Tratar a doença de forma incorreta pode prejudicar o tratamento e a saúde do paciente

Chás, pílulas milagrosas, sucos, remédios naturais…Muitas pessoas, quando recebem o diagnóstico de câncer, fogem dos tratamentos convencionais e vão para as formas alternativas. O problema é que eles apresentam riscos para a saúde do paciente, sem tratar o tumor de forma adequada. “O câncer é uma doença ainda muito temida, que causa medo para muitos pacientes que recebem o diagnóstico. Muitos até abandonam os tratamentos passados pelos médicos oncologistas, como quimioterapia e radioterapia, para apostar em alternativas como “cura espiritual” e alguns tipos de dieta”, explica Silvia Fontan, oncologista da Multihemo Oncoclínicas. 

Pesquisa – O risco é que o tumor necessita de tratamento precoce e adequado para ter mais chances de sucesso e aumentar as chances de cura paciente. Uma pesquisa feita pelo Hospital Alemão Oswaldo Cruz revelou que, num grupo de 319 pacientes oncológicos, 34% fizeram práticas alternativas, e 66% nunca sequer falaram sobre o tema com o médico. 

Essa “segurança” em tratamentos alternativos tem explicação em fatores variados, como a fragilidade do momento, relatos de casos – que não têm comprovação científica-, e desinformação, por exemplo. “Existem práticas alternativas que são regulamentadas, mas elas não vão substituir os tratamentos indicados pelos médicos oncologistas. Elas podem complementar e promover o relaxamento físico e mental, ajudando o paciente a suportar o ambiente hospitalar, como a acupuntura, homeopatia, fitoterapia, biodança, arteterapia, meditação, quiropraxia, ioga, reflexoterapia, entre outros”, explica Silvia Fontan. 

Consequências – O uso de tratamentos alternativos, além de prejudicar a saúde, ainda pode levar à morte. Um estudo publicado na revista JAMA Oncology revelou que as taxas de mortalidade são mais altas quando associadas às práticas alternativas. “O ideal é que o paciente diagnosticado com câncer converse com seu oncologista. Ele vai orientar sobre os melhores tratamentos e assim, evitamos atraso no início da busca pela cura do tumor, baseado em conhecimento científico e medicinal. O médico pode, inclusive, dar permissão para as terapias integrativas, como o ioga e a acupuntura”, afirma Silvia.