Intercâmbio entre os universos de dois patrimônios basilares da cultura pernambucana norteia nova edição do projeto Observatório do Frevo, quarta-feira (8), às 15h, com as presenças dos músicos Beto Hortiz, Júlio César e Karol Maciel

Pouca gente sabe, mas mestres do Forró como Luiz Gonzaga e Dominguinhos já criaram músicas de Frevo pensadas a partir da sanfona. O intercâmbio entre esses dois universos, inclusive, é mais comum do que se imagina e reflete a pluralidade dessas manifestações que marcam a identidade do povo pernambucano. Para promover a reflexão dessa temática, o Paço do Frevo realiza nesta quarta-feira (8), às 15h, nova edição do Observatório do Frevo intitulado “Frevo Sanfonado: Foles e Matrizes do Forró”. O projeto, que conta com apoio da Rede reúne os músicos Beto Hortiz e Júlio César, com mediação da sanfoneira Karol Maciel. As inscrições gratuitas podem ser feitas online (encurtador.com.br/dDG78).

Frevo e Forró, Patrimônios Imateriais Culturais do Brasil reconhecidos pelo Iphan, têm, cada um, características marcantes e movimentam afetos e memórias em nível nacional, com especial presença no Nordeste. Como ressalta Luiz Santos, coordenador de Conteúdo do Paço do Frevo, as matrizes do Forró, como o Baião, Xote, Forró de Rabeca, as quadrilhas juninas, o Bacamarte, a Ciranda, entre outros, ajudam, assim como o Frevo, a entender a sensibilidade que forma a cultura pernambucana.

“Manifestações culturais como  Forró e o Frevo fazem parte da nossa identidade e ajudam a construir nossas relações sociais, a forma como nos relacionamos com o mundo. Estamos propondo uma celebração que a gente faz também de dois patrimônios e a valorização do diálogo que já existe entre eles. Luiz Gonzaga, Dominguinhos, Mestre Camarão, Sivuca e muitos outros mestres do Forró fizeram frevos pensados para a sanfona, que não é um instrumento típico do Frevo, mas que vem ganhando espaço dentro da leitura de alguns artistas”, explica.

Para debater o tema, foram convidados os músicos Beto Hortiz e Júlio César, ambos com destaque no universo do Forró, mas também com uma estreita ligação com o Frevo. Hortiz, por exemplo, já compôs frevos vencedores de concursos promovidos pela Prefeitura do Recife. Júlio César, além de professor do Conservatório Pernambucano de Música, é músico da Orquestra Malassombro e compõe e participa de grupos que trabalham o Frevo em uma linguagem contemporânea. Para mediar o bate-papo, foi convidada a sanfoneira Karol Maciel, um dos destaques da nova geração do Forró e do Choro. A ideia é aproximar também novos talentos e incentivá-los a expandir os diálogos musicais. 

PAÇO DO FREVO – O Paço do Frevo é reconhecido pelo IPHAN como centro de referência em ações, projetos, transmissão, salvaguarda e valorização de uma das principais tradições culturais do Brasil, o Frevo. Patrimônio imaterial pela UNESCO e pelo IPHAN, o Frevo é um convite à celebração da vida, por meio da ativação de memórias, personalidades e linguagens artísticas, que no Paço do Frevo encontram seu lugar máximo de expressão, na manutenção de ações de difusão, pesquisa e formação de profissionais nas áreas da dança e da música, dos adereços e das agremiações do Frevo.

O Paço do Frevo é uma iniciativa da Fundação Roberto Marinho, com realização da Prefeitura do Recife, por meio da Fundação de Cultura da Cidade do Recife e da Secretaria Municipal de Cultura, e gestão do Instituto de Desenvolvimento e Gestão (IDG).  Por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, tem o patrocínio master do Instituto Cultural Vale, o papel de mantenedor do Grupo Ultra, patrocínio da RedeCard Itaú e da White Martins. Conta com o apoio do Grupo Globo, Pernambucanas e Chevrolet Serviços Financeiros,  e o apoio cultural do Itaú Cultural e do Porto de Suape.

SERVIÇO

Observatório do Frevo – “Frevo Sanfonado: Foles e Matrizes do Forró”
Quando: 8 de junho, às 15h
Local: Centro de Documentação e Memória (térreo do Paço do Frevo)
Inscrições: encurtador.com.br/dDG78
Gratuito

Paço do Frevo – Praça do Arsenal da Marinha, s/n, Bairro do Recife – Recife
Horários: Terça a sexta, 10h às 17h | Sábado e domingo, 11h às 18h
Ingressos: R$ 10 e R$ 5 (meia) – entrada gratuita às terças-feiras
Obrigatória a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19.