É por meio das histórias que crianças se conectam com o mundo, expressam sentimentos, descobrem aprendizados e constroem a sua memória e identidade. O universo encantador da leitura abre portas e, portanto, deve ser pensado por uma perspectiva acessível. Por isso, nesta segunda-feira (09/05), na Biblioteca Pública de Pernambuco, crianças com deficiência visual atendidas pelo Instituto de Cegos Antonio Pessôa de Queiroz (IAPQ), mantido pela Santa Casa de Misericórdia do Recife, puderam “viajar” pelo Brasil junto com Dorinha, em uma divertida tarde de contação de histórias.
Conduzidas pela arte-educadora e professora de Braille do IAPQ, Ivana Barbosa, as crianças foram apresentadas à Dorinha, uma menina com deficiência visual que visita as regiões do País ao lado dos amigos da Turma da Mônica. A história conquistou a pequena Eloá, de 4 anos, e também a mãe dela, Marília Pereira. “Achei incrível e Eloá se divertiu muito. Amou os livros! Muito boa essa experiência”, contou. E, para a felicidade delas, ao fim da roda de leitura, um kit da Coleção “Dorinha pelo Brasil — Inclusão Sem Barreiras” foi entregue a cada criança presente na ação.
A iniciativa, que busca democratizar o acesso à cultura e à informação, é da Rede de Leitura Inclusiva da Fundação Dorina Nowill. Desde março, equipes da entidade vêm percorrendo o País, distribuindo cerca de 5 mil kits para bibliotecas, escolas públicas e organizações sociais. A coleção conta com cinco títulos que abordam as regiões do Brasil, impressos em tinta, com fonte ampliada e em braille. Algumas imagens podem ser vistas e sentidas. As histórias também podem ser ouvidas, pois a coleção traz um audiobook, que faz a audiodescrição das imagens.
“A ideia é que seja um livro acessível e inclusivo, para que qualquer criança consiga interagir com a história”, explica a gestora do Serviço de Apoio à Inclusão da Fundação Dorina Nowill, Kely Magalhães, que participou do evento, acompanhada da articuladora da Rede, Angelita Garcia. Segundo Kely, parcerias como essa fazem toda a diferença para o fortalecimento da educação inclusiva. “Costumo dizer que, quando a gente trabalha com Assistência Social, a gente não tem concorrência, tem parceiros. Então, para nós, é uma grande alegria contar com a parceria do Instituto de Cegos e poder alcançar ainda mais crianças com deficiência”, celebra.
O IAPQ também ganhou um kit, que ficará disponível em sua biblioteca para outros estudantes. A unidade atende cerca de 120 pessoas, de diversas idades, oferecendo gratuitamente atividades que habilitam e reabilitam a pessoa com deficiência. “Ficamos gratos pela doação e por essa valiosa troca de saberes com a Fundação Dorina Nowill, uma parceira antiga do IAPQ e com quem temos em comum a missão de reabilitar e gerar oportunidades para que mais pessoas cegas e com baixa visão possam viver com liberdade e autonomia”, conclui a gerente de Educação e Assistência Social da Santa Casa Recife, Esmeralda Moura.