Sorry Drummer esteve no silêncio (mas em ação) nos últimos quatro anos, período que precisou se esquivar toda vez que perguntado sobre seu próximo disco – algo frequente que o baterista costuma ouvir dia sim, dia também. Este novo trabalho, o Volume 3, já chega sendo aguardado por muitos, que sabem que um disco de Sorry é sempre virtuoso no conceito e no instrumental, além de apresentar colaborações ilustres de MCs, DJs e produtores nacionais e gringos.
Sorry Drummer & Friends – Volume 3 é o caprichoso trabalho em que Sorry, nascido Luís Roberto Julião, em 1973, na Vila Matilde (SP), esteve debruçado nestes últimos anos, tempo necessário para organizar tantas ideias, participações e pensar como lançar um sucessor que arrebatasse o ouvinte da primeira à última nota. Seus Volumes anteriores pediam uma continuação à altura e além.
Eram muitas batidas pra dar conta, Sorry sabia que o novo álbum teria um recorde de faixas até para ele mesmo, que lançou 16 e 15 músicas nos outros Volumes, em 2012 e 2016, respectivamente. Com as vantagens de um baterista que pensa além do ritmo e compõe também a melodia, o repertório que ele tinha em mãos dava pra encher uns dois discos, e foi o que ele fez.
O Volume 3 tem 10 faixas na edição em vinil, com 300 cópias, e 20 faixas na versão digital. O título visita estilos distintos da música negra urbana, mas deve ser encarado como um disco de rap, feito por um baterista de rap que agrega R&B, soul e neo soul, jazz, boombap, trap, pop, new jack swing e uma salutar incursão pelo gospel e spiritual jazz. A influência brasileira aparece no samba rock e na bossa nova, que foram combinados com house e drum’n’bass.
Volume 3 é o típico disco de rap pra ser ouvido como uma mixtape e este é o Baile Black de Sorry Drummer. Uma obra que se desdobra por tantos temas mas que mantém uma condução única, como se fosse o DJ da festa que gastou horas pra montar sua playlist mais quente.
(Foto – IF Studio)
Volume 3 é uma trilha pra gente recobrar as esperanças. “Este álbum traz mensagens e sonoridades que podem nos confortar e motivar após tantos momentos difíceis – e não falo apenas da pandemia e suas consequências, mas das lutas pessoais também. Nossa mensagem é a de investir no futuro e no amor, tem muito isso em todas as faixas do disco. O amor que você tem pela vida, por sua família, amigos, pelo trabalho, confiar no seu caminho e Naquele que te guia. É um disco que fala para todos. Todos vão entender essa mensagem porque ela é universal. No Volume 3, conseguimos reunir todo este time de artistas, do Brasil e outras partes do mundo, para trazer um pouco de motivação para algo que estamos passando globalmente mas também pessoalmente. É um trabalho universal e pessoal ao mesmo tempo”, conta o baterista, tentando sintetizar o processo e o produto final.
Seguindo a tradição dos Volumes 1 e 2, as participações formam um grande elenco com 27 convidados e reforçam os laços e nível internacionais de Sorry Drummer.
A lista de feats tem os músicos estrangeiros: os norte-americanos Casey Jones (Flórida), Tiffany Paige (Washington), Levar Thomas (Flórida), Madame Mins (Dallas), John Robinson (Nova York), Isreal (Califórnia), LaQuan (Los Angeles) e Vic Smith (Detroit/Las Vegas); as inglesas Deborah Jordan e Georgie Sweet, e o norueguês Dreamon. De brasileiros, conta com o produtor e instrumentista Silvera, Filiph Neo, Angel, Lino Krizz, Wesley Camilo, Junior Klein, MV Bill, Coruja BC1, Max Musicamente, Kivitz e Dee; os músicos Igor Prado e BrunoE, além dos DJs Erick Jay, Luciano Rocha e Patife.
A edição em vinil de Sorry Drummer & Friends – Volume 3 terá lançamento acompanhado de tarde de autógrafos na loja da Gringos Records, em São Paulo, em 13/11. O vinil pode ser adquirido no dia por R$150,00 ou online na loja da Gringos. O disco é uma produção e realização de Sorry Drummer, GueRopa Music, Vitrola Records e Gringos Records.
Sorry Drummer & Friends – Volume 3 já está disponível: Spotify | Deezer | Apple Music | YouTube Music
Ficha técnica:
Produzido por Silvera e Sorry Drummer
Produção executiva por GueRopa Music
Todas as baterias por Sorry Drummer
Todos os demais instrumentos por Silvera
Captação da bateria por Plínio Hessel
Mixagem e masterização por Silvera
Fotografia por Marcelo Pretto
Direção de arte e design por Israel Freschi na IF Studio
Instrumentistas e DJs:
Violão em “Tavon’s Move”: Filiph Neo
Teclados em “All About Love” e “Discípulo”: Silvera e Filiph Neo
Baixo acústico em “All About Love”: Bruno E
Scratches e colagens em “Discípulo” e “Runaway” por DJ Erick Jay
Coprodução e sample em “Runaway” por DJ Luciano Rocha
Tracklist:
1. Process – feat. Dreamon
2. Don’t Give Up – feat. Tiffany Paige
3. All about Love – feat. Isreal e Madame Mins
4. Discípulo – feat. MV Bill, Silvera e DJ Erick Jay
5. Gotta Give Praise – feat. Casey Jones
6. On the Way – feat. Vic Smith
7. Tavon’s Move – feat. Vic Smith
8. O Som que Guardei – feat. Angel
9. Precious Love – feat. Lino Krizz e Silvera
10. Dias Melhores – feat. Tiffany Paige e Silvera
11. Healing Hands – feat. Levar Thomas
12. Graça – feat. Filiph Neo e Dee
13. Hear My Cry – feat. Tiffany Paige | Hear My Cry (interlúdio) – feat. Tiffany Paige
14. Reatar – feat. Junior Klein
15. Faith – feat. Georgie Sweet
16. Stronger – feat. LaQuan
17. My World – feat. Tiffany Paige e DJ Patife
18. Never Give Up – feat. Deborah Jordan e Casey Jones
19. Mantenha a Fé – feat. Muzicamente, Kivitz e Wesley Camilo
20. Don’t Give Up (remix) – feat. John Robinson, Coruja BC1 e Tiffany Paige
Sobre:
Sorry Drummer é baterista desde quando batucava as batidas dos discos de rap nas carteiras da escola. Foram anos de investida informal na carreira de baterista até assistir Questlove (The Roots) ao vivo e querer se profissionalizar nas baquetas, por volta de 1997. De 1999 a 2002, morou na Inglaterra, onde conheceu e firmou fortes laços com artistas locais, característica que mais tarde marcaria seu trabalho solo, sempre repleto de colaborações estrangeiras. Ainda em 2002, ajudou a sedimentar uma cena que revelaria, pouco depois, astros do rap paulistano como Criolo, Emicida, Rashid, Slim Rimografia, Stefanie e Rincon Sapiência, para citar alguns. Naquele ano, ao lado de DJ Marco e Kamau, formou a banda de rap Central Acústica, que se apresentava na Galeria Olido (SP) e abria o microfone para os talentos eminentes – vale lembrar que o formato da banda era uma inovação na época, com DJ, MC e baterista. Esta parte da história de Sorry é importante porque o fez ser conhecido como um músico habilidoso, capaz de seguir qualquer estilo de flow. Mas, antes disso, Sorry já acumulava vivências e, somado à experiência no exterior, foi reconhecido como um celebrado baterista na época, mas, principalmente, após a Central Acústica. Eclético, Sorry domina todos os ritmos e tipos de batidas da música negra (e além) e já perdeu as contas de quantas bandas fez parte, colaborações, participações em festivais, programas de TV e shows acumula em sua carreira. Em 2012, apresentou o primeiro trabalho próprio, Sorry Drummer & Friends – Volume 1, reunindo colaborações de Patrícia Marx (de quem se tornou baterista em 2013), Rincon Sapiência, Filiph Neo, Kamau, Slim Rimografia, Arnaldo Tifú, Groove Coletivo e Mr. Reed. Aclamado pelos instrumentais e participações, o debut mostrou sua habilidade de compositor e seu olhar panorâmico sobre a música negra atual, que inclui o mercado internacional. No Volume 2, lançado em 2016, trouxe ainda mais colaborações e tem parcerias com Tássia Reis, Drik Barbosa, Stefanie, Rashid, Haikaiss, DJ Erick Jay, Síntese, Elo da Corrente, além dos gringos Isreal, Tristan Eaden e Ngoma MJumbe. Os dois Volumes saíram com edições em vinil e são hoje itens de colecionador pelo mundo. Em 2021, libera o Volume 3 de Sorry Drummer & Friends, desta vez com 20 faixas e 27 colaborações nacionais e internacionais.