Especialista da XP Investimentos dá dicas de como se preparar financeiramente para o período e orienta como os brasileiros podem usar o 13º salário

​O último trimestre do ano pode ser motivo de preocupação para muitos brasileiros. Esse é o período do ano em que aparecem os gastos extras com presentes de natal, confraternizações, viagens de férias, entre outros. Além das despesas fixas mensais, e das obrigações com o próximo ano. Assim, é importante que os brasileiros iniciem seus planejamentos financeiros desde já, para não sofrerem prejuízos agora e no início de 2023. Para isso, podem e devem contar com um recurso muito importante neste período: o 13º salário, com data limite para o pagamento da segunda e última parcela até a próxima terça-feira (20).

Matrículas escolares, e o pagamento de diversos tributos que são cobrados em janeiro como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), o licenciamento veicular, entre outros, são alguns dos gastos que já podem ser previstos e planejadospela população. Tendo em vista este cenário, aqueles que não estiverem com o planejamento financeiro em dia podem se prejudicar. Rafaela Medeiros, líder regional da XPInvestimentos em Pernambuco, explica que o 13º é uma renda importante nesses casos, e que deve ser priorizada para o pagamento de dívidas ou quitação de contas.

O recurso é uma gratificação de direito dos trabalhadores de carteira assinada, aposentados, pensionistas e servidores, instituída pelas Leis 4.090/1962 e 4.749/1965. O art. 7º, VIII, da Constituição Federal de 1988. Seu pagamento é anual, e corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração para cada mês trabalhado ou fração igual ou superior a 15 dias. O recebimento é dividido em 2 (duas) parcelas, sendo a primeira entre os meses de fevereiro a novembro, e a segunda até 20 (vinte) de dezembro do mesmo ano. Se a data limite para o pagamento do 13° salário cair em domingo ou feriado, o empregador deve antecipá-lo. Se não o fizer, está sujeito à multa; não podendo suprimir ou negociar o 13°.

Sendo considerado por muitos como um “extra”, é comum que o dinheiro recebido pelo pagamento do 13° seja utilizado para as comemorações de fim de ano. De acordo com levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojista (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), o Natal deste ano deve injetar R$ 66,6 bilhões na economia, com a expectativa de que 118 milhões de brasileiros vão às compras. 73% dos entrevistados afirmaram que pretendem presentear neste Natal. A intenção de compra caiu um pouco em relação ao ano passado, mas onda é animadora para o comércio. 

Esses dados da pesquisa da CNDL são muito importantes, porque servem como um termômetro da intenção de gastos de fim de ano da maioria dos brasileiros. Muitos utilizam o 13º para essas finalidades, no entanto é muito importante ter em mente o equilíbrio das despesas antes de pensar em gastar. “O 13º salário deve ser enxergado como um meio para desafogar o caixa, que só deveria ser utilizado para lazer, presentes de fim de ano ou investimento por aqueles que não possuem dívidas e que já têm uma outra reserva para as contas de janeiro”, orienta Rafaela Medeiros.

        De acordo com pesquisa, também da CNDL, em parceria com a Offerwise Pesquisas, 36% dos consumidores, que se dizem mais conscientes, antecipariam as compras de natal na Black Friday, para economizar nos presentes. 91% dos entrevistados disseram que realizam pesquisa de preço no mercado antes de efetuar a compra, assim, confirmam se os produtos estão realmente com um bom desconto e escolhem a loja com a melhor oferta. 

“Antecipar as compras, e planejar os gastos através de uma elencagem de prioridades, é sempre uma boa alternativa para economizar e poupar parte do 13°. Outro cenário interessante, neste caso, seria reservar a maior parte desse dinheiro extra para iniciar uma conta de investimentos e tentar aumentar essa renda avulsa. Tentar organizar as contas durante o ano, usar uma pequena parte para a compra de presentes e comemorações, e guardar o montante restante para a caderneta de investimentos”, explica.