Em homenagem ao mês da Mulher Negra, Latino-Americana e Caribenha, a Caixa de Assistência dos Advogados de Pernambuco (CAAPE) realizou nesta terça (19.07), o Café das Pretas, no Vicalli Bistrô, Boa Viagem. O Racismo Institucional no Judiciário foi a pauta da roda de diálogo que contou com a participação da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e de Mirtes Renata, mãe do garoto Miguel Otávio, que morreu após cair de um prédio de luxo no Recife.
“Extremamente feliz e honrada em poder contribuir e incentivar o diálogo entre a classe e os movimentos sociais de mulheres negras”, destaca a secretária geral da CAAPE, Juliane Lima.
O encontro promoveu um debate sobre a importância da equidade racial e sobre o mito da democracia racial, de que ‘não existe racismo porque somos todos miscigenados’, que dificulta, por exemplo, a criação de ações para equidade racial de forma mais incisiva.
“Nosso papel, através do diálogo com o movimento pela igualdade racial e outros movimentos, é extremamente importante para formular políticas dentro do nosso ambiente institucional e reforçar as articulações que passam pela OAB com a sociedade”, pontua a presidenta da CAAPE, Anne Cabral.
O compromisso da CAAPE é de estimular a visibilidade da luta das mulheres negras e avançar mais ações em combate à discriminação e racismo.
Para Mônica Oliveira, representante da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco, “esse encontro promovido pela CAAPE é fundamental para a instituição construir pontes que aproximem as realidades de brancos e negros no Brasil. O anti racismo precisa ter concretismo para criação de políticas de ação afirmativa de forma consistente em combate a um racismo estrutural, presente em todas as instituições, bem como nossa cultura”.
Na abertura da mesa, estiveram presentes a presidenta da CAAPE, Anne Cabral, a secretária geral da Caixa, Juliane Lima, e a diretora da Caixa, Patrícia Oliveira, a secretária-geral adjunta da OAB/PE, Manoela Alves, a secretária-geral da ESA-PE, Ana Paula Azevedo, e a presidenta da Comissão de Igualdade Racial, Débora Gonçalves. Também estavam presentes, Denyse Mendes e Carina Acioly , presidenta e vice-presidenta da Comissão Especial de Segurança Pública da OAB-PE, Chiara Ramos e Dhénneffe Araújo, presidenta e vice-presidenta da Comissão da verdade sobre a escravidão negra no Brasil, representantes dos movimentos sociais como o Gajop – Gabinete de Assessoria Jurídica às Organizações Populares, e a Anepe – Articulação Negra de Pernambuco.
A CAAPE dispõe a Rede de Apoio CAAPE para as advogadas, advogados, estagiárias e estagiários com inscrição na OAB-PE vítimas de violência de raça, orientação sexual e identidade de gênero. A Rede consiste no auxílio psicológico e assessoramento jurídico para que estas vítimas possam se resguardar e rechaçar o que estejam sofrendo.
“Essa rede de proteção é essencial para acolher vítimas de violência de raça, orientação sexual e identidade de gênero que, na maioria das vezes, se sentem sozinhas”, afirma a Diretora da Caixa, Patrícia Oliveira.