Nem só de shows é composta a programação da segunda edição do festival Do Frevo ao Jazz. Uma das ideias é dar espaço ao debate sobre temas relacionados a estes dois gêneros musicais tão peculiares e aos artistas que participam desta cena. As rodas de conversa serão realizadas no Paço do Frevo (Praça do Arsenal da Marinha, Bairro do Recife), com entrada gratuita, pela manhã, nos dias 13 e 14 de maio, das 10h às 12h. O Paço do Frevo é um dos apoiadores do festival, e nesta parceria, além de ceder o espaço para abrigar os debates, também assinou conjuntamente a produção das rodas de conversa. O projeto conta, ainda, com incentivo do Governo do Estado, via Funcultura, Secretaria de Cultura, Fundarpe e apoio da Prefeitura do Recife.
Na sexta-feira (13/05), o foco é discutir sobre como aumentar a presença das mulheres no universo do frevo, marcado em sua maioria pelos instrumentistas do sexo masculino. Quebrando este paradigma, foram convidadas a dar sua opinião no bate-papo “Frevo Mulher” a maestrina Carmen Pontes, à frente da Orquestra 100% Mulher, composta apenas por mulheres, e a produtora e educadora musical Gabi Apolônio, da Duafe Produções.
Já na manhã do sábado (14/05), por sua vez, o Paço do Frevo recebe uma roda de conversa sobre a relação do frevo com o jazz, pontuando como os estilos musicais se aproximam e se distanciam, e como vêm amadurecendo ao longo do tempo, com mediação do maestro Spok. Entre os convidados para este momento, além da cantora Mônica Salmaso, conhecida pelo ecletismo de seu repertório e pela voz afinada, mais três outros maestros: o também pianista Nelson Ayres, o contrabaixista Xisto Medeiros e Edson Rodrigues, que comemora 80 anos de idade em 2022. Edson é um dos “Sete Corações” homenageados no documentário homônimo, feito em tributo aos principais maestros da história do frevo pernambucano.
“O frevo, ao lado do choro, muito possivelmente são as únicas músicas genuinamente instrumentais brasileiras. E o frevo é a única que nasce para uma orquestra, um grande grupo. São dois irmãos, que passaram mais de 100 anos, e quando se viam só acenavam um para o outro. São duas forças incríveis, que carregam o poder de seus lugares. Um conseguiu sistematizar e se espalhar de uma forma gigantesca pro mundo. E o outro está começando. O jazz está ajudando o frevo a ir para lugares cada vez mais distantes. São duas expressões poderosíssimas, de resistência muito grande e que estão mais do que nunca juntos”, argumenta o maestro Spok.
Na noite do sábado, no palco Recife – Cidade da Música, erguido na Praça do Arsenal, Nelson e Mônica prometem encantar a plateia ao lado de Xisto, e do seu Quinteto da Paraíba, com um passeio pela música brasileira que vai do coco até a valsa, mostrando a diversidade de estilos da nossa cultura. É a terceira vez em que se promove este encontro no palco, que ocorreu na primeira ocasião em 2017, no Quinteto Convida, projeto que o grupo musical promove mensalmente em João Pessoa. O grupo ainda é formado por Ronedilk Dantas (violino), Anderson Carvalho (violino), Ulisses Silva (viola) e Nilson Galvão (violoncelo).