-se o hábito em estar sempre conectado e “disponível”. A todo tempo somos reforçados a emitir esse comportamento e quando percebemos que estamos distantes dele é como se deixássemos de viver ou de estar conectado com o mundo”, explica a neuropsicóloga.
Neste cenário, a especialista salienta que essa sensação vem se tornando cada vez mais forte diante da tecnologia, assim como outras patologias que se originaram de novas tecnologias e/ou que foram reforçadas por essas novas tendências. “A Nomofobia se faz referência às sensações observadas “no modo off-line”, ou seja, na desconexão ou no medo dela. E a partir disso, as pessoas passam a sentir ansiedade, desconforto, nervosismo, angústia, pânico, além de sintomas físicos como aperto no peito, taquicardia e suor frio”.
Anna explica que a nomofobia é um fenômeno complexo e as causas e efeitos ainda estão sendo amplamente estudados. “No entanto, até o momento, acredita-se que seja uma combinação de fatores, como baixa autoestima, níveis elevados de ansiedade e impulsividade. Alguns sinais de alerta desse sentimento incluem a necessidade constante de ter um dispositivo para recarregar a bateria, o monitoramento constante do aparelho em busca de notificações, a dependência do celular mesmo em momentos inadequados, como perto da hora de dormir, a ansiedade, angústia e nervosismo que surgem quando o celular fica inutilizável por qualquer motivo, o medo de ficar desconectado e a restrição das atividades apenas a locais onde é possível manter a conexão”.
O diagnóstico da nomofobia utiliza critérios do Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V) para fobias específicas. Além disso, alguns estudiosos defendem que o termo seja incluído no DSM-V como uma entidade diagnóstica que representa um vício tecnológico, devido à semelhança dos sintomas com a síndrome de dependência de substâncias.
Os sintomas da dependência patológica incluem nervosismo, agitação, ansiedade, taquicardia, angústia, sudorese, medo, e podem afetar a saúde e o dia a dia da pessoa. Para auxiliar aqueles que são dependentes do celular e da tecnologia, a neuropsicóloga e docente da Anhanguera recomenda algumas dicas para diminuir o uso excessivo e reduzir os impactos na rotina, confira:
- Limitar o uso do celular, especialmente antes de dormir e ao acordar, para garantir uma boa qualidade de sono;
- Evitar o uso do celular durante as refeições, promovendo uma alimentação consciente;
- Desenvolver estratégias para restabelecer o contato com o mundo real, buscando interações interpessoais e limitando o uso de tecnologia nesses momentos;
- Quando necessário, procurar ajuda com profissionais especializados.
Anna Rúbia Pirôpo finaliza ressaltando que é inegável os benefícios da tecnologia, porém, é essencial encontrar o equilíbrio em seu uso para prevenir e minimizar possíveis impactos na saúde mental. Ela enfatiza a importância de não encarar os aparelhos tecnológicos como uma extensão de si mesmo e a necessidade de um uso consciente e responsável, especialmente no período pós-pandemia.
Sobre a Anhanguera
Fundada em 1994, a Anhanguera oferece educação de qualidade e conteúdo compatível com as necessidades do mercado de trabalho por meio de seus cursos de graduação, pós-graduação, cursos Livres, preparatórios, com destaque para o Intensivo OAB (Ordem dos Advogados do Brasil); profissionalizantes, nas mais diversas áreas de atuação; EJA (Educação de Jovens e Adultos) e técnicos, presenciais ou a distância, visando o conceito lifelong learning, no qual proporciona acesso à educação em todas as fases da jornada do aluno. São mais de 15 mil profissionais e professores entre especialistas, mestre e doutores.
Além disso, a instituição presta inúmeros serviços à população por meio das Clínicas-Escola, na área de Saúde e Núcleos de Práticas Jurídicas. A Anhanguera tem em seu DNA a preocupação em compartilhar conhecimentos com toda a sociedade a fim de impactar positivamente as comunidades ao entorno das instituições de ensino. Para isso, conta com o envolvimento de seus alunos e colaboradores a partir de competências alinhadas às práticas de aprendizagem e que contribuem para o desenvolvimento do País.
Com grande penetração no Brasil, a Anhanguera está presente em todas as regiões com 106 unidades próprias e 1.398 polos em todos os estados brasileiros.