Após ter iniciado o plano de imunização brasileiro em janeiro deste ano contra a Covid-19, o assunto que toma conta do processo no país é a necessidade de uma dose extra da vacina, em pessoas já duplamente vacinadas.
O assunto divide opiniões. Como forma de oferecer proteção extra às pessoas que podem ter resposta imune prejudicada, pela idade ou problema de saúde, alguns países avançam na liberação da dose e o Brasil é um deles.
No Brasil, o Ministério da Saúde apontou a necessidade da terceira dose contra a Covid-19 em parte da população, e a partir de setembro, a dose extra será aplicada em idosos com mais de 70 anos e pessoas imunossuprimidas. De acordo com o Biomédico e Presidente do Conselho Regional de Biomedicina da 2ª Região (CRBM2), Dr. Djair Lima a preocupação maior é devido a variante Delta que está se espalhando e levando a um aumento de casos mesmo em locais com muitas pessoas vacinadas.
‘‘A recomendação é que seja feita a terceira dose como em outros locais no mundo que está sendo feita apenas para pessoas idosas e também pessoas imunodeficientes, imunodeprimidas, que tomam medicação que baixa a imunidade. A memória imunológica dessas pessoas idosas tem um tempo mais curto. A transmissão acelerada gera essa variantes como a Delta que é que mais preocupa’’, explica.
A pesquisa do Ministério da Saúde, em parceria com a Universidade de Oxford verificou o potencial de uma terceira aplicação, que pode ser de qualquer um dos imunizantes em utilização no país: Janssen, Pfizer/BioNTech, Oxford/AstraZeneca ou Coronavac.
De acordo com o biomédico do CRBM2, esses estudos não apenas com a CoronaVac, mas com qualquer outra vacina contra a Covid-19 demonstram um aumento significativo da produção de anticorpos que ajudam na imunidade dos indivíduos a partir de uma terceira dose.
Mesmo que alguns meses depois da segunda dose de qualquer vacina a quantidade de anticorpos diminua, não significa que as pessoas ficarão vulneráveis, mas o Dr. Djair Lima faz um alerta
‘‘A gente tem que lembrar que as pessoas não reagem da mesma maneira a uma vacina. Independentemente da idade da pessoa, ela pode não ter a mesma produção de anticorpos, e ela pode não ter o mesmo efeito. Por isso lembramos sempre que a pandemia não acabou e que ainda existe contenção do número de pessoas para se reunirem de acordo com os decretos estaduais e que as pessoas não podem continuar transitando sem máscara’’, conclui.