Uma fotografia perdida dentro de um livro, encontrada anos depois e que serve de estopim para um resgate de memórias, rancores e dúvidas. Esse é o mote para a cinemática “Livro na Estante”, faixa de estreia de Jotadablio. Unindo os sons do indie suburbano carioca com inspirações do alt country americano, a canção tem produção do próprio artista com Manoel Magalhães (Harmada, Polar, Columbia) e está disponível em todas as plataformas de música pelo selo 8-bics.
Ouça “Livro na Estante”: https://smarturl.it/
Jotadablio é o projeto musical do compositor e jornalista Jorge Wagner, que há quase 20 anos milita na cena independente nacional. Nascido em Paracambi (RJ), Jorge organizou tributos de sucesso na internet na década passada: Raça Negra (“Jeito Felindie”, 2012) e Belchior (“Ainda Somos os Mesmos”, 2014), que reuniram, dentre outros, artistas como Letrux e Lucas Vasconcellos (então integrantes do duo Letuce), Harmada, Transmissor e The Baggios.
Com uma grande bagagem de canções compostas nos últimos anos, Jorge finaliza “Toda Forma de Adeus”, seu primeiro álbum. Centrado em diversas formas de despedidas, o disco será lançado ainda em 2021. Composta por Jotadablio com André Lemos e Júlio Verne, “Livro na Estante” pode ser ouvido em todos os serviços de streaming de música.
Ouça “Livro na Estante”: https://smarturl.it/
Crédito: Katia Cossatis
Ficha técnica:
Gravada no Estúdio 8-bics
Todos os instrumentos por Manoel Magalhães
Produzida por Manoel Magalhães e JW
Composta por JW, André Lemos e Júlio Verne
Letra:
Fui arrumar as minhas coisas e reencontrei você
numa foto amarelada, em um livro abandonado,
numa estante empoeirada precisando de reparos
reparei seus olhos fundos escondidos pelas lentes,
raramente via seus defeitos, e tudo bem,
eu raramente via muita coisa
e sempre fui um tanto bom em não ligar
deste lugar é mesmo tudo que nos cabe:
é só uma foto amarelada em um livro abandonado
numa estante empoeirada precisando de reparos
e a cor de fundo desbotando como a gente desbotou,
eu distraído com o copo sob a mesa
mas tudo bem, ainda hoje eu me distraio muito fácil
eu sempre fui do tipo de deixar pra lá,
tão longe o ontem, só o tempo que se foi
eu guardo a foto amarelada em um livro abandonado
numa estante empoeirada precisando de reparos
eu queimo as pontes que deixamos para trás
(eu queimo as pontes que deixamos para trás)
pois não há nada a reviver deste lugar
e o que eu não soube deixa estar,
como qualquer lembrança à toa,
como num filme que não para de passar,
como num filme que não para de passar…
pois não há nada a reviver deste lugar
e o que eu não soube deixa estar
como qualquer lembrança à toa
porque um filme que não para de passar
é só um filme que não para de passar