O músico e arquiteto Fernando Ribeiro Fernandes, o Fer Loki, apresenta o seu primeiro álbum “Tarumã Berimbau”. O disco produzido por Nathan Itaborahy, Estúdio Torto (SP), nasceu de uma jornada interna e emocional do artista.
No Rio, o músico Domenico Lancellotti não só ajudou o disco a ganhar corpo, como colocou o cantor e compositor em contato com Leo Shogun, estúdio Casa do Caboclo (RJ), responsável pela mixagem e masterização do primeiro trabalho do artista. Domenico, inclusive, toca pandeiro na faixa “Sertãozinho Bauhaus”.
Com influências da MPB e outras sonoridades brasileiras, “Tarumã Berimbau” carrega letras confessionais embaladas em sonoridades ora densas, ora simples e leves, como os sentimentos paradoxais e intensos que inspiraram Fer Loki. O disco conta com sete faixas, algumas de sua autoria e outras com parceiros.
Link para escutar o disco: Fer Loki | Spotify
Mais sobre Fer Loki
Fernando Ribeiro Fernandes (Salvador, 1986) é músico, arquiteto, designer e diretor de arte. Cresceu em Minas Gerais, onde ficou até dar início a carreira de arquiteto. Co-idealizou o F. Studio Arquitetura e Design. Desde 2018, vive e trabalha em São Paulo.
Sua pesquisa artística é pautada na composição de espaços afetivos como lugar de interação entre pessoas e seus objetos de memória. Paralelamente, cria e dirige projetos criativos autorais. Cantor e compositor, nos últimos anos a Música está cada vez mais latente em seu cotidiano. O disco “Tarumã Berimbau” é a reunião de canções de seu primeiro álbum, estreando assim, o início de um caminho na música popular brasileira.
“Tarumã Berimbau” por Fer Loki
1- TENTAR ENTENDER
Letra/música:Fer Loki
Vozes, coros, Violão e percussão de boca: Fer Loki
Programações, percussões, guitarra, piano, baixo e sintetizadores: Nathan Itaborahy
Em “Tentar entender” pratico o exercício de entender e aceitar sentimentos indesejados ou inesperados, refletindo sobre passado, presente e futuro. A música apresenta uma pegada urbana pois ilustra minha caminhada pela cidade de São Paulo em busca do meu autoconhecimento, fala sobre a importância de deixar as coisas fluírem, sobre sentir um vazio e ao mesmo tempo compreender que ele é necessário para ser preenchido novamente por renovações necessárias da vida. É uma reflexão consciente sobre como muitas vezes a gente gasta muito tempo pensando no que já passou ou projetando ansiedades sobre o que está por vir. Viver o agora talvez seja o mais próximo da realidade.
2- TARUMÃ BERIMBAU
Letra/música: Fer Loki
Violão, vozes, coros, berimbau, órgão: Fer Loki
Programações, percussões, guitarra, baixo, cavaquinho: Nathan Itaborahy
Em “Tarumã Berimbau” falo sobre duas forças que andam juntas em mim. Honrando sempre o sentimento do amor, me despeço de algumas coisas, guardando-as na minha caixinha de memória, nas mil figurinhas de chicletes que fazem parte do meu álbum da vida. Me despeço de algumas coisas para permitir que outras cheguem. E no balanço do tempo, no vai e vem da vida, eu me divido entre a melancolia da minha alma e o movimento do meu corpo e da minha mente. Sempre em frente. Cada vez mais confiante em mim e nos que me cercam neste momento presente. Guardando o que importa e ressignificando o que já não me define mais. “Tarumã” simboliza toda a melancolia que existe no meu coração e o “Berimbau” representa a força potente que me move em direção aos meus desejos mais profundos.
3- ESSE TREM
Letra/música: Fer Loki e Douglas Poerner
Vozes, órgão: Fer Loki
Percussões, violão, apito, guitarra: Nathan Itaborahy
Cavaquinho: Douglas Poerner
Coro: Bernardo Merry, Fer Loki, Nathan Itaborahy e Clara Castro
Em “Esse trem” traço um samba de montanha, com ironia e mineirices, narrando o nascimento dessa música que fiz com meu amigo Douglas Poerner. A música nasceu em uma manhã onde eu estava com esta melodia em minha cabeça e não conseguia fazer a letra. Queria mostrar ao meu amigo a canção e na época estávamos escutando muito Lô Borges, em especial um disco, “via láctea”. Apresentei a melodia cantando a letra do “trem azul”, do Lô Borges e o Douglas quase teve um infarto me dizendo que eu não podia fazer isso. Respondi que apenas estava apresentando a melodia e precisava de ajuda com a letra, mas que como não tinha letra ainda estava usando o nosso querido Lô Borges para ilustrar a ideia. Douglas se sentou comigo e juntos fizemos a letra de “Esse Trem” narrando esta história que ficou para sempre gravada em nossa memória. “nesse trem quase entrei, a minha distração, esse trem não é meu, é de “Maria e João” Defino esta canção como um samba mineiro de montanha, homenageando nossos grandes mestres e referências musicais
4- CHICO DE NÓ
Letra/música: Fer Loki
Vozes, órgão, teclados, clap: Fer Loki
Percussões, violão: Nathan Itaborahy
Baixo: Douglas Poerner
Guitarras: Pedro Brum
Coros: Fer Loki, Chico Prata
“Chico de Nó” questiona de onde eu vim de verdade, no duelo entre Bahia e Minas Gerais. Reflexionando a respeito de meu lugar de nascimento, meu lugar de criação, Origem dos meus pais e minha real origem, pois sempre foi difícil responder a pergunta: De onde você é?
Sou nascido na Bahia e criado em Minas Gerais, filho de uma mãe baiana e um pai mineiro. O nome da canção vem de uma expressão que escutei muitas vezes na cidade natal de minha mãe Noelita , a respeito de meu pai, Francisco. Em algumas ocasiões me deparei com amigas antigas ou parentes mais velhos de minha mãe apontando para meu pai e perguntando:
– Quem é ele? – É Chico, de Nó!
5- MOVIMENTO
Letra/música: Fer Loki
Voz, violão: Fer Loki
Voz: Clara Castro
Ambiências: Nathan Itaborahy
“Movimento” fala sobre os impulsos que fazemos e não temos controle sobre eles. Fala sobre o inevitável. Num contexto urbano representando o ambiente em que fiz essa canção, na varanda do meu apartamento em São Paulo.
6- MELÔ DO TÔ
Letra/música: Fer Loki, Clara Castro e Nathan Itaborahy
Vozes, violão: Fer Loki
Beat e programações, teclado, sint bass, guitarra: Nathan Itaborahy
“Melô do tô” presta uma homenagem ao meu Gato Heitor que me acompanha a 12 anos mesclando um diálogo com ele e com histórias cantadas por minha avó Baiana Gesinha. Numa mistura entre sonho e realidade, vou contando em metáforas minha trajetória com esse companheiro de jornada a mais de uma década.
7- SERTÃOZINHO BAUHAUS
INSTRUMENTAL
composição: Fer Loki,
Violão, sanfoninha: Fer Loki
Teclado, guitarra, baixo: Nathan Itaborahy
Pandeiro: Domenico Lancellotti
“Sertãozinho Bauhaus” é uma canção instrumental onde eu me permito narrar memórias das terras que pisei em contraste com o desenho e métodos de criação que me acompanham. É uma música instrumental melancólica que integra todas as sensações e movimentos das canções anteriores e encerra esta jornada de descobrimento deste disco.