Era 1975 quando um grupo de amigos liderados pelo jovem Paulinho – na época, recém-saído da banda de Pau e Corda do bairro – se reuniu em Casa Amarela, Zona Norte do Recife, para fundar a banda Som da Terra. Luiz Gonzaga e Quinteto Violado estavam entre as principais influências, marcantes no LP de estreia, “Agreste”. Nesta quarta (12), o grupo comemora 48 anos desde o primeiro show, considerado marco inicial da carreira.
“A primeira apresentação, em 1975, foi no Veneza, extinto bar do Recife”, conta Rominho Pimentel, atual vocalista e percussionista – integrante do grupo desde o segundo álbum, o “Som da Terra no meio do mundo”.
Já no primeiro ano de formação, a banda recebeu um incentivo extra ao ser considerada a “Melhor Banda do Ano”, título concedido pela Rede Bandeirantes. No Recife, apresentou-se durante 13 anos no famoso e saudoso bar “No Meio do Mundo”, casa que cativou várias gerações. Iniciou as apresentações musicais da casa de shows “Cavalo Dourado”, no Jockey Club, e, em 1979, introduziu o primeiro trio elétrico pernambucano, com o título: “Tropical Som da Terra” e posteriormente, “Turma do Puguim”, que grande influência teve na renovação do carnaval pernambucano.
Ao longo desses anos de carreira, o grupo compartilhou suas andanças com grandes nomes da Música Popular Brasileira, a exemplo de Luiz Gonzaga, Guilherme Arantes, Jair Rodrigues, Paulo Diniz, Dominguinhos, Sivuca, Alceu Valença, Roupa Nova, MPB-4, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Lenine, entre outros. Um dos mais tradicionais grupos da música pernambucana, o Som da Terra tem um estilo que pode ser definido como MPB de sotaque regional, com uma gama de composições que compreendem os gêneros da cultura popular.
Em 2021, a banda passou a contar com um novo integrante. Filho do músico Getúlio Cavalcanti, o cantor, compositor e instrumentista Cassius Cavalcanti entrou para o grupo após a morte de Carlos Alberto, conhecido como Kayto, que sofreu um infarto fulminante.
“Após muitas conversas entre os integrantes, algumas alternativas foram testadas até chegar à escolha de Cassius, uma figura muito conhecida no cenário da música, além de ser filho de Getúlio, uma lenda do Carnaval de Pernambuco”, afirma Rominho.
A banda não para de inovar. Todos os anos lança um hit diferente. Este ano, a banda lançou a música “Xô, Xô Mané” para ser o hit do carnaval 2023. A canção é um frevo e tem a intenção de conscientizar as pessoas que vão brincar Carnaval a dar um basta ao assédio e as brigas. Contempla ainda o respeito às diferenças, como também enaltece a boa educação, quando diz: “peça licença, não vá contra a maré”.
Desde o início, já foram 28 trabalhos gravados, sendo 3 LPs, 6 DVDs, e 19 CDs. Ao longo da sua trajetória, a banda já emplacou inúmeros sucessos, entre eles está “Balança o Saco”, que rendeu 1 disco de Ouro, entregue no programa do Chacrinha.