Na próxima quarta (14) é celebrado o Dia Mundial da Diabetes
Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, cerca de 14 milhões de pessoas sofrem com a doença no país, mas metade nem sabe. Além disso, estima-se que 80% dos pacientes com qualquer um dos tipos da doença não sabem que ela pode atingir os olhos. Todos os tipos do diabetes podem originar problemas sérios de visão. Em geral, eles começam como micro sangramentos nos olhos, detectados apenas por exames clínicos. Se não diagnosticados no início, podem evoluir para a retinopatia diabética, causada pelo desregulamento de açúcar no sangue.
De acordo com Alexandre Ventura, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo e oftalmologista do Instituto de Olhos Fernando Ventura, o olho é o primeiro órgão a ser afetado. Com a doença, pode ocorrer sangramentos na retina ou dentro do olho e edema na mácula, que é a área central da retina responsável pela visão de detalhes, cores e leitura. Além de retinopatia diabética, esse problema pode causar glaucoma e catarata.
“A diabetes é uma causa frequente de cegueira porque o olho é o órgão mais vascularizado do corpo humano. A diabetes afeta os vasos, artérias e veias. Quem tem hiperglicemia, ou seja, glicose aumentada no sangue, vai estar ‘enferrujando’ essas veias e artérias de dentro pra fora. Se o diabético fizer um tratamento periódico, com consultas e exames de rotina, é possível tratar os problemas de visão e, em certos casos, até reverter a situação. Porém, em quadros avançados, há muito tempo sem tratamento, a recuperação da visão pode ser irreversível”, comentou o médico.
Não necessariamente uma pessoa que come bastante doce e carboidrato terá diabetes, pois tem um bom funcionamento do pâncreas. Ele é responsável por liberar a insulina, esta é quem tira a glicose da veia e leva para as células. A hiperglicemia ocorre quando não há insulina suficiente.
A doença não tem cura, mas pode ser tratada. “O controle glicêmico rigoroso e hábitos saudáveis são as principais medidas a serem adotadas pelos pacientes a fim de evitar complicações. Acompanhamento oftalmológico periódico é muito importante, pois, se necessário, o paciente pode ser tratado com aplicação de laser, implantes de medicações especiais dentro do olho e cirurgia. O melhor prognóstico é a prevenção”, explica o oftalmologista do Instituto de Olhos Fernando Ventura.
DOENÇA SILENCIOSA – É possível que o paciente passe meses sem conhecimento de que possui diabetes. Por isso, o controle da glicemia, feito por exames de sangue é fundamental para diagnóstico rápido e tratamento eficaz da doença. Isso também funciona com os problemas de visão. O oftalmologista pode ser o primeiro a identificar problemas vasculares que podem ser sintomas da doença.