Uma revolução tecnológica está prestes a acontecer na periferia. A Favela Marte, localizada na cidade de São José do Rio Preto, interior de São Paulo, se tornará a primeira comunidade do Brasil plenamente conectada ao 5G por meio de hubs tecnológicos. A iniciativa pioneira da ONG Gerando Falcões conta com a parceria da TIM, que proverá toda a conectividade, em linha com seu compromisso com a inclusão digital dos brasileiros. Motorola e American Tower também estão envolvidos no projeto, disponibilizando os equipamentos que serão usados pelos moradores e a instalação de infraestrutura, respectivamente.
“Vamos dar um salto com esse projeto pioneiro: o melhor da tecnologia vai chegar na favela. A periferia, geralmente, é a última a receber a inovação e, dessa vez, queremos acelerar o processo, conectando a comunidade ao 5G e proporcionando uma série de ações e acesso a serviços digitais graças a essa tecnologia. O que vamos fazer na favela Marte vai ficar para a história”, empolga-se Edu Lyra, CEO da Gerando Falcões.
A TIM, que será a responsável por levar o 5G para a Favela Marte, foi a primeira operadora a lançar, em julho, a chamada conexão “pura”, ou Standalone, em Brasília. A tecnologia já está disponível nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e João Pessoa e, em breve, chega a outras cidades. A nova rede oferece velocidades de navegação até 100 vezes maiores que as do 4G e com baixa latência, o que possibilita diferentes iniciativas de inclusão social e digital.
“O 5G tem um grande potencial de transformação e, por isso, trabalhamos para liderar a implementação da tecnologia no Brasil, fazendo com que ela chegue a mais pessoas rapidamente. A conexão da Favela Marte faz parte desse compromisso”, explica o CEO da TIM, Alberto Griselli. O executivo destaca que a empresa quer ir além da conectividade, atrelando sua rede de parceiros ao projeto: “vamos entregar o melhor da tecnologia na comunidade, com iniciativas que podem englobar educação à distância, serviços financeiros, telemedicina, ações de empreendedorismo com o Instituto TIM e inclusão de mulheres no mercado de trabalho, por exemplo. Com o 5G, os moradores terão novas possibilidade e estamos orgulhosos de fazer parte dessa evolução”, comenta o executivo.
Um dos desafios para qualquer implementação do 5G é a compatibilidade dos devices, isto é, nem todos os aparelhos estão prontos para a tecnologia, ainda que sejam modernos. E esse será o papel da Motorola, outra parceira no projeto que vai garantir o sucesso da chegada da quinta geração aos moradores da Favela Marte.
“É muito gratificante apoiar um projeto que irá conectar uma comunidade ao 5G. A Motorola foi pioneira em trazer o 5G para o Brasil. Em apenas dois anos, 60% do nosso portfólio já é compatível com a nova tecnologia, incluindo produtos para todos os perfis de consumidor, desde produtos premium como a linha edge, até os smartphones intermediários da família moto g. E queremos ir além. Nosso objetivo é sermos peças-chave na democratização dessa tecnologia em território nacional, assim como fizemos no lançamento da rede 4G”, afirma José Cardoso, presidente da Motorola no Brasil.
A expectativa é que a primeira Favela 5G do Brasil comece a operar dentro de um ano. Até lá, a comunidade de Marte passa por um longo processo de urbanização, que inclui o trabalho da American Tower para fornecimento da infraestrutura que viabiliza a instalação das antenas que vão emitir a conexão 5G. Além disso, a empresa participa nas iniciativas para a criação das praças e dos espaços de formação, como a doação de mobiliários e equipamentos para a montagem do laboratório digital.
“Ficamos muito honrados com o convite da Gerando Falcões para participarmos desse projeto. Essa é uma iniciativa que reforça o compromisso da American Tower com práticas de sustentabilidade – pilar muito importante para nossos negócios -, promovendo a inclusão e o desenvolvimento das comunidades ao possibilitar a ampliação da conectividade em lugares que viabilizam a transformação da vida das pessoas”, comenta o diretor-geral da companhia, Emerson Hugues.
Para o CEO da Gerando Falcões, as parcerias foram escolhidas a dedo, com empresas que já conhecem e acreditam nos propósitos da ONG nas comunidades, entendem a real necessidade dos moradores e trabalham para potencializar o ativo social da tecnologia. “O desafio de levar a melhor conexão para a Favela Marte é tão gigante quanto a responsabilidade que temos em transformar a vida de mais de 200 famílias”, explica Lyra.
5G: O que muda na favela
A chegada do 5G à Marte faz parte do projeto Favela 3D (digna, digital e desenvolvida), idealizado no local pela Gerando Falcões e pelo Instituto Valquírias World, que implementa o conceito de moradia digna, geração de renda, acesso à saúde, cidadania e cultura de paz, direito à educação, primeira infância, autonomia da mulher e cultura, esporte e lazer. A cobertura tecnológica abre portas para projetos de inclusão social, como a possibilidade da educação remota com as bibliotecas virtuais, saúde à distância com o uso da telemedicina e oportunidade para microempreendedores da comunidade com cursos profissionalizantes.
Na Favela Marte, algumas casas já foram demolidas para darem lugar ao novo projeto de urbanização e melhoria das moradias. Todas as famílias estão abrigadas por meio do aluguel social. Mas isso é só o começo.
“Sabemos que não adianta dar uma casa nova se o morador não tem um emprego. A gente quer que a família tenha autonomia para interromper o ciclo da pobreza. Por isso, o projeto é maior do que se imagina e só é possível ir em frente com parceria de empresas sérias e comprometidas”, conclui Edu Lyra.