Especialista dá dicas de como organizar as contas e fazer um bom planejamento financeiro para 2022

O novo ano normalmente vem acompanhado de novas metas, mas, também, dos boletos de sempre. Enquanto para uns a virada do ano é um momento de renovação, para outros, é tempo de surpresas desagradáveis por conta da falta de planejamento financeiro. Isso porque, logo nos primeiros meses, os brasileiros precisam encarar gastos inevitáveis do período – IPVA, IPTU, matrícula e material escolar dos filhos, por exemplo. A lista é grande e se não houver um planejamento, estes gastos podem comprometer a renda do ano inteiro.

De acordo com um levantamento do SPC Brasil, com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), antes da pandemia da Covid-19, apenas 11% dos brasileiros tinham condições de pagar essas despesas. Mesmo assim, 22% admitiam que não fizeram nenhum planejamento para arcar com esses custos. Com a chegada do novo coronavírus, a situação econômica de muitos se agravou: 81% das pessoas tiveram que fazer cortes em seus orçamentos para não acumular dívidas. Um cenário que pode ser potencializado com os gastos extras do período que se aproxima. A economista e docente do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Rita Pedrosa explica a importância de se fazer uma tabela com o orçamento familiar. “No começo do ano, as contas a serem pagas são geralmente bem maiores, isso porque em dezembro tem-se os gastos em especial com as festividades, acrescentando que em janeiro é o mês de pagar impostos como o IPTU, IPVA, matrícula e material escolar para os filhos. Sendo assim, a dica é organizar e planejar como vão ser pagas as contas no começo do ano. Para isso faça uma tabela de orçamento familiar dos valores totais no mês em que devem ser pagos”.

A especialista também reforça que, se for possível, deve-se preferir o pagamento dos impostos à vista. “Se o pagamento à vista estiver com um bom desconto, se os juros do pagamento parcelado forem superiores ao valor da compra, e se a renda familiar estiver com folga financeira (reserva de emergência) é preferível pagar à vista. No entanto, se o valor da comprar à vista comprometer a reserva familiar, o valor dos juros na parcela não superar muito o valor do total da compra, é mais vantajoso comprar e ir pagando as parcelas”.

Mas e o restante do ano? No Brasil ainda se fala pouco em educação financeira nos lares e nas escolas. Segundo Rita, é com hábitos simples que se pode mudar a forma de gerir a renda. “Educação financeira é algo de extrema importância para a vida das pessoas e famílias. Não é difícil alcançar, mas requer planejamento, análise, constância e acima de tudo, mudança na mentalidade de como gerir a renda. “

Confira as dicas da economista que podem ajudar a organizar as contas:

•              Faça um registro claro e organizado do que está comprometendo sua renda mensal e monte um orçamento familiar com as entradas e saídas – mas só anotar não é suficiente! É preciso entender o que compromete a maior parcela da sua renda, do que são compostos esses gastos, analisar como pode minimizar esses gastos e ser mais eficiente na alocação dos recursos/ renda. Estudar sobre finanças pessoais

•              Não gastar mais do que ganha e evitar gastos desnecessários

•              Estabelecer metas para investimentos – começar com pouco. É possível investir com valores mínimos: ex: R$ 5,00, R$10,00 e $ 100,00 por mês.

•              Procurar uma fonte alternativa de renda

•              Cuidado com as dívidas (e com os empréstimos), juros abusivos e valores embutidos para pagar. Todos têm dívidas, mas o pagamento dos compromissos assumidos com as dívidas não podem ser superiores ao retorno/ganho.

•              Ter objetivo e meta de vida realizável e focar nele. Pensar ao longo prazo e ter cuidado com o consumismo e compra por impulso. Economizar, pois quem não sabe gerir $ 1.000 mensais, não vai saber gerir $ 100.000,00 mensais

•              Ter em mente que reserva de emergência é essencial para situações diversas que pode acontecer com qualquer pessoa.