Maior conscientização sobre o tema pode ser a principal explicação para o fenômeno
Neste domingo (18) é celebrado o Dia do Orgulho Autista e durante todos os anos, milhares de pessoas são diagnosticadas com autismo. Dados recentes divulgados pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos mostram que os números estão aumentando. Embora não haja respostas definitivas que expliquem o porquê da detecção do transtorno crescer tanto, os especialistas apontam que a maior conscientização sobre o tema seja a principal explicação para o fenômeno.
Os dados mostram que o índice de prevalência na população, desse transtorno, marcado por dificuldades de comunicação, comportamentos repetitivos e interesses restritos, está em crescimento. Uma pesquisa publicada no primeiro semestre de 2023 pelo (CDC) dos EUA, revela que 1 a cada 36 crianças americanas com menos de 8 anos têm autismo. Não temos estimativas exclusivas do Brasil porque, aqui, o diagnóstico é feito com mais dificuldade.
De acordo com a Dra. Carmo Pascoal, pedagoga com pós em psicopedagogia e especialista em análise do comportamento da Clínica Ninho, os números podem estar associados ao maior acesso da população ao diagnóstico.
“Esses dados mostram que os grupos mais desassistidos passaram a ter acesso ao diagnóstico. Há uma maior conscientização sobre o autismo, com a disseminação de mais informações tanto entre os profissionais da saúde quanto entre a população. As estatísticas refletem as melhorias na triagem, na conscientização e até no acesso aos serviços de saúde. Como as pessoas estão mais informadas sobre o TEA, elas ficam atentas e buscam ajuda caso percebam os sintomas em si mesmas ou em familiares próximos”, explica.
Ainda segundo a Dra. Carmo Pascoal, é fundamental perceber os sinais precocemente. Se a intervenção acontece neste período, maior é a chance de desenvolvimento.
“É importante ficar atento a alguns sinais, dentre eles, dificuldades relacionadas à comunicação e à fala, comportamentos repetitivos e interesses restritos, em que o indivíduo foca muito em apenas uma ou poucas coisas bem específicas. Os autistas gostam de outras pessoas, têm sentimentos e querem interagir. Porém, por conta da dificuldade em habilidades na interação social, por vezes isso não acontece.”, afirma.
Embora o ideal seja perceber o autismo precocemente, não significa que o diagnóstico tardio do autismo seja desconsiderado. Ao descobrir o transtorno em qualquer faixa etária (mesmo na adolescência ou na fase adulta), a pessoa pode buscar uma melhor compreensão sobre si e dar início aos tratamentos para aliviar sintomas específicos ou dificuldades que prejudicam o bem-estar e a qualidade de vida.