Quadrinista de destaque no cenário nacional, Camilo Solano explora a ansiedade e a melancolia de sua faixa “Tanto Faz” em um clipe que mostra o caráter solitário da produção do EP “Canções Cansadas” misturado às pequenas coisas da vida que nos cercam. A canção está disponível nas principais plataformas de streaming e seu vídeo, no canal do YouTube do artista.

Assista ao clipe “Tanto Faz”: https://youtu.be/k44QNWn6nNI

Ouça “Canções Cansadas”: https://smarturl.it/CancoesCansadas

“A inspiração musical para ‘Tanto Faz’ se deu em um momento em que resolvi tentar colocar em palavras o que a ansiedade me trazia e transformando isso em algo belo. Algo produtivo. Tentando não deixar nenhum sentimento me tirar de mim mesmo, me deixando sem chão. E também, uma forma otimista de acreditar nas coisas e não desistir. Procurar me entender mais. Não desanimando e seguindo em frente. Para o vídeo quis trazer um visual que pudesse contemplar coisas pequenas e que desse um gosto de saudosismo no vídeo”, conta.

Camilo Solano transforma em música as inseguranças e incertezas dos tempos atuais. A crise sanitária trouxe à tona sentimentos conflitantes para muitos, e o artista escolheu dar vazão a esses anseios ao revelar ao público seu lado menos conhecido até então: o de músico. O projeto reúne instrumentistas de renome – como integrantes da banda Caramelows – e combina arranjos refinados pelos produtores Eder Araujo e Eduardo Chuffa com letras que vão da melancolia ao êxtase, da indiferença à esperança. 

“Compus essas músicas durante a pandemia de COVID-19 e elas são o reflexo desse cansaço, dessa exaustão que foi e está sendo viver esse momento. Principalmente se você for brasileiro. O Brasil era o país mais ansioso do mundo antes da pandemia. Tenho certeza que agora, nem vale mais a pena contar. Temos que lutar a todo instante e fazer um esforço enorme para tentar se movimentar, por menor que seja esse deslocamento, temos que tentar nos mover pra frente. Pra frente do que queremos, pra cima de quem te desrespeita ou desrespeita o próximo. Escrever e tocar essas músicas são uma espécie de celebração. São músicas sobre essa ansiedade. Às vezes melancólica, às vezes frenética. Agora tanto faz, vento venta novos ventos. E vamos à luta!”, convida.

Este é o primeiro lançamento musical de Camilo Solano após uma série de canções compostas para sua HQ “Semilunar”, lançada em 2017. Mas a música está presente em sua vida desde o início. Filho de pai músico e radialista e mãe que cantava Caetano Veloso para a barriga em sua gestação, Camilo cresceu cercado de arte, cultura e histórias. A trilha sonora da casa ia de sambas antigos a Beatles, Jovem Guarda e música negra americana, sem deixar de lado os maiores nomes da MPB. Já na adolescência, veio a paixão pelo punk dos Ramones, misturando com Frankie Valli & the Four Seasons até chegar nas interseções do blues com o samba.

Formado em Design, seu trabalho de conclusão de curso foi a primeira HQ: “Inspiração – Deixa entrar Sol nesse porão” lhe rendeu duas indicações ao Troféu HQ MIX como Novo Talento Desenhista e Novo Talento Roteirista. Lançou independentemente o gibi “Desengano”, que teve o prefácio escrito por Robert Crumb, o maior autor dos quadrinhos underground dos EUA, que também é músico e fez a capa do disco “Cheap Thrills”, de Janis Joplin. Seu primeiro trabalho com editora foi “Semilunar”, que saiu pela Balão Editorial e com esta obra foi finalista do Prêmio Jabuti.

Publicou o “Fio do Vento” pela editora Veneta e depois foi convidado a criar a sua própria versão do personagem Cascão, da Maurício de Sousa Produções. Disso nasceu “Temporal”, HQ escrita e desenhada pelo autor, oferecendo seu olhar sobre o menino que não gosta de banho da Turma da Mônica. Com esse título, ganhou o Troféu HQ MIX.

Lançou a pequena e poderosa HQ “Solzinho” – que, pelas palavras de Emicida, “é uma das coisas mais lindas que já li na minha vida”. No final de 2021 lançou “Cidade Pequenina” pela editora Pipoca & Nanquim e nela, ao lado do seu irmão Aldo Solano, reuniram várias histórias sobre cidades do interior, causos e contos baseados em histórias que ouviram ou vivenciaram. Este, mais uma vez, teve o prefácio escrito por Robert Crumb, que é seu padrinho na nona arte.

Também em 2020 e 2021, lançou algumas músicas em suas redes sociais e canal do YouTube, sempre com um tom intimista e sincero. Dessa incursão sonora surgiu “Canções Cansadas”, composições sobre uma ansiedade e esgotamento emocional que se ancoram na arte para seguir em frente. Com o trabalho, Camilo busca unir forças e se reerguer, se reconhecer e enfrentar. Procura sempre ser otimista e intenso.

Essa candura e sinceridade são o fio condutor do trabalho de Camilo Solano até aqui – seja na música, seja nos quadrinhos. Em forma de gibi ou de canção, suas criações são frutos de um processo de encontro do artista consigo mesmo. E desse mergulho e exposição, surge uma relação forte com as inseguranças e ansiedades de quem está do outro lado da tela ou da página. Da conexão, faz-se a arte.

O EP “Canções Cansadas” foi viabilizado pelo edital da Lei Aldir Blanc de São Manuel – 2021, e já está disponível nas principais plataformas de música.

Ficha técnica

Música e letra – Camilo Solano 

Produção – Eder Araujo e Eduardo Chuffa 

Voz e violão – Camilo Solano 

Wurlitzer e Hammond – Fernando TRZ – Eduardo Chuffa 

Percussão – Miguel Pumarol

Clarinete e flauta – Eder Araujo 

Mix e Master – Renato Cortez (Estúdio MatoRecords) 

Projeto selecionado pelo edital da Lei Aldir Blanc de São Manuel – 2021

Acompanhe Camilo Solano:

https://www.camilosolano.com.br/

https://www.youtube.com/camilosolano

https://www.instagram.com/camilo.solano/