A dermatologista Marina Coutinho enfatiza a importância de buscar ajuda médica nos primeiros sinais para evitar que as patologias avancem e se tornem sistêmicas
As enchentes provocadas pelas chuvas dos últimos dias na Região Metropolitana do Recife trouxeram uma tragédia com muitas perdas. Aos poucos, a população vem tentando voltar à normalidade e são diversas as consequências deixadas pelas inundações. É hora de ficar em alerta para o risco de doenças que podem surgir devido ao contato com a água contaminada, como as doenças infecciosas causadas por bactérias, fungos, vírus ou parasitas. “Após o contato direto com a água contaminada é importante ficar atento às vermelhidão, coceira, descamação e edemas que podem surgir na pele como sinal de patologias. Essas alterações dermatológicas podem indicar uma infecção local ou ainda doenças infecto contagiosas mais graves que apresentam manifestações na pele, antes de se tornarem sistêmicas, como é o caso da leptospirose”,explica a dermatologista Marina Coutinho.
Entre as doenças dermatológicas mais comuns nesses períodos de chuva estão as dermatofitoses, conhecidas popularmente como micoses. A doença é causada por fungos localizados na pele, pelo ou unha que se desenvolvem em áreas úmidas. Os principais sintomas são lesões vermelhas e descamativas, coceira, escurecimento ou clareamento na área afetada, alteração na cor ou forma da unha. Também é comum o aparecimento da patologia conhecida como intertrigo que possui os mesmos sinais da micose somada à presença de secreção e fissuras na pele.
Este cenário também é propício para doenças causadas por parasitas como a larva migrans cutânea, conhecida popularmente como bicho geográfico. Após a contaminação, o primeiro sintoma aparente é a manifestação de um pequeno ponto vermelho por onde a larva penetrou a pele, seguido por coceira intensa, inchaço, linhas salientes e avermelhadas e sensação de movimento debaixo da pele. Além das doenças causadas por fungos e parasitoses, também existem as infecções bacterianas conhecidas como piodermite. “As piodermites ocorrem principalmente em pessoas diabéticas ou que estejam com alguma lesão que funcione como uma porta de entrada. Um simples arranhão é suficiente para a bactéria contaminar a pele”, enfatiza a especialista. Entre as principais patologias desta categoria estão a erisipela, celulite infecciosa, impetigo e furunculose.
“É importante que, ao notar alguma alteração na pele, a pessoa procure imediatamente um especialista para fazer o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado. O avanço das infecções bacterianas, por exemplo, pode fazer com que a bactéria chegue até a corrente sanguínea, se espalhando pelo corpo, o que é muito grave, mas isso só acontece quando o tratamento é iniciado tarde. Por isso, é importante estar atento aos sinais para evitar o avanço dessas doenças”, alerta a dermatologista Marina Coutinho.