Esperar os sintomas incômodos para buscar ajuda médica pode fazer mal à saúde da sua boca
Conhecidos como os “dentes do juízo”, os dentes do siso são os últimos molares que nascem em nossa arcada dentária, ocupando os lados de cada maxilar. Eles são assim chamados porque costumam nascer entre os 18 e 21 anos, a idade do juízo (siso, em latim). Devido ao nascimento tardio, é comum que haja pouco ou nenhum espaço para que esses dentes fiquem acomodados na boca, fazendo com que eles fiquem presos embaixo da gengiva, causando dor, inchaço ou desconforto. É justamente por causa desses incômodos que muitas pessoas ainda têm dúvida sobre sua utilidade e aí surge a famosa pergunta: a extração do dente do siso realmente é necessária? O cirurgião-dentista especialista em Ortodontia e Ortopedia Facial Rodrigo Coifman, sócio da clínica Estética Sorriso, no Recife, explicou sobre essa dúvida.
A extração é indicada sempre que há a presença de dor de dente, dificuldades na mordida, desconforto, sangramento ou inchaço na região. Embora a maioria das pessoas só procure o dentista após sentir a dor provocada quando o siso “rasga” a gengiva e começa a aparecer na boca, o especialista afirma que é importante realizar uma avaliação por volta dos 18 anos para definir sobre a necessidade e momento ideal para remoção. “Nessa idade, a raiz não está completamente formada, tem cerca de dois terços, o osso é mais maleável, e a recuperação de um jovem é mais rápida que a de um adulto”, explicou Coifman.
Outro dano que pode ser causado pelos sisos é quando ele não nasce. “O siso quando está completamente dentro do osso fica envolto por um folículo pericoronário, que tem a função de recobrir o dente até o momento de seu nascimento. Quando o siso não nasce, o folículo pode crescer e se tornar um cisto na boca, ou se transformar em tumores que reabsorvem o osso. Por isso, a extração do dente do siso é uma medida preventiva”, explicou Dr. Rodrigo Coifman.
E quando o paciente decide não extrair o siso? “Se o paciente optar por manter os terceiros molares, aí é necessário ter um acompanhamento recorrente do dentista e manter uma boa higienização da área diariamente, pois eles se localizam em uma região de difícil acesso à escovação, o que acaba favorecendo o surgimento de cáries, gengivite e periodontite, provocando danos aos demais dentes e gengiva”, alertou.
É importante lembrar que é possível que a pessoa possua espaço suficiente na boca para o nascimento dos sisos, desde que o dente ao coroar, esteja na posição correta para nascer e sem oferecer riscos à estrutura bucal. Nesses casos, não é preciso removê-los. No entanto, só o cirurgião-dentista pode avaliar a necessidade ou não de retirar o siso solicitando exames para observar se existe espaço suficiente na boca e se os sisos estão em posição correta dentro da gengiva. “É aí que vamos verificar se o dente não consegue sair da gengiva e está preso, se está nascendo no ângulo errado, fazendo pressão nos outros dentes, se existe espaço suficiente na arcada para receber um novo dente, e se o dente do siso tem cáries ou se existe alguma doença na gengiva. Só com a consulta e a realização do exame radiológico, é possível responder a real necessidade de extração do dente do siso, afinal, vai depender de cada caso”, finalizou Coifman.