A Tintas Coral coloriu o ícone da folia pernambucana, o Galo Ancestral. Um dos principais símbolos do Carnaval de Pernambuco, o Galo Gigante ficará erguido durante todo Carnaval na Ponte Duarte Coelho, na área central do Recife.
Assinada pelo artista plástico Leopoldo Nóbrega e pela designer Germana Xavier, o galo homenageia a cultura afro-brasileira e tem elementos étnicos e afrofuturistas. Foram utilizados quase 670 litros de tinta para colorir o Galo Ancestral.
A indumentária do Galo tem a paleta de cores africanas e pernambucanas (ou AfroPernambucanas) e traz tons quentes, como as tonalidades presentes na bandeira de Pernambuco. “Usamos tons flúor e metálicos. O Manto Sagrado do Galo tem uma cartela de cores vibrantes, com influências afropunk. A roupa tem um caleidoscópio em Patchwork de inspirações étnicas”, explica Leopoldo Nóbrega.
As pontas das asas são douradas, em franca reverência a Oxum, deidade das águas, que também é reverenciada na cidade, cuja padroeira vem a ser Nossa Senhora do Carmo, em franco sincretismo com a ancestralidade negra. No pescoço, mais dourado, desta vez com um colar no estilo gargantilha africana.
A cauda, por sua vez, traz todas as cores da paleta do arco-íris para rememorar que o Carnaval é, sim, de todos, todas e todes. Mosaicos de espelhos tecnológicos foram confeccionados com descartes de DVDs, iluminando a importância do consumo consciente e compondo a indumentária, reforçando o sagrado que reflete e transmuta as energias, presentes na gola e partes do figurino do gigante.
Na roupa, Leopoldo também mascarou alguns símbolos sagrados da folia. A exuberância de cores e texturas esconderá verdadeiros talismãs, simbologias que fazem referência ao Frevo e Maracatus, como coroas, escudos e sombrinhas de frevo, que farão as vezes de proteção. A cabeça do Galo Ancestral será um espetáculo à parte. Pinturas africanas em cor branca irão adornar o rosto do Gigante, cuja crista passa a adotar dreadlocks, embelezados com fitas de múltiplas cores.